Chegando ao Japão, em pouco tempo conseguiu tornar-se uma pessoa muita próxima dos japoneses. Algumas autoridades, porém, desconfiaram que ele fosse um espião norte-americano e por isso prenderam-no, até comprovarem as suas verdadeiras intenções evangelizadoras. Mais tarde, saindo de Yamagushi [terra onde estivera antes São Francisco Xavier], Arrupe foi trabalhar no noviciado do Japão, em Hiroshima, como mestre de noviços. Era a época da II Guerra Mundial e este sacerdote acabaria testemunhando um dos episódios mais tristes da história contemporânea: a destruição completa de uma cidade através da bomba atômica.
Pedro Arrupe, que morava a alguns kilometros da tragédia, logo transformou o semi-destruído noviciado dos jesuítas em um verdadeiro hospital,para acolher os sobreviventes do ataque. Ele e seus noviços foram à cidade tirar os vivos, queimar os mortos para não haver infecções, e muito mais. Após esste tempo, Arrupe deixou o noviciado ao ser eleito Provincial dos jesuítas no Japão. E, anos depois, Superior Geral da Companhia de Jesus no mundo inteiro.Como Geral dos jesuítas, o Pe. Pedro Arrupe foi um verdadeiro profeta dos nosso tempo, tempo esse de enorme agitação e mudança, que marcaram os famosos anos sessenta. A Igreja acabava de viver o Concílio Ecumênico Vaticano II e agora havia que adaptá-lo e adotá-lo em todos os sentidos à vida e missão eclesial, não sem resistências e crises. Foi um tempo de grandes mudanças para a Igreja e para a Companhia. Pe. Arrupe assumiu totalmente as inspirações do Concílio, aproximando a sua ordem ao mundo dos leigos, dos pobres, da juventude, da sociedade contemporânea. Apesar do cargo de superior Geral da Companhia ser vitalício, Arrupe sentiu que a sua missão estava cumprida e pediu para retirar-se. Mas o papa João Paulo II não aceitou a sua renúncia. Mas, apesar de todas as dificuldades que isso gerou, a Companhia souber viver em obediência verdadeira por amor a Cristo e a sua Igreja.
Em 1980 o Pe. Arrupe sofreu uma trombose, que o levou a passar seus últimos anos de vida em uma cama, até partir para o Pai em 1990. No seu discurso de despedida aos jesuítas disse:
“EU ME SINTO MAIS DO QUE NUNCA NAS MÃOS DE DEUS. ISSO FOI O QUE SEMPRE DESEJEI, DESDE JOVEM. E ISSO É A ÚNICA COISA QUE CONTINUO DESEJANDO AGORA. MAS, COM UMA DIFERÊNÇA: HOJE TODA A INICIATIVA VEM DO SENHOR. ASSEGURO-LHES QUE SABER-ME E SENTIR-ME TOTALMENTE EM SUAS MÃOS É UMA PROFUNDA EXPERIÊNCIA”.
Que cresça em nós a devoção a este santo homem e santo Jesuíta.
Que sua vida, sua espiritualidade e profetismo não esmoreça entre nós. Continuemos sendo fiéis áquilo que movia Arrupe, sentir-se mais e mais nas mão de Deus e fazer apenas a sua vontade. (Fonte: Jesuítas da Amazônia)
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