Este dia surge à imagem do passado “dia de todos os santos” que celebramos esta terça-feira na Igreja. Nesse dia, a memória é sobretudo a daqueles que viveram as suas vidas no dom da santidade e que hoje se encontram junto do Pai, mas cujas histórias passaram despercebidas aos olhos da História. Não tanto Paulo, não tanto Pedro, não tanto Agostinho ou Tomás de Aquino, não tanto Francisco de Assis, Teresa de Ávila ou Domingos de Gusmão. Também, mas sobretudo aqueles que, heróica ou discretamente, fizeram das suas vidas lugar de santidade, lugares de Deus, sem que os seus nomes tenham ficado guardados no cânone dos santos. À luz desse dia, também hoje, mais que Inácio de Loyola, Francisco Xavier, Pedro Fabro, Afonso Rodrigues, João Berchmans, ou Miguel Pró, lembramos aqueles que fizeram parte deste corpo e lhe deram cada dia da sua vida como lugar de santidade, mas cujos nomes se perderam no tempo.
Se a vida daqueles cujos nomes lembramos nos estimulam no testemunho que a sua vida é para nós, estes mesmos e os que hoje celebramos dão-nos, em conjunto, um estímulo maior: são o impulso que nos precede em direcção a uma vida de comunhão com Deus. Quando um homem entra na Companhia de Jesus, entra num corpo em movimento. O movimento desse corpo é gerado na vida de cada jesuíta e a vida daqueles que dão lugar à santidade move o corpo para Deus. A relação é recíproca: digo “fizeram das suas vidas lugar de santidade”, ou “a vida daqueles que dão lugar à santidade”, porque é isso, de fato, o que queremos dizer quando falamos dos santos: a sua vida é lugar do Santo, de Deus; Ele, por sua vez, move o corpo num movimento de vida, de atração a Si, porque vive amorosamente atraído por cada ser humano. Essa reciprocidade e esse movimento é a santidade vivida na vida discreta de tantos homens e mulheres na Igreja.
Quando celebramos a memória de todos os santos da Igreja e em particular na Companhia de Jesus, é esta santidade que celebramos: o Santo e aqueles que lhe deram como casa a sua vida.
"Por que um jovem decide ser sacerdote ou religioso?", você me pergunta. Um jovem faz essa opção por causa de uma experiência pessoal e profunda de Jesus. O consagrado a Deus é alguém que deseja seguir o Senhor Jesus com todo o seu ser, com todas as suas energias, colocando-se como instrumento da libertação que Deus realiza no mundo através da Igreja".
(Padre Ramón de La Cigoña,sj em carta a um jovem)
PALAVRA DE UM JESUÍTA:
“O tema da vocação sacerdotal não pode ser de maior importância para a Igreja, dada a missão do sacerdote. Ao sacerdote confiou Cristo a administração de seus sacramentos, que são em sua Igreja o meio por excelência e o caminho usual da efusão da Graça. (…)
O problema da vocação sacerdotal é um problema cristão em todo o sentido da palavra, que interessa não só a alguns escolhidos, que poderiam estudar a sua vocação, mas que é um problema de todos os cristãos: problema dos pais que queiram dar educação cristã a seus filhos; problema dos jovens que necessitam de um guia em seus anos difíceis, para que os dirija em suas crises de adolescência; problema dos pobres que precisam de um pai que se interesse por suas necessidades; problema dos que aspiram a formar um lar, que necessitarão de um guia para todas a suas consciências, diretores espirituais; problema dos que não tem fé, problema dos que não percebem, mas por isso ainda mais pavoroso, porque necessitam de alguém que, desinteressadamente, lhes estenda a mão; problemas dos enfermos que buscarão em vão quem os alente a entrar serenos na eternidade, e que console seus parentes e amigos. Toda a vida cristã está cheia do sacerdote, e todos teriam que se interessar em que seu número fosse cada vez maior e, sobretudo, a que aumentassem em espírito.” (Padre Alberto Hurtado,sj em conferência para jovens da Ação Católica)
ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES À COMPANHIA DE JESUS
Senhor Jesus, nós te pedimos
que a muitos escolhas e chames,
que a muitos chames e envies,
conforme tua vontade,
para trabalhar pela Igreja
em tua Companhia.
Pouco ainda fazemos
e tanto mais poderíamos fazer
se não fosse nossa fraqueza
e nossa omissão.
Por isso, Senhor Jesus,
fica sempre à frente
na história de nossa vida
e na daqueles que escolheste
para teu serviço,
para que não se deixe de realizar,
por negligência nossa,
a totalidade de teu projeto de amor.
Amém
Para ler a carta do Pe. Ramón SJ na íntegra, é só clicar aqui:
http://www.cpalsj.org/
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