sexta-feira, 30 de maio de 2008

Evangelho dominical

Palavra de Deus, rocha eterna

IX Domingo do Tempo Comum
Mateus 7, 21-27
A casa na rocha

Todos sabiam, no tempo de Jesus, que é imprudente construir a casa sobre a areia, no fundo dos vales, ao invés de fazê-lo no alto da rocha. Depois de cada chuva abundante se forma, com efeito, quase de imediato, uma torrente que varre as casas que encontra à sua passagem. Jesus se baseia nesta observação, que provavelmente havia feito em pessoa, para construir a partir dela a parábola deste domingo sobre as duas casas, que é como uma dupla parábola.
«Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática é como um homem sensato, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não desabou, porque estava construída sobre a rocha.»
Com simetria perfeita, variando só pouquíssimas palavras, Jesus apresenta a mesma cena na negativa: «Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e ela desabou, e grande foi a sua ruína».
Construir a própria casa sobre areia quer dizer voltar a pôr as próprias esperanças e certezas em coisas instáveis e aleatórias que não se subtraem ao tempo e à sorte. Tais são: o dinheiro, o êxito, a própria saúde. A experiência coloca isso diante dos nossos olhos cada dia: é muito pouco o que basta – um pequeno coágulo no sangue, dizia o filósofo Pascal – para que tudo se derrube.
Construir a casa sobre a rocha quer dizer, ao contrário, fundar a própria vida e as próprias esperanças naquilo que «os ladrões não podem roubar nem a traça desfazer», sobre o que não passa. «Os céus e a terra passarão – dizia Jesus –, mas minhas palavras não passarão».
Construir a casa na rocha significa, muito simplesmente, construir em Deus. Ele é a rocha. Rocha é um dos símbolos preferidos da Bíblia para falar de Deus: «Nosso Deus é uma rocha eterna» (Is 26, 4); «Ele é a rocha, perfeita é sua obra» (Dt 32, 4).
A casa construída sobre a rocha já existe; trata-se de entrar nela! É a Igreja. Não, evidentemente, a que está feita à base de tijolos, mas a formada pelas «pedras vivas» que são os crentes, edificados na «pedra angular» que é Cristo Jesus. A casa na rocha é aquela da qual Jesus falava quando dizia a Simão: «Tu és Pedro e sobre esta pedra (literalmente ‘rocha’)» edificarei a minha Igreja (Mt 16, 18).
Fundar a própria vida sobre a rocha significa, portanto, viver na Igreja; não ficar fora só apontando o dedo contra as incoerências e os defeitos dos homens de Igreja. Do dilúvio universal se salvaram só poucas almas, as que haviam entrado com Noé na arca; do dilúvio do tempo, que tudo engole, só se salvam os que entram na arca nova que é a Igreja (cf. 1 P 3, 20). Isso não quer dizer que todos os que estão fora dela não se salvam; existe uma pertença à Igreja de outro tipo, «conhecida só a Deus», diz o Concílio Vaticano II com relação a quem, sem conhecer a Cristo, atua segundo os ditados da própria consciência.
O tema da palavra de Deus, que está no centro das leituras deste domingo e sobre o que se celebrará em outubro o próximo Sínodo me sugere uma aplicação prática. Deus se serviu da palavra para comunicar-nos a vida e revelar-nos a verdade. Os seres humanos usam com freqüência a palavra para dar morte e esconder a verdade! Na introdução a seu famoso Dizionario delle opere e dei personaggi, Valentino Bompiani relata o seguinte episódio. Em julho de 1938 aconteceu em Berlim o congresso internacional dos editores, do qual ele também participou. A guerra se palpava já no ar e o governo nazista se mostrava mestre na manipulação das palavras com fins de propaganda. No penúltimo dia, Goebbels, que era ministro de Propaganda do Terceiro Reich, convidou os congressistas à sala do Parlamento. Pediu-se aos delegados dos distintos países uma palavra de saudação. Quando chegou a vez de um editor sueco, este subiu ao estrado e com voz grave pronunciou estas palavras: «Senhor Deus, devo pronunciar um discurso em alemão. Careço de vocabulário e de gramática, e sou um pobre homem perdido no gênero dos homens. Não sei se a amizade é feminino ou se o ódio é masculino, ou se o horror, a lealdade e a paz são neutros. Assim que, Senhor Deus, recobra as palavras e deixa-nos nossa humanidade. Talvez consigamos compreender-nos e salvar-nos». Estourou um aplauso, enquanto Goebbels, que havia captado a alusão, saía furioso da sala.
Um imperador chinês, interrogado sobre o que era o mais urgente para melhorar o mundo, respondeu sem duvidar: reformar as palavras! Queria dizer: devolver às palavras seu verdadeiro significado. Tinha razão. Há palavras que, pouco a pouco, foram esvaziadas completamente de seu significado original e cumuladas de um significado diametralmente oposto. Seu uso não pode mais que resultar prejudicial. É como pôr em uma garrafa de arsênico a etiqueta «digestivo efervescente»: alguém se envenenará. Os Estados se dotaram de leis severíssimas contra os falsificadores de moedas, mas de nenhuma contra a falsificação das palavras. A nenhuma palavra ocorreu o mesmo que à pobre palavra «amor». Um homem abusa de uma mulher e se justifica dizendo que o fez por amor. A expressão «fazer por amor» freqüentemente representa o ato mais vulgar de egoísmo, no qual cada um pensa em sua satisfação, ignorando totalmente o outro e reduzindo-o a simples objeto.
A reflexão sobre a palavra de Deus nos pode ajudar, como se vê, também a reformar e resgatar do vazio a palavra dos homens.
Pe. Raniero Cantalamessa, OFM Cap. – pregador da Casa Pontifícia

quinta-feira, 29 de maio de 2008

Dia Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes ( 30 dia Maio)

«Oração é fonte do trabalho sacerdotal»

Rezem pelos vossos sacerdotes!

"Recordemos as palavras do Santo Cura d’Ars, Padroeiro dos Párocos: “Se eu já tivesse um pé no Céu e se me viessem dizer para voltar para a terra para trabalhar pela conversão dos pecadores, voltaria de bom grado. E se para isto fosse necessário permanecer na terra até ao fim do mundo, levantando-me sempre à meia-noite, e sofresse como sofro, estaria disposto a fazê-lo de coração”.
O Senhor guie e proteja todos e cada um, de modo especial os doentes e os que mais sofrem, na oferenda constante da nossa vida por amor."

Cardeal Cláudio Hummes e arcebispo Mauro Piacenza
Prefeito e secretário da Congregação para o Clero

















Esperar não é permanecer numa desinteressante e passiva indiferença aguardando que alguma coisa aconteça; é um gesto profundo de preparar apaixonadamente o espaço interior onde me encontro comigo mesmo. Este encontro pode ser transformador porque é um encontro com uma realidade de Amor. Esperar não é apenas um desejo, é já uma resposta!
Gonçalo Castro Fonseca.

Igreja Católica cresce mais na África

A presença da Igreja Católica cresce na África acima da média mundial, tanto em número de batizados (22%) como em número de sacerdotes (23,24%).
É um dos dados que se desprende do Annuarium Statisticum Ecclesiae, cujo conteúdo está sendo dado a conhecer estes dias, segundo informou L’Osservatore Romanoem 18 de maio.
Segundo os dados, o número de católicos no âmbito mundial cresceu nos últimos sete anos em 8,24%, a um ritmo quase paralelo ao crescimento global da população (8,19%). No total, o número global de batizados passou de 1,04 bilhão no ano 2000 a 1,13 bilhão em 2006, 17,3% da população mundial.
Contudo, este crescimento é diferente por continentes: assim, na África, o crescimento do número de batizados (de 130 milhões no ano 200 a 158,3 em 2006) é superior ao crescimento populacional, com o qual a porcentagem de católicos de origem africana passou a constituir 14% do global de batizados.
Com relação aos operadores pastorais, o número de bispos do mundo cresce em 7,86%, especialmente no caso dos prelados procedentes da Ásia (14,83%), seguida da América (9,09%), África e Oceania (ao redor de 6%) e Europa (4,41%). Contudo, os continentes que continuam contribuindo com o maior número de bispos continuam sendo a Europa e a América, que juntas supõem 70%.
Os religiosos que não foram ordenados sacerdotes aumentam, ainda que com notáveis diferenças: enquanto diminuem na Europa (-16,83%) e na Oceania (-16,83%) aumentam enormemente na Ásia (30,63%) e na África (8,13%). A Europa continua tendo relativamente mais religiosos (34,62%), ainda que em clara diminuição.
Com relação às religiosas, ainda que seu número continua sendo o dobro que de sacerdotes e 14 vezes maior que os religiosos, a tendência é a diminuir. No âmbito global, as mulheres religiosas passaram de 800 mil a 750 mil em 7 anos, ainda que aumentam na África (15,45%) e na Ásia (12,78%).
Por último, aumentam em termos globais os candidatos ao sacerdócio, cerca de 4,43% no âmbito mundial, ainda que com grandes diferenças: enquanto na Europa diminuem quase 16%, na Ásia e na África aumentam.
O número de centros pastorais também cresce, de 409 mil em 2000 a 428 mil em 2006, mas com grandes divergências: na Europa e na Oceania diminui (2 e 5%, respectivamente), enquanto cresce espetacularmente na Ásia (28,49%) e menos na América (4,79%) e na África (3,2%).

REZAR COM SIMPLICIDADE

O título da coluna de hoje não é plágio, é uma recomendação. Leiam ou releiam o livrinho de Carmita Overbeck, “Rezar com simplicidade” (Ed. Paulinas). De fato, Deus esconde-se nas coisas simples onde, como disse o poeta Carlos Pena Filho, “a vida morava e o amor nascia”. A intimidade com essas coisas pequenas sobre as quais repousam vestígios de nosso afeto ajuda-nos a rezar, a encontrar Deus no mais concreto de nossa vida. Rezar com a matéria, com a realidade mais cotidiana de nossa vida é talvez o primeiro passo para descobrirmos o rosto de um Deus extremamente íntimo a nós e à criação.

Há pouco terminei meu retiro anual, oito dias de Exercícios Espirituais para guardar o rumo e avivar o sentido da vida. Durante esse tempo, uma das características do lugar no qual me encontrava era a de abrigar um cemitério onde se encontram os restos de inúmeros jesuítas missionários nessa região. Na minha caminhada diária, todos os dias visitava essas pessoas cujos nomes, rostos e histórias me eram desconhecidos. Todos os dias. Foi a primeira vez que senti-me levado a rezar com simplicidade diante da morte, diante desses ossos guardados com afeto, objetos “onde a vida morava e o amor nascia” – repetindo o verso já citado.

O mais curioso aconteceu-me num dia quando, ali chegando, deparei-me com algumas tumbas abertas, os ossos arrumados numa caixa diante de cada túmulo, uma etiqueta identificando os vestígios que quem ali estava. Era o momento em que exumavam-se os ossos após dez anos de espera na terra, transferindo-os para o ossuário que se situa no mesmo local. Não sabia que o estavam fazendo e, devo admitir, provavelmente não iria caso soubesse. Entretanto, nunca havia experimentado – mais que saber, mais que pensar – como nossa grandeza esconde-se em tão pequena coisa... Naquele instante, minha oração encheu-se de agradecimento ao Pai, Aquele que nos chamou à dignidade de filhos seus, nós, a inveja dos anjos e cuja imensidão está mergulhada em tamanha fragilidade. Somos grandes, somos pequenos, somos amados como cada um, como cada pessoa, como únicos e insubstituíveis. Ajudou-me a rezar com a simplicidade uma pedra que repousa no chão desse mesmo lugar e na qual está escrito o seguinte texto:

“Esses homens que viveram de modo discreto e anônimo, homens que foram intelectuais, pregadores e professores renomados, homens que deram suas vidas pelo Evangelho,
pela Igreja e pelos empobrecidos, homens que viveram com fé e simplicidade em um mundo que nunca entendeu sua pobreza, castidade e obediência, homens que trouxeram a Companhia de Jesus até esse momento. Por eles nós damos graças a Deus.”
34a Congregação Geral dos Jesuítas)

terça-feira, 27 de maio de 2008

8ª Assembléia de Pastoral Paroquial

Com Cristo a serviço da vida e da esperança!
Nos dias 24 e 25 de maio nossa Paróquia esteve encontrando-se para a 8ª Assembléia de Pastoral Paroquial, cujo tema foi “Com Cristo a serviço da vida e da esperança”. Fora um momento de conclusão do processo que vem sendo feito pelas Comunidades Eclesiais e Pastorais para avaliar e planejar a ação pastoral de nossa Paróquia à luz do Documento de Aparecida, das Características da Paróquia Jesuíta, das Prioridades de Ação Pastoral da Igreja do Brasil e da Arquidiocese de Fortaleza. Foi estimada a participação de quase 200 agentes de pastoral. A assessoria temática esteve a cargo de Ir. Terezinha Cota e Pe. Eliomar Ribeiro.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

JESUÍTAS ESPANHÓIS REFLETEM SOBRE FENÔMENO DAS MIGRAÇÕES

Os jesuítas da Espanha aprovaram um plano geral de estudo e trabalho social sobre o fenômeno das migrações. Os imigrantes que hoje vivem na Espanha são cerca de 4,4 milhões. A maior parte deles, cerca de 75%, provém de países que se encontram ao sul da Espanha.

A grande maioria chega ao país em busca de trabalho e constitui uma mão-de-obra considerada ainda necessária para o desenvolvimento socioeconômico espanhol. Segundo algumas previsões, mesmo se houver uma crise econômica, serão necessários até o ano 2020 outros 157 mil trabalhadores imigrados.

Além disso, é importante a contribuição desses trabalhadores para o sistema de previdência social nacional. Para fazer frente a uma questão tão ampla e tão complexa, os jesuítas espanhóis decidiram organizar-se e coordenar-se criando uma rede entre os diversos centros de atividades sociais distribuídos no país.


O programa foi apresentado recentemente em Madri, e estão previstos encontros regionais com os meios de comunicação social. Participam dessa rede não somente os jesuítas e os movimentos leigos a eles ligados, mas também outros institutos e associações.

O fenômeno das migrações é enfrentado não somente com atividades de caráter pastoral, mas também com estudos e pesquisas de tipo teórico-doutrinal em nível universitário.

Por ocasião da coletiva de imprensa de apresentação do programa, foi distribuído um livreto de caráter prático e de divulgação, no qual são abordadas quatorze questões-objeções escolhidas entre as interrogações mais freqüentes em relação ao fenômeno das migrações.

50 razões para REZAR ...

sábado, 17 de maio de 2008

Evangelho dominical

Trindade revela segredo das relações humanas belas

Trindade, escola de relação
Por que os cristãos acreditam na Trindade? Não é já bastante difícil crer que existe Deus como para acrescentarmos o enigma de que é «uno e trino»? Frequentemente aparecem aqueles que deixariam de lado a Trindade, também para poder assim dialogar melhor com judeus e muçulmanos, que professam a fé em um Deus rigidamente único.
A resposta é que os cristãos acreditam que Deus é trino porque creem que Deus é amor! Se Deus é amor, deve amar alguém. Não existe um amor vazio, sem ser dirigido a ninguém. Nos interrogamos: a quem ama Deus para ser definido amor? Uma primeira resposta poderia ser: ama os homens! Mas os homens existem há alguns milhões de anos, não mais. Então, antes, a quem amava Deus? Não pode ter começado a ser amor desde certo momento, porque Deus não pode mudar. Segunda resposta: antes de então amava o cosmos, o universo. Mas o universo existe há alguns milhões de anos. Antes de então, a quem amava Deus para poder ser definido como amor? Não podemos dizer: amava a si mesmo, porque amar a si mesmo não é amor, mas egoísmo, ou, como dizem os psicólogos, narcisismo.
Está aqui a resposta da revelação cristã. Deus é amor em si mesmo, antes do tempo, porque desde sempre tem em si mesmo um Filho, o Verbo, a quem ama com amor infinito, que é o Espírito Santo. Em todo amor há sempre três realidades ou sujeitos: um que ama, um que é amado e o amor que os une. Ali onde Deus é concebido como poder absoluto, não existe necessidade de mais pessoas, porque o poder pode ser exercido por um só; mas não é assim se Deus é concebido como amor absoluto.
A teologia tem-se servido do termo natureza, ou substância, para indicar em Deus a unidade, e o termo pessoa para indicar a distinção. Por isso, dizemos que nosso Deus é um Deus único em três pessoas. A doutrina cristã da Trindade não é um retrocesso, um pacto entre monoteísmo e politeísmo. Ao contrário: é um passo adiante que só o próprio Deus poderia fazer que a mente humana desse.
A contemplação da Trindade pode ter um precioso impacto em nossa vida humana. É um mistério de relação. As pessoas divinas são definidas pela teologia como «relações subsistentes». Significa que as pessoas divinas não têm relações, mas que são relações. Os seres humanos têm relações --entre pai e filho, marido e mulher...--, mas não nos esgotamos nestas relações; existimos também fora e sem elas. Não é assim com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A felicidade e a infelicidade na terra dependem em grande medida, sabemos, da qualidade de nossas relações. A Trindade nos revela o segredo para ter relações belas. O que faz bela, livre e gratificante uma relação é o amor em suas diferentes expressões. Aqui se vê quão importante é contemplar a Deus antes de tudo como amor, não como poder: o amor doa, o poder domina. O que envenena uma relação é querer dominar o outro, possui-lo, instrumentalizá-lo, em vez de acolhê-lo e entregar-se. Devo acrescentar uma observação importante. O Deus cristão é uno e trino! Esta é, portanto, desta forma, a solenidade da unidade de Deus, não só de sua trindade. Nós, cristãos, também cremos «em um só Deus», só que a unidade na qual cremos não é uma unidade de número, mas de natureza. Parece mais a unidade da família que a do indivíduo, mais a unidade da célula que a do átomo.
A primeira leitura da Solenidade nos apresenta o Deus bíblico como «misericordioso e clemente, lento para a cólera e rico no amor e na fidelidade». Este é o traço que mais reúne o Deus da Bíblia, o Deus do Islã e o Deus (melhor dito, a religião) budista, e que se presta mais, por isso, a um diálogo e a uma colaboração entre as grandes religiões. Cada sura do Alcorão começa com a invocação: «Em nome de Deus, o Misericordioso, o Compassivo». No budismo, que desconhece a idéia de um Deus pessoal e criador, o fundamento é antropológico e cósmico: o homem deve ser misericordioso pela solidariedade e a responsabilidade que o liga a todos os viventes. As guerras santas do passado e o terrorismo religioso do presente são uma traição, não uma apologia, da própria fé. Como se pode matar no nome de um Deus ao qual se continua proclamando «o Misericordioso e o Compassivo»? É a tarefa mais urgente do diálogo inter-religioso que juntos, os fiéis de todas as religiões, devem buscar a paz e o bem da humanidade.

Padre Raniero Cantalamessa, OFM




sexta-feira, 16 de maio de 2008

Os jovens e a Igreja


Os jovens não vão à igreja! Os jovens estão perdidos! Não há vocações! A Igreja é para os velhos e conservadores! Os jovens…!
Todos os dias ouvimos dizer nas nossas comunidades estas e tantas outras coisas que nos fazem perguntar: Porque é que os jovens já não se interessam pela Igreja? Assim colocada, a pergunta parece atirar a responsabilidade para o lado dos jovens. E esta é uma leitura perfeitamente lícita – o materialismo, o hedonismo, a falta de horizonte não são propriamente bichos raros entre a gente nova. A questão, contudo, pode muito bem ser virada ao contrário: “Será que os Jovens interessam à Igreja?” Os jovens como eles são, e não como gostaríamos que eles fossem. Não se trata de pôr em causa a instituição Igreja – os seus dois mil anos de história garantem-lhe uma sabedoria que não questiono – mas será que nós, Igreja, temos feito o esforço suficiente para falar a linguagem dos mais novos? Será que estamos dispostos a acolher os ventos de futuro que abanam as estruturas antigas e que muitas vezes põem em causa a nossa maneira de estar e pensar? Estaremos realmente abertos a uma diferença que ameaça, mas que não pode deixar de encerrar um dom? Os jovens não são os mesmos de há 40, 30 ou mesmo 10 anos atrás. E os seus problemas e sonhos também não. O mundo é outro e isso não pode ser esquecido ou ignorado!
Por exemplo em Portugal, nós, Igreja, olhamos muitas vezes com desconfiança fenómenos como os “Morangos com açúcar”, o iPod”, o “Messenger”, os telemóveis… Mas serão estas realidades simplesmente perigosas, ou antes possibilidades que poderiam fazer chegar aos jovens o Evangelho? Será que Jesus não olharia todos estes meios como uma imensa possibilidade?
E no entanto, continuamos a perder oportunidades quando criticamos a realidade, que nos parece adversa, sem antes fazer o esforço de descobrir nela uma dádiva que nos convida a ir mais além. Julgo que este é o ensinamento da cruz: Jesus abraça um mundo que o condena. Não para se submeter ao mundo, mas para fazer crescer o melhor que ele encerra.
Os jovens são intensos, são tecnológicos, são “computorizados”, mas continuam à procura das experiências verdadeiras e profundas, como procuravam os jovens do passado e como irão procurar os jovens do futuro. Só que cada tempo tem a sua maneira de procurar.
Os jovens, dizia o Papa João Paulo II, “são os primeiros protagonistas do terceiro milénio [...] são vocês que vão traçar os rumos desta nova etapa da humanidade”. Também o Papa Bento XVI tem manifestado o desejo de confiar aos jovens o futuro da Igreja e do mundo. Durante a sua visita ao Brasil em 2007 afirmava: “O meu apelo de hoje, a vós jovens, que viestes a este encontro, é que não desperdiceis a vossa juventude. Não tenteis fugir dela. Vivei-a intensamente. Consagrai-a aos elevados ideais da fé e da solidariedade humana. Vós, jovens, não sois apenas o futuro da Igreja e da humanidade, como uma espécie de fuga do presente. Pelo contrário: vós sois o presente jovem da Igreja e da humanidade. Sois seu rosto jovem. A Igreja precisa de vós, como jovens, para manifestar ao mundo o rosto de Jesus Cristo, que se desenha na comunidade cristã. Sem o rosto jovem a Igreja apresentar-se-ia desfigurada.”
Os jovens são o futuro! A Igreja já mergulhou no terceiro milénio, e Jesus continuará a estar presente no mundo pelos jovens de hoje e do futuro. Por isso acredito que é preciso aprender, construir e viver com eles e não desacreditá-los, esquecê-los ou negar a sua realidade!

Pedro Palma

http://www.essejota.net



Evangelho do dia

Marcos 8,34-9,1.

Abraçar a cruz para nós deve significar abandonar a própria vontade para abraçar a vontade de Deus. É abandonar os próprios projetos para aderir aos projetos de Deus, colocando-se inteiramente em suas mãos. Agindo assim, o cristão dará um grande salto qualitativo na sua vida espiritual, passando a ver a vida e o mundo com os olhos e o coração de Deus. É o primeiro passo para o que, na tradição da Igreja, se chama de contemplação.
As palavras de Jesus são exigentes e particularmente difíceis de serem aceitas pelo homem moderno, tão cioso de sua liberdade e autonomia. Jesus, no entanto, quer nos ensinar que só é verdadeiramente livre aquele que se dá ao outro por amor. Aquele que só vive em função de si mesmo e dos seus projetos não entende o verdadeiro sentido da vida e não passa de um escravo das próprias ambições.

Pe. D. Justino Silva de Souza, OSB

Igreja incentiva projeto de lei contra corrupção no Brasil

O arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer, convida os cidadãos brasileiros a firmarem o abaixo-assinado do projeto de lei de iniciativa popular que pretende auxiliar no combate à corrupção no país.
O novo projeto foi lançado durante a 46a Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), em abril passado, com apoio da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
A campanha já está nas ruas e precisa recolher pelo menos um milhão e duzentas mil assinaturas em todo o país.
«Quem se propõe para o exercício de cargos políticos precisa ter ficha limpa para merecer a confiança dos cidadãos», explica Dom Odilo, em mensagem difundida pela CNBB esta quinta-feira.
O cardeal Scherer explica que «é constatável, e não raro, que em campanhas eleitorais passadas se apresentaram candidatos com ficha criminal a seu desfavor; por vezes, mesmo com processos por homicídio, tráfico de drogas, violência sexual e desvio de recursos públicos».
«A legislação atual não impede tais candidaturas e só ficam impedidos de disputar eleições aqueles que já tiveram condenação definitiva. Uma vez eleitos, os mandatários adquirem foro privilegiado e se colocam praticamente a salvo de qualquer condenação», afirma o arcebispo.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Na busca de Deus, «o amor vale mais do que a razão», diz Papa

Na audiência geral, o Papa apresentou a figura de um teólogo do século VI, conhecido com o pseudônimo de Dionísio Areopagita, primeiro grande teólogo místico, quem teve o mérito de purificar o pensamento grego à luz do Evangelho, encarnando um autêntico espirito de diálogo, válido ainda hoje para as relações entre o cristianismo e as religiões asiáticas.

Já na eleição do pseudônimo - Dionísio, segundo os Atos dos Apóstolos, era o membro do Areópago de Atenas que se converteu graças à pregação de São Paulo--, esclareceu o pontífice, revela-se seu desejo de promover «o encontro entre a cultura e a inteligência grega com o anúncio de Cristo».

Dionísio Areopagita serviu-se do «pensamento neoplatônico», «profundamente anti-cristão», para mostrar a verdade de Cristo, transformando assim a imagem politeísta do universo «na harmonia do cosmos de Deus, onde todas as forças são louvor de Deus», «um louvor cósmico».

Para o Pseudo-Dionísio, «toda a criação fala de Deus e é um elogio de Deus». Por este motivo, «Deus é encontrado sobretudo quando é louvado, não apenas no exercício da reflexão; e a liturgia não é algo construído por nós, algo inventado para fazer uma experiência religiosa durante um certo período de tempo; consiste em cantar com o coro das criaturas e em entrar na mesma realidade cósmica».

Segundo este discípulo de São Paulo, acrescentou o Papa, «não se pode falar de Deus de maneira abstrata; falar de Deus é sempre um “hymnein”, um elevar hinos para Deus com o grande canto das criaturas, que se reflete e concretiza no louvor litúrgico».

Por este motivo, explicou Bento XVI, pode-se dizer que criou a «primeira teologia mística». Com ele, a palavra «mística» adquire uma acepção «mais pessoal, mais íntima»: «expressa o caminho da alma para Deus».

O teólogo do século VI nos ensina que «os conceitos mais elevados sobre Deus não chegam nunca até sua autêntica grandeza; são sempre impróprios», pois «Deus está acima de todos os conceitos».

«Na simplicidade das imagens, encontramos mais verdade que nos grandes conceitos --seguiu dizendo. O rosto de Deus é nossa incapacidade para expressar realmente o que é».

Deste modo, fala de uma «teologia negativa»: «é mais fácil dizer o que não é Deus que expressar o que realmente é».

«Apenas através destas imagens, podemos adivinhar seu verdadeiro rosto e, por outro lado, este rosto de Deus é muito concreto: é Jesus Cristo», de fato, «o caminho para Deus é Deus mesmo, o qual se faz próximo de nós em Jesus Cristo».

«No final, o amor vê mais que a razão. Onde está a luz do amor, as trevas da razão se desvanecem; o amor vê, o amor é um olho e a experiência nos dá muito mais que a reflexão. Boaventura viu em São Francisco o que significa esta experiência: é a experiência de um caminho muito humilde, muito realista, dia após dia, é caminhar com Cristo, aceitando sua cruz.»

Deste modo, a figura de Dionísio Areopagita adquire uma grande atualidade, pois «se apresenta como um grande mediador no diálogo moderno entre o cristianismo e as teologias místicas da Ásia, cuja característica está na convicção de que não se pode dizer quem é Deus».

Segundo esta visão, «d’Ele só se pode falar com formas negativas; de Deus só se pode falar com o ‘não’, e só é possível alcancá-lo se se entre nesta experiência do ‘não’».

O grande teólogo místico «pode ser hoje um mediador como o foi entre o espírito grego e o Evangelho».

«Quando alguém encontra a luz da verdade, se dá conta de que é uma luz para todos; desaparecem as polêmicas e é possível entender-se mutuamente, ou ao menos falar um com o outro, aproximar-se», afirmou o Papa ao concluir sua meditação.

«O caminho do diálogo consiste precisamente em estar próximo de Deus em Cristo, na profundidade do encontro com Ele, na experiência da verdade, que nos abre à luz e nos ajuda a sair ao encontro dos demais: a luz da verdade, a luz do amor».

«Ao fim e ao cabo, diz-nos: tomai o caminho da experiência, da experiência humilde da fé, cada dia. Então, o coração se faz grande e pode ver e iluminar também a razão, para que veja a beleza de Deus».

Fátima é uma reserva espiritual para todo o mundo

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Retiro - Postulinter - Encontro dos acólitos

Nos dias 09, 10 e 11 os vocacionados externos fizeram o retiro "Seguimento de Jesus" orientados por Agnaldo e Pe. Júnior na Casa de Retiro Santo Afonso. Neste mesmo fim de semana os vocacionados internos participaram do Postulinter que teve como tema o Seguimento de Jesus. E no domingo dia 11 o escolástico Zé Wilson e Pe. Edvam estiveram com 130 Acólit@s da Paroquia num dia de convivência e lazer. Partilhamos com vocês algumas fotos.

Bento XVI implora um novo Pentecostes

...
Pentecostes é, portanto, de maneira especial, o batismo da Igreja que empreende sua missão universal, começando pelas ruas de Jerusalém, com a prodigiosa pregação nos diferentes idiomas da humanidade. Neste batismo do Espírito são inseparáveis a dimensão pessoal e a comunitária, o «eu» do discípulo e o «nós» da Igreja. O Espírito consagra a pessoa e faz dela, ao mesmo tempo, membro vivo do Corpo místico de Cristo, partícipe da missão de testemunhar seu amor. E isto acontece mediante os sacramentos da iniciação cristã: o Batismo e a Confirmação.
Em minha mensagem por ocasião da próxima Jornada Mundial da Juventude, 2008, propus aos jovens que redescubram a presença do Espírito Santo em sua vida e, portanto, a importância destes sacramentos. Hoje quero ampliar o convite a todos: redescubramos, queridos irmãos e irmãs, a beleza de ser batizados no Espírito Santo; retomemos consciência de nosso Batismo e de nossa Confirmação, mananciais de graça sempre atual.
Peçamos à Virgem Maria que alcance também hoje para a Igreja um novo Pentecostes, que infunda em todos, em especial nos jovens, a alegria de viver e testemunhar o Evangelho.

sábado, 10 de maio de 2008

Domingo de Pentecostes



Oração, segredo para «um novo Pentecostes»

O poder do alto
Todos vimos em alguma ocasião a cena de um carro quebrado: dentro está o motorista e detrás uma ou duas pessoas empurrando o veículo, tentando inutilmente dar-lhe a velocidade necessária para que funcione. Param, secam o suor, voltam a empurrar... E de repente, um ruído, o motor começa a funcionar, o carro avança e os que o empurravam se erguem com um suspiro de alívio. É uma imagem do que ocorre na vida cristã. Caminha-se à base de impulsos, com fadiga, sem grandes progressos. E pensar que temos à disposição um motor potentíssimo («o poder do alto!») que espera só que o façamos funcionar. A festa de Pentecostes deverá ajudar-nos a descobrir este motor e como colocá-lo em movimento.
O relato dos Atos dos Apóstolos começa dizendo: «Ao chegar o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos em um mesmo lugar». Destas palavras deduzimos que Pentecostes pré-existia... a Pentecostes. Em outras palavras: havia já uma festa de Pentecostes no judaísmo e foi durante tal festa que o Espírito Santo desceu. Não se entende o Pentecostes cristão sem levar em conta o Pentecostes judaico que o preparou. No Antigo Testamento houve duas interpretações da festa de Pentecostes. No princípio era a festa das sete semanas, a festa da colheita, quando se ofereciam a Deus as primícias do trigo; mas sucessivamente, e certamente em tempos de Jesus, a festa se havia enriquecido de um novo significado: era a festa da entrega da lei no monte Sinai e da aliança.
Se o Espírito Santo vem sobre a Igreja precisamente no dia em que em Israel se celebrava a festa da lei e da aliança, é para indicar que o Espírito Santo é a lei nova, a lei espiritual que sela a nova e eterna aliança. Uma lei escrita já não sobre tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, que são os corações dos homens. Estas considerações suscitam de imediato uma interrogação: vivemos sob a antiga lei ou sob a lei nova? Cumprimos nossos deveres religiosos por constrição, por temor e por costume, ou ao contrário por convicção íntima e quase por atração? Sentimos Deus como pai ou como patrão?
Concluo com uma história. No princípio do século XX, uma família do sul da Itália emigra aos Estados Unidos. Como carecem de dinheiro suficiente para pagar as refeições no restaurante, levam consigo alimento pela viagem: pão e queijo. Com o passar dos dias e das semanas, o pão se endurece e o queijo mofa; em certo momento, o filho não o agüenta mais e não pára de chorar. Então seus pais tiram os poucos trocados que restam e que dão para desfrutar uma boa refeição no restaurante. O filho vai, come e volta a seus pais banhado em lágrimas. «Como? Gastamos tudo para pagar-lhe um almoço, e você continua chorando?». «Choro porque descobri que uma refeição por dia no restaurante estava incluída no preço, e passamos todo o tempo a pão e queijo!». Muitos cristãos realizam a travessia da vida «a pão e queijo», sem alegria, sem entusiasmo, quando poderiam, espiritualmente falando, desfrutar cada dia de todo «bem de Deus», tudo «incluído no preço» de ser cristãos.
O segredo para experimentar aquilo que João XXIII chamava de «um novo Pentecostes» se chama oração. É aí onde se acende a «chama» que liga o motor! Jesus prometeu que o Pai celestial dará o Espírito Santo a quem o pedir (Lc 11, 13). Então, vamos pedir! A liturgia de Pentecostes nos oferece magníficas expressões para fazê-lo: «Vinde, Espírito Santo... Vinde, Pai dos pobres; vinde, doador dos dons; vinde luz dos corações. No esforço, descanso; refúgio nas horas de fogo; consolo no pranto. Vinde, Espírito Santo!».


Comentário do Pe. Cantalamessa

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ( 7° dia)

"O diálogo ecumênico é o horizonte do futuro."

Disse o Papa Bento XVI

Rezem!

Senhor Deus, na perfeita unidade de vosso ser, cultivai em nossos corações o desejo ardente e a esperança da unidade, para jamais cessarmos de trabalhar a serviço de vosso evangelho. Nós vos pedimos por Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém

O Evangelho do domingo 11 de maio de 2008

Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da semana, estando trancadas as portas do lugar onde estavam os discípulos, por medo dos judeus, Jesus chegou, pôs-se no meio deles e disse: "A paz esteja convosco". Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos se alegraram ao ver o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: "A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio". Após essas palavras, soprou sobre eles e disse: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados serão perdoados. A quem não perdoardes os pecados não serão perdoados".

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ( 6° dia)

Creio que “na prática deste amor e compreensão podemos encontrar profundidade”. “Tivemos um intercâmbio de experiência religiosa pessoal de nossa própria fé”. “A união de budistas e cristãos em prol de um mundo mais pacífico, é uma verdadeira benção. A pesar de todas as diferenças, as aparentes diferenças, cultura e tradição. Inclusive “agora mesmo, ao ouvir a benção do Papa Bento XVI pudemos sentir muita força e motivação para a cooperação”.

Rezem!

Senhor, fazei de nós vossos discípulos, à escuta da palavra dia e noite. Em nossa estrada para a unidade, dai-nos a paciência para saber esperar os frutos no devido tempo. Quando os preconceitos e a desconfiança tomarem conta de nós, concedei-nos a humildade paciência necessária a reconciliação. Amém.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Maria pode impulsionar o ecumenismo?

Burggraf: Certamente. Não podemos esquecer que o verdadeiro protagonista do movimento ecumênico é o Espírito Santo. Portanto, é aconselhável que uma pessoa que quer trabalhar a sério pela unidade dos cristãos tome Maria como mestra e companheira no caminho: sua docilidade ao Espírito pode ser considerada como o núcleo íntimo de uma autêntica atitude ecumênica.
A veneração a nossa Mãe se fundamenta na Sagrada Escritura. Maria canta no Magnificat: «Desde agora, todas as gerações me chamarão bem-aventurada». Estas palavras são uma profecia e, por sua vez, uma missão para a Igreja de todos os tempos.
Os cristãos não inventaram nada novo quando começaram a louvar Maria. Ao contrário, descuidariam do que lhes foi confiado se não o fizessem. Eles se afastariam da palavra bíblica, e não glorificariam a Deus como Ele quer ser glorificado.
Burggraf é doutora em Psicopedagogia, doutora em Sagrada Teologia e professora de Teologia dogmática na Faculdade de Teologia da Universidade de Navarra e esteve em Roma recentemente para apresentar o «Dicionário de Teologia» da Editora EUNSA.

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ( 5° dia)

Ut unum sint!

“... Eis porquê, mesmo diante das dificuldades e das divisões, os cristãos não podem resignar-se nem ceder ao desencorajamento. Isso pede a eles o Senhor: perseverar na oração para manter viva a chama da esperança e o anseio pela plena unidade. Ut unum sint! Sempre ressoa no nosso coração este convite de Cristo”.

Rezem!

Senhor, faze de nós discípulos à escuta de tua Palavra dia e noite. Em nossa estrada para a unidade, dá-nos a paciência para saber esperar os frutos ao seu tempo. Quando os preconceitos e a desconfiança tomarem conta de nós, concede-nos a humilde paciência, necessária para a reconciliação. Nós te pedimos. Amém.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ( 4° dia)

Em Roma lê-se a Bíblia ininterruptamente em um ambiente ecumênico

Rezem!

Senhor Deus, tu criaste a humanidade, homem e mulher, à tua imagem. Concede-nos orar sem cessar, com uma só alma e um só coração, a fim de que todos os que têm fome sejam saciados, que os oprimidos sejam libertados, que todo ser humano seja tratado com dignidade; faze de nós teus instrumentos para que esse desejo se torne realidade. Nós te pedimos em nome de Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos ( 3° dia)

Difundir a esperança: A missão ecumênica dos monges de Taizé

Existe somente o Espírito Santo, o Espírito de Deus, o suspiro de Deus que habita em cada pessoa, em cada ser humano! Cristo veio para que o espírito de Deus pudesse estar em todos e esta proximidade de Deus com os seres humanos confere grande consolo e grande força para que todos os homens encontrem a esperança.”

Rezem!

Senhor, tu queres que a verdade esteja no fundo de nosso ser; no secreto de nosso coração, tu nos ensinas a sabedoria. Ensina-nos a nos encorajarmos mutuamente no caminho da unidade. Mostra-nos as conversões necessárias para a reconciliação. Dá a cada um de nós um coração renovado, um coração verdadeiramente ecumênico, nós te pedimos. Amém

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos (2° dia)

29,000 km rezando pela unidade

O jovem Australiano Samuel Clear começou uma caminhada à volta do globo rezando pela unidade dos cristãos. 29,000 km, dos quais aproximadamente 18.000 serão percorridos a pé e ele tem apenas 29 anos.“O que de momento estou a fazer é andar à volta do mundo à pé rezando pela unidade dos cristãos.
"Deus de toda a criação, escuta a oração dos teus filhos. Ajuda-nos a conservar nossa fé e nossa confiança em ti. Ensina-nos a dar graças em todas as circunstâncias, a ter confiança em tua misericórdia. Concede-nos a verdade e a sabedoria, a fim de que tua Igreja possa renascer para uma vida nova na comunhão. Só tu és nossa esperança. Amém."


sexta-feira, 2 de maio de 2008

Evangelho da Ascenção do Senhor

Gavi-Fortaleza

Retiro: Seguimento de Jesus
Ser Jesuíta

DESEJAS FAZER UM DISCERNIMENTO VOCACIONAL? PARTICIPE DO GAVI!

O encontro vocacional nos dias 02 e 04 de Maio, será no Eusébio na Casa de Retiro Santo Afonso. Neste encontro os jovens farão um retiro inaciano - Seguimento de Jesus.

Rezem por eles!

Informações para um discernimento vocacional a Companhia podem ser feito por e-mail:

Paróquia do Mondubim realiza Caminhada pela Paz



As Pastorais Sociais e Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) da Paróquia do Mondubim, promoveram no dia 1º de Maio, a partir das 16h00 a primeira Caminhada pela paz. A concentração foi na praça em frente ao posto de saúde do Conjunto Esperança. Atualmente o bairro vive diversas situações de violência principalmente entre a juventude e o objetivo é sensibilizar os moradores e o poder público para uma nova cultura de paz, exigindo políticas públicas. A caminhada foi dividida em alas reivindicando educação, meio ambiente, trabalho, juventude, saúde e segurança. Durante o percurso houve apresentações de teatro, música e danças. No final da caminhada além das apresentações teve uma ciranda muito animada. Foi ato muito bonito e com a presença significativa de jovens crismandos e das comunidades da Paróquia. Agradecemos o empenho da equipe organizadora: Zé Wilson, Ana Lurdes e Ana Maria e dos conselheiros que se empenharam motivando as comunidades.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Dia do Trabalho

Por ocasião do Dia do Trabalho, a CNBB publicou uma mensagem aos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.Pensando no significado e no imenso valor do trabalho das mulheres e dos homens do Brasil, os bispos consideram que pouco se reflete sobre o sentido do trabalho. Fala-se muito no crescimento da renda, nos investimentos financeiros e produtivos, no poder de consumo dos pobres emergentes e beneficiários do programas sociais do governo. Sabe-se, porém, que em meio a tudo isso cresce o drama de jovens e adultos sem emprego ou vivendo no subemprego.O trabalho é, antes de tudo, um mecanismo de partilha. Através dele o ser humano burila os produtos e forças da natureza para colocá-los a seu serviço. Para nós cristãos, trabalhar é participar da obra criadora de Deus. Ao colocar mãos à obra, o ser humano cria, não do nada como Deus fez, mas a partir da obra do Criador. E Deus, ao criar o mundo, não o fez para si, mas para a humanidade, quase a nos indicar a sociabilidade do trabalho. Tanto o cansaço da obra como os seus resultados devem ser compartilhados.O modelo econômico e financeiro hegemônico, concentrador de riqueza, adotado sem restrições e voltado exclusivamente para o consumo, pode nos iludir e fazer esquecer os ideais de partilha, de pôr em comum os bens, de implantar a paz, superando as raízes da violência e da injustiça.Seguidores e anunciadores de Jesus de Nazaré, nascido de Maria, e sob a proteção do operário São José, reafirmamos nosso compromisso em acreditar e propor uma sociedade diferente para o Brasil: acesso democrático à terra e trabalho para todos, água e alimento distribuídos com equidade, proteção à natureza, respeito às nações indígenas e quilombolas.Neste 1º de Maio, a CNBB saúda as trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, suas organizações sindicais e movimentos sociais, ao mesmo tempo em que manifesta apoio à Campanha pela redução da jornada de trabalho constitucional para 40 horas semanais sem diminuição dos salários.Concluindo a mensagem, os bispos reafirmam sua união a todas as pessoas comprometidas na imensa tarefa de construir um país diferente, onde trabalho e dignidade cidadã caminhem de mãos dadas na superação dos conflitos e das causas das desigualdades entre as quais, primordialmente, o desemprego.O texto é assinado por dom Geraldo Lyrio Rocha, arcebispo de Mariana e Presidente da CNBB, e dom Dimas Lara Barbosa, bispo auxiliar do Rio de Janeiro e Secretário-Geral da CNBB.

JESUÍTAS DO CANADÁ PEDEM AO GOVERNO PROTEÇÃO

Os jesuítas do Canadá se dirigiram ao governo para pedir proteção e a abertura de inquéritos sobre as recentes ameaças de morte contra agentes humanitários por parte do grupo paramilitar Águias Negras. A decisão dos jesuítas se baseia em notícias surgidas na imprensa canadense e colombiana segundo as quais agentes humanitários que trabalham sob a guia dos padres Francisco de Roux e Libardo Valderrama estão sendo ameaçados de morte. O grupo atua na Colômbia em programas de educação ao desenvolvimento e à paz. Destas atividades, participam principalmente crianças e jovens de famílias camponesas, muitas das quais deslocadas, vítimas de violências internas e cruzadas entre os dois grupos de guerrilha (FARC e ELN), e o Exército regular e grupos de combatentes. Em 20 de abril passado, o Presidente do Episcopado colombiano, dom Luis Augusto Castro Quiroga, evidenciou as relações existentes entre setores políticos institucionais e grupos paramilitares – os chamados grupos de ‘autodefesa’ – e exortou todos os colombianos a colocar um fim “a estas cumplicidades que simplesmente agravam a espiral de violência em que o país se encontra. “É preciso – para o arcebispo de Tunja – um grande esforço de paz, verdade e purificação”.