segunda-feira, 26 de janeiro de 2009
Fórum Social Mundial 2009 - Belém-PA
Muitos de nós iremos continuar participando do FSM 2009.
Vocês poderão acompanhar nosso Pré Fórum através do BLOG:
http://preforumfenamazonia.wordpress.com
segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Jesuítas em oração
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Célio sj (estudante de filosofia)
“A Companhia é fervor”. Essas palavras do Pe. Nadal refletem muito bem o que senti depois de ter feito os Exercícios Espirituais anuais. É impossível fazer essa experiência sem que fortaleça em nós a chama do Cristo Jesus.
O retiro foi orientado pelo Pe. Geraldo De Mori que além de nos introduzir nas finezas dos Exercícios Espirituais de Santo de Loyola, nosso fundador, levou-nos a leitura sapiencial dos Decretos da Congregação Geral 35.
domingo, 18 de janeiro de 2009
Pós- graduação em direito e processo matrimonial - Católica de Pernambuco
O curso acontece em três etapas: em janeiro e julho de 2009 e em janeiro de 2010. Segundo os organizadores, a formação capacita os alunos para a atuação nos vários ofícios de justiça eclesial das câmaras de instrução e dos tribunais eclesiásticos.
sábado, 17 de janeiro de 2009
Encerrado o ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE EM NATAL
2º Domingo do Tempo Comum - Ano B
Casamento sem compromisso não funciona
Participam mais de cem movimentos, associações, editoras e instituições educativas. Neste contexto, apresentam-se também na Expo Família conferências de participantes no encontro, gente comum, com experiência familiar, que partilha suas preocupações ou experiências.
José Ángel Rivero, falando sobre a família como ambiente de vida e de amor, assinalou que «é preocupante a falta de compromisso por parte das pessoas que optam pelo matrimônio, pois não sabem o que esperar e não têm as bases e os valores suficientes para sustentar uma relação comprometida cem por cento».
Esta falta de compromisso, afirmou Rivero, «leva a eleger o caminho fácil quando as coisas não funcionam no casamento: o divórcio. Este destrói famílias inteiras e fere fortemente os esposos e filhos. Tudo isso se deve a que muitas vezes se deixa de lutar e já não se quer seguir adiante, fazendo que o amor não cresça».
O palestrante assinalou que hoje em dia a cultura dominante tem grande influência sobre todas as pessoas. «Desde telenovelas até revistas mostram uma sociedade que perdeu seus valores e que põe em dúvida o sentido verdadeiro do matrimônio, mostrando-o como algo passageiro e que não pode durar para toda a vida».
Por sua vez, José Luis Guerrero, ao falar de violência e insegurança, considerou que a crise que a instituição familiar passa é um grave problema que desestabiliza a sociedade e por isso se devem unir esforços, provenientes de todos os atores sociais, para resgatá-la e consolidá-la.
«Violência, corrupção, pobreza, baixo rendimento escolar e emigração são apenas alguns dos fatores que incidem na crise da família. Ademais, a legalização do aborto, o aumento de divórcios e separações e a indiferença religiosa influenciam», assinalou.
Guerrero citou palavras de Bento XVI: «O Ocidente está cansado de sua própria cultura», para fazer notar que a «cultura light» dominante não só consome comida com poucas calorias, «mas nos torna medíocres e nos leva a cruzar os braços diante do aumento do número de divórcios, suicídios, prostituição e abortos».
O palestrante afirmou que no México «vivemos imersos no medo, com um sinal de perigo constante e incapacitados pela violência para atuar». Perante isso, a única solução é atacar a problemática na raiz. «Isso significa ir aos núcleos onde se apresenta com maior frequência a delinquência, quer dizer, os pobres e os marginalizados; e combater o problema antes que se desenvolva. «A família é o agente privilegiado para tal solução», destacou.
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Cidade do México, capital mundial do movimento pela vida
– Qual é a magnitude do VI Encontro Mundial das Famílias?
– Padre Gutiérrez: O Encontro é um evento maravilhoso. Penso que ele converte a Cidade do México na capital das famílias: pessoas de mais de 90 países de todo mundo. Um grupo maravilhoso de casais está participando na organização, em diversos encargos: existem mais de 400 voluntários, entre gente jovem, adultos, famílias que acolhem outras famílias, enfim, é toda uma mobilização da sociedade para este encontro mundial.
Faz ver como a família reúne, pois permitiu que os agentes sociais interessados na família, tanto civis como pastorais, interagissem para que este Encontro Mundial seja um êxito. Todos com um mesmo objetivo: sustentar, apoiar a família, porque nos damos conta de que do bem da família depende o bem da sociedade em seu conjunto.
Outra iniciativa significativa foi a preparação do vitral das famílias: mais de sete mil fotografias vindas de lugares remotos de todo o planeta foram unidas neste mosaico que forma a imagem do Santo Padre Bento XVI e que faz ver plasticamente como a família reúne.
Ainda outra iniciativa interessante é o bosque das famílias, com o qual as famílias se empenham a reflorestar algumas áreas, criando com este bosque uma consciência ecológica: um valor importantíssimo que deve ser formado hoje em dia.
Também há a campanha das famílias, na qual as pessoas dão um objeto de metal, como uma chave, por exemplo, para fundir um sino, que recorde a todos nossa necessidade de construir e de nos empenharmos para fazer de nossa família uma família forte, uma família linda, uma experiência bela desta solidariedade e de humanidade.
– O Papa Bento XVI não está presente neste VI Encontro Mundial das Famílias. Poderia nos revelar detalhes da participação do Santo Padre?
– Padre Gutiérrez: Tive a graça de estar com o Santo Padre há alguns dias acompanhando o cardeal Ennio Antonelli, presidente do Conselho Pontifício para a Família. Pude palpar pessoalmente o envolvimento do Santo Padre neste encontro mundial. O Santo Padre está rezando pelas famílias, está rezando pelo México, está rezando por este sexto Encontro Mundial e isto me parece que é a primeira forma com a qual o Santo Padre está presente no encontro.
Em segundo lugar, há que ser sublinhada a delicadeza que o Santo Padre teve ao nomear nada menos que o Secretário de Estado, o cardeal Tarcísio Bertone, seu mais próximo colaborador, como seu representante no México, dado que não poderia vir pessoalmente ao México. É outra maneira com a qual o Papa quer manifestar sua presença e sua proximidade ao Encontro Mundial das Famílias.
O Santo Padre está conosco, está conosco fundamentalmente porque está nos corações de todos os católicos e neste momento está presente no coração dos mexicanos, o amam tanto.
– Poderia comentar alguns aspectos específicos deste Encontro Mundial das Famílias?
– Padre Gutiérrez: Neste encontro mundial, como em todos os encontros mundiais, há aspectos particulares. Neste, concretamente, temos durante o Congresso Teológico Pastoral diferentes intervalos musicais, assim como representações artísticas do México para dar as boas vindas às pessoas que vêm de tantas partes do mundo, para manifestar a alegria de estarmos juntos, de estarmos reunidos como família de Deus, como família humana.
Por outro lado, durante a festa dos testemunhos do sábado dia 17 de janeiro, teremos algumas manifestações artísticas de autores muito conhecidos na América Latina, será cantado o hino das famílias para este sexto Encontro Mundial, e será celebrada a consagração das famílias católicas e das não católicas, das famílias de todo o mundo, à Virgem Santíssima de Guadalupe.
É algo muito significativo, porque como se sabe, a Virgem, Mãe de Deus, sempre esteve ligada fortemente à família. Especialmente, no Santuário de Guadalupe, a imagem de Nossa Mãe Santíssima de Guadalupe quis ficar na imagem do Tepeyac, no manto de Juan Diego, representada como a Virgem que está esperando o nascimento de Jesus.
A Virgem, que está grávida, está intimamente ligada à família. São famosas as famílias peregrinas que vão até ela. Manifestou-se também como Mãe, Mãe de todos aqueles que sentem cansaço, desta humanidade fatigada, e desta família fatigada pelas diversas circunstâncias: a pobreza, a violência, a guerra e também as ideologias que a atacam e a bombardeiam. Neste momento a família vai a ela e a sua intercessão.
Também teremos na missa conclusiva do encontro um momento particularmente evocador: a renovação dos compromissos matrimoniais com a troca de alianças e a bênção. Os casais poderão fazer esta renovação das promessas ainda que não possam estar fisicamente na Basílica de Guadalupe, se acompanham o evento através da televisão ou da rádio. Desta forma, poderão também obter a graça da indulgência plenária.
– Última pergunta: que o México contribui com seus valores familiares, o segundo país em número de católicos do mundo?
– Padre Gutiérrez: O México, neste encontro mundial, contribui com sua fé, sua jovialidade, sua alegria, justamente o valor da família, que para os mexicanos é tão querida.
Contribui com a solidariedade e o valor sobretudo da acolhida, porque seguramente as pessoas que nos acompanham poderão sentir este calor, esta alegria de receber os que vêm de fora.
Também o México se verá muito beneficiado com este encontro, já está sendo, com toda preparação que teve, com este entusiasmo que se dá neste momento para trabalhar juntos, com esta reflexão que suscita em toda a sociedade, para trabalhar juntos e fortalecer a família.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Felicidade
São muitas as forças existentes no mundo. Uma só te fará feliz: a força do amor.
A felicidade tem sua raiz no fundo do coração e tu a ofereces aos outros em continuidade, quando as pessoas estão bem perto de ti, são felizes contigo; quando continuas a ser amável onde os outros são arrogantes; quando ajudas onde os outros não ajudam nunca; quando te demonstras satisfeito onde os outros impõem as suas exigências; quando és capaz de sorrir e de perdoar.
A felicidade não é um produto do conhecimento e da técnica. A FELICIDADE DEPENDE DO AMAR E SER AMADO.
Phil Bosmans.
ENCONTRO NACIONAL DA PASTORAL DA JUVENTUDE em NATAL
“Temos que continuar nosso trabalho, evangelizando a juventude”, disse Dianefer após ressaltar o acolhimento feito pela comunidade. “O que fica (da missão) é o olhar de esperança da comunidade num mundo melhor que a gente tem que construir juntos”, testemunhou emocionada.
Já Robson Reis, igualmente emocionado, não encontrou palavras para descrever sua experiência. “A comunidade foi superacolhedora. Estou procurando palavras para dizer o que foi a missão, mas não encontro”, disse.
Os testemunhos foram dados perante a multidão que se uniu aos jovens na paróquia São Sebastião, durante a missa presidida pelo bispo responsável pelo Setor Juventude no Regional Nordeste 2 da CNBB, dom Bernardino Marchió, mais conhecido como dom Dino, e concelebrada por dom Eduardo Pinheiro, responsável pelo Setor Juventude da CNBB nacional, e outros 20 padres, presentes no ENPJ.
“Como construir a civilização do amor?”, perguntou dom Dino, durante sua homilia, referindo-se ao tema do encontro. “Sendo missionários”, ele mesmo responteu. “Deus se serve de nossa pequenez e vai fazer milagres de construir esta civilização. Quando o jovem tem projeto de vida, ele pode transformar outros”, completou. Segundo o bispo, é preciso “deixar um pedaço de nosso coração onde fazemos missão”.
O ENPJ continua nesta quarta-feira, 14, refletindo sobre a “realidade juvenil e realidade teológica”. Haverá conferências com o pastor baiano, Luiz dos Santos, da Igreja Presbiteriana Unida; com dom Eduardo Pinheiro e com padre Hilário Dick.
domingo, 11 de janeiro de 2009
Breve noticia da BNE
A Província Brasil Nordeste está terminando suas férias em Mar Grande e hoje está aprofundando com a colaboração do jesuíta Pe. João Batista Libanio o tema: As Novas Fronteiras. Somos cerca de 80 participantes. O clima é muito bom e de muito interesse e participação. É assim que agente renova as forças para continuar firmes na defesa da FÉ e promoção da JUSTIÇA. Também, hoje, a noite iniciamos o retiro anual de 08 dias com a orientação do Pe. Geraldo De Mori.
Rezem por nós!
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
Reflexão do Evangelho Dominical
quinta-feira, 8 de janeiro de 2009
2009: fim ou início?
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Inalmente, chega a primeira edição de Janeiro do essejota.net ! Ano novo, vida nova. É tempo, depois de olharmos para trás e avaliar o passado, de olharmos para o futuro. Esperam-nos em 2009 novos projectos, novas esperanças, desejos de mudanças para uma nova vida. É tempo de, apesar de todas as crises, olharmos para a frente, nos enchermos de coragem e dizermos: venha lá 2009 que eu vou agarrá-lo como um grande ano!Mas olhemos para estes 365 dias que começam agora, ainda mais para a frente, para aquilo que até parece impossível que possa marcar este meu 2009. Façamos a pergunta de fundo: e se este fosse o meu último ano? Será que os projectos que faço agora seriam outros?Um dia, estando a jogar no pátio, perguntaram os companheiros a São Luís Gonzaga (jesuíta do século XVI): “Se soubesses que ias morrer daqui a cinco minutos, o que farias?” Ele respondeu com toda a serenidade: “Continuaria a jogar aqui convosco.” Parece difícil ter a vida resolvida de modo a poder-se continuar com toda a serenidade a fazer o mesmo, ainda que as condições mudem completamente. Por isso, o desafio para 2009 podia ser este: e se fosse este o meu último ano? Não é uma questão de começar a fazer o que me dá na real gana para gozar ao máximo o tempo que me resta. Trata-se muito mais de pôr em prática o Carpe diem (aproveita o dia) cristão, de aproveitar cada instante para vivê-lo do mesmo modo, quer morresse daí a 5 minutos, quer morresse daí a 50 anos, na certeza de que estou a fazer a coisa certa, no tempo e lugar certos. E isso só se consegue pondo em cada momento, toda a alegria de uma entrega verdadeira por amor naquilo que se faz. Todos sentimos que há coisas em que gastamos o nosso tempo e que não acrescentam nada de novo à nossa vida. E outras, que vão sendo adiadas, que gostaríamos de ver resolvidas antes de chegar a nossa hora. Porque não aproveitar 2009 para isso? Ter como mira o nosso fim, que bem vistas as coisas é um momento de recomeço para os cristãos, obriga-nos a olhar para a vida presente com uma esperança e uma liberdade diferentes. Muitas vezes, perante este prisma, o que nos parecia importante deixa de ter tanto peso, e coisas que julgávamos banais tornam-se indispensáveis. Assim, de repente, 2009 que se estava a tornar no meu último ano, começa a ser o primeiro e o trampolim de muitos outros, com muito mais qualidade, muito mais felizes, muito mais profundos e focados no verdadeiramente essencial.Neste ano que agora começa, o essejota.net continua a querer ser um espaço de ajuda e desafio para quem quer viver 2009 mesmo a sério. Para isso estamos a preparar algumas novidades que serão anunciadas brevemente. Desejamos pois a todos os que nos visitam um 2009 verdadeiramente feliz, porque pode ser o último e o primeiro de todos os anos!
Francisco Campos
segunda-feira, 5 de janeiro de 2009
MÍSTICOS E ENGAJADOS
A mística não é, pois, fuga da realidade, mas um adentrar-se nela com maior sensibilidade. Se a irrupção do divino nos sentidos ou na mente é sempre iniciativa divina, é ação humana responder generosamente a ela.
Há uma mística tradicional a "dos olhos fechados", apofática (apóphasis= via negativa, pois nada pode definr Deus), da ausência, Teocêntrica, irmã católica da Gnose, que brota na mente e a ilumina. Mas também há outra, a "dos olhos abertos", katafática (katháphasis = via positive, pois as perfeições das criaturasfalam do Criador), da presença, Cristocêntrica, que ilumina a mente, toca o afeto e chega até as mãos traduzindo-se em gesto de serviço e ajuda. Na primeira, a "dos olhos fechados", a pessoa se afasta do barulho mundano, esvazia a própria mente e encontra o Tudo no nada. Desaparecem as partes, o espaço e o tempo, e por instantes a pessoa é arrebatada, iluminada e engrandecida. É uma experiência intra-subjetiva, acontecida no próprio sujeito. Mente iluminada, corpo pacificado, espírito extasiado. É a mística mais clássica e tradicional acontecida quando a pessoa, superando os seus limites, se encanta com o divino encontrado. É uma experiência subjetiva da transcendência do Infinito.
A mística "dos olhos abertos" não é menor do que a primeira, pois também é iluminação do coração que se coloca a serviço daqueles que mais precisam. É uma mística de serviço; encontra o invisível no visível e Deus no meio do barulho do mundo. Experimenta-se, pois, um relacionamento íntimo com Deus e com tudo o criado: pessoas e coisas. Inácio de Loyola é um expoente típico desta mística engajada. Nos Exercícios Espirituais leva o exercitante a fazer a experiência do amor verdadeiro que é, ao mesmo tempo, entrega e compromisso. O amor consiste mais em obras do que em palavras (EE 230). O amor abre o coração e os olhos, os ouvidos e as mãos para servir o diferente. Neste agir fraterno há uma comunhão misteriosa entre o exterior e mundano visto e o interior e divino percebido.
"Ajudar", "servir", "partilhar", verbos pouco usados, podem se transformar em espaços de uma experiência mística incrível. Fazer filantropia é dar do que sobra; ser justo é dar a cada um a parte que lhe corresponde, mas ser místico é dar-se e partilhar o que se é e tem com os mais necessitados. Quando a mente entende, se ilumina; quando o coração ama, se apaixona e serve. É na clareza da mente e na paixão do coração que encontramos sentido e significado. Realmente quem ama não cansa nem descansa!
No estado normal de consciência nos identificamos apenas com uma pequena parte do que somos e fazemos, mas quando compartimos e nos damos, os limites da mente e do coração se expandem até entrar em comunhão com o Criador e o criado. Satisfazendo as nossas necessidades experimentamos a nossa humanidade, mas quando satisfazemos gratuitamente as necessidades dos outros participamos da própria divindade! Recusamos, pois, um espiritualismo desencarnado como um ativismo secularizado.
Oxalá sejamos místicos e engajados e não uma coisa ou outra, pois só a mística nos tira do nosso autismo primitivo e nos aproxima dos outros e do Outro. Parafraseando Adélia Prado: "Tudo o que sinto, vejo, escuto e toco esbarra quase sempre em Deus..."
sábado, 3 de janeiro de 2009
Reflexão do Evangelho Dominical
Notemos, em primeiro lugar, a insistência de Mateus no facto de Jesus ter nascido em Belém de Judá (cf. vers. 1.5.6.7). Para entender esta insistência, temos de recordar que Belém era a terra natal do rei David e que era a Belém que estava ligada a família de David. Afirmar que Jesus nasceu em Belém é ligá-l’O a esses anúncios proféticos que falavam do Messias como o descendente de David que havia de nascer em Belém (cf. Mi 5,1.3; 2 Sm 5,2) e restaurar o reino ideal de seu pai. Com esta nota, Mateus quer aquietar aqueles que pensavam que Jesus tinha nascido em Nazaré e que viam nisso um obstáculo para o reconhecerem como o Messias libertador.
Notemos, em segundo lugar, a referência a uma estrela “especial” que apareceu no céu por esta altura e que conduziu os “magos” para Belém. A interpretação desta referência como histórica levou alguém a cálculos astronómicos complicados para concluir que, no ano 6 a.C., uma conjunção de planetas explicaria o fenómeno luminoso da estrela refulgente mencionada por Mateus; outros andaram à procura de um cometa que, por esta época, devia ter sulcado os céus do antigo Médio Oriente… Na realidade, é inútil procurar nos céus a estrela ou cometa em causa, pois Mateus não está a narrar factos históricos. Segundo a crença popular da época, o nascimento de uma personagem importante era acompanhado da aparição de uma nova estrela. Também a tradição judaica anunciava o Messias como a estrela que surge de Jacob (cf. Nm 24,17). Ora, é com estes elementos que a imaginação de Mateus, posta ao serviço da catequese, vai inventar a “estrela”. Mateus está, sobretudo, interessado em fornecer aos cristãos da sua comunidade argumentos seguros para rebater aqueles que negavam que Jesus era esse Messias esperado.
Temos ainda as figuras dos “magos”. A palavra grega “mágos”, usada por Mateus, abarca um vasto leque de significados e é aplicada a personagens muito diversas: mágicos, feiticeiros, charlatães, sacerdotes persas, propagandistas religiosos… Aqui, poderia designar astrólogos mesopotâmios, em contacto com o messianismo judaico. Seja como for, esses “magos” representam, na catequese de Mateus, esses povos estrangeiros de que falava a primeira leitura (cf. Is 60,1-6), que se põem a caminho de Jerusalém com as suas riquezas (ouro e incenso) para encontrar a luz salvadora de Deus que brilha sobre a cidade santa. Jesus é, na opinião de Mateus e da catequese da Igreja primitiva, essa “luz”.
Além de uma catequese sobre Jesus, este relato recolhe, de forma paradigmática, duas atitudes que se vão repetir ao longo de todo o Evangelho: o Povo de Israel rejeita Jesus, enquanto que os “magos” do oriente (que são pagãos) O adoram; Herodes e Jerusalém “ficam perturbados” diante da notícia do nascimento do menino e planeiam a sua morte, enquanto que os pagãos sentem uma grande alegria e reconhecem em Jesus o seu salvador.
Mateus anuncia, desta forma, que Jesus vai ser rejeitado pelo seu Povo; mas vai ser acolhido pelos pagãos, que entrarão a fazer parte do novo Povo de Deus. O itinerário seguido pelos “magos” reflecte a caminhada que os pagãos percorreram para encontrar Jesus: estão atentos aos sinais (estrela), percebem que Jesus é a luz que traz a salvação, põem-se decididamente a caminho para O encontrar, perguntam aos judeus – que conhecem as Escrituras – o que fazer, encontram Jesus e adoram-n’O como “o Senhor”. É muito possível que um grande número de pagano-cristãos da comunidade de Mateus descobrisse neste relato as etapas do seu próprio caminho em direcção a Jesus.