quarta-feira, 30 de abril de 2008

Conferência de Aparecida no olhar de um de seus presidentes


Entrevista com o cardeal Geraldo Majella Agnelo
Um ano após sua celebração, a Conferência de Aparecida suscita belas recordações, entre elas as celebrações diárias da missa com os peregrinos no Santuário da Padroeira do Brasil.
É o que destaca nesta entrevista a Zenit o cardeal Geraldo Majella Agnelo, arcebispo de Salvador (Bahia) e um dos presidentes da grande reunião eclesial inaugurada por Bento XVI em maio de 2007.
--Como o senhor vivenciou a tarefa de ser um dos presidentes de um evento tão importante como a Conferência de Aparecida?
--Cardeal Geraldo Majella Agnelo: A Conferência de Aparecida teve um caráter um tanto singular, pois não foi semelhante às outras. Ela foi muito bem preparada e articulada. A escolha do local foi do Papa, ele a prestigiou com sua presença e também deu o tema do evento. Ele ainda quis que fosse dentro do Santuário de Aparecida. Tudo isso fez com que a Quinta Conferência tivesse um feitio diferente das outras, e isso impressionou. As nossas reuniões começavam com a participação do povo na missa da manhã. Isso fez com que o povo acompanhasse, participasse. Foi uma experiência diferente das precedentes. Pela preparação, pelo acompanhamento, pela participação do povo de um modo muito próximo. Depois, no trabalho que foi feito, eu penso que a resposta dos bispos foi muito marcante e preciosa. O documento, aprovado pelo Papa, é de grande ajuda para as nossas Igrejas particulares e também para as Conferências Episcopais.
--O senhor temia atritos e dificuldades internas durante a Conferência?
--Cardeal Geraldo Majella Agnelo: Um dado importante é que, logo que iniciamos a Conferência, foi colocado: ‘Vamos fazer um documento ou não?’ E a resposta foi unânime: ‘Vamos’. Então ficou decidido que nós trabalharíamos em função não apenas de uma declaração, mas de um documento. Depois, o interesse que provocou na nossa gente, no povo, foi muito grande. O povo estava acompanhando. Isso criou dentro de nós uma confiança e um estímulo. De fato, a gente olhando bem, o documento de Aparecida é um texto em que se vê o estímulo que os bispos tiveram e que se coloca bem dentro da situação atual. Vivemos num tempo em que as pessoas são tentadas mais ao egoísmo, ao consumismo. Uma época em que o subjetivismo e o egoísmo trouxeram um maior desencontro das pessoas. Em uma época de meios de comunicação tão extraordinários, as pessoas não sabem como se comunicar pessoalmente umas com as outras. Trata-se de um documento que sente essas principais características do mundo, para dar uma resposta, mostrar um caminho. Caminho que é sempre a adesão a Cristo, não a uma ideologia, mas à pessoa de Cristo.
--Havia o receio de tentativas de instrumentalização da Conferência de Aparecida?
--Cardeal Geraldo Majella Agnelo: Eu penso que foi muito menos do que nas Conferências anteriores, porque as coisas eram feitas com muita clareza. Não é que alguém não pudesse ter alguma interpretação diversa do outro. Mas havia um consenso maior. Os bispos se sentiram livres. Não estavam condicionados. Nós da presidência sentimos facilidade. Não havia constrangimentos. Não presenciamos ninguém que fizesse uma colocação que fosse ofensiva a quem quer que seja. Nós não vimos isso. E também nos trabalhos em grupo existia uma facilidade das pessoas falarem e de confiarem nas outras. Deus nos conduziu com muitas graças. Eu, por exemplo, não senti nenhum constrangimento, mesmo sabendo que tinha de falar para aquela assembléia, dar a palavra nas plenárias e conduzir os trabalhos. Internamente, entre os presidentes, nós não ficamos preocupados com o falar isso ou aquilo.
--De saída, o Papa indicou a necessidade de uma análise da realidade que recordasse que «o mais real é Deus». Isso facilitou?
--Cardeal Geraldo Majella Agnelo: Sim. Isso significa não ficar contemplando só a nossa parte. Mas também como Deus agiu e age conosco. Como Ele mostra a Sua presença e como Ele caminha conosco. Eu participei de uma outra conferência precedente, que foi a de Santo Domingo. Foi uma conferência muito difícil. Houve a falta de definição rápida de produzir o documento ou não, e havia oposição entre grupos que queriam e grupos que não queriam. Isso prejudicou um melhor resultado do trabalho da assembléia. Na Conferência de Aparecida, nós recebemos, sem dúvida nenhuma, uma inspiração muito grande de Deus. As celebrações diárias da missa junto com os peregrinos eram para nós de um forte significado. Isso fez parte da assembléia. Marcou a vida dos nossos povos e a nossa vida pessoal também.

BISPOS EUROPEUS DISCUTEM RELAÇÃO ENTRE IGREJA E INTERNET

A relação entre Internet e Igreja foi o tema central do encontro do Comitê Executivo da Comissão Episcopal Européia para a Mídia (CEEM), realizado de 25 a 27 de abril na Casa Santa Marta, no Vaticano. Este encontro serviu como base para a próxima Assembléia Plenária, "A cultura da Internet e a Igreja", que reunirá em Roma, em março de 2009, os bispos presidentes das comissões episcopais para as comunicações sociais das conferências episcopais da Europa, acompanhados de especialistas."A cultura da Internet é uma cultura de rede, é uma rede horizontal de pessoas que cada vez mais dialogam entre si", explica o texto. É uma tecnologia que se caracteriza pela capilaridade, conectividade e sociabilidade, onde a partilha do saber e as relações entre indivíduos são centrais.Estas características, observa ainda o comunicado, começam a ter efeitos sobre nossas sociedades e são especialmente visíveis entre os jovens.

Três mil católicos voltam à Igreja graças a um site

Cerca de três mil católicos voltaram à Igreja Católica na diocese americana de Phoenix, graças ao trabalho do site www.CatholicsComeHome.org, que explica de maneira atrativa e simples, e através de uma série de propagandas e de respostas, a graça de pertencer à Igreja fundada por Cristo. O site tem uma versão em espanhol: www.CatolicosRegresen.org.
«Católicos, Regressem a Casa – explica o site –, é um ministério dirigido a todos os que deixaram a Igreja Católica, por qualquer motivo. Seja por ressentimento, irritação, divórcio, isolamento, apatia, rebelião ou falta de entendimento da fé, regressar a casa nunca foi mais fácil.»
«Nossa meta é proporcionar uma variedade de recursos que ajudarão a entender mais claramente a Igreja Católica e seus ensinamentos», informa o site em sua página inicial.
«Em Católicos, Regressem – acrescenta –, nós lhes prometemos que honestamente sempre diremos a verdade, sem ocultar nada. Não fugiremos de temas difíceis, nem hesitaremos em assinalar as muitas maravilhas e os aspectos milagrosos da Igreja Católica.»
«Também – explica o site – sinceramente rezamos para que vocês não deixem de examinar a Bíblia cuidadosamente e seus fatos históricos e que considerem sinceramente que o catolicismo é muito mais do que conheceram.»
Em uma entrevista concedida a CatholicNewsAgency, o presidente e fundador de Catholics Come Home, Inc., Tom Peterson, explicou que as informações permitem às pessoas que encontrem respostas às perguntas sobre alguns ensinamentos da Igreja e também as colocam em contato com sua paróquia local «para voltar para casa, para a Igreja Católica».
Peterson explica que a diocese de Phoenix o contratou para que fizesse uma campanha, lançada no mês passado, de propagandas que já foram transmitidas em grandes redes como Fox News, ESPN, Lifetime, entre outras, para conseguir que mais católicos voltassem à Igreja.
Após a campanha, explica Peterson, mais de «31.000 visitantes entraram no site de Phoenix» para apresentar «perguntas, inquietudes, para averiguar horários de missas, ler sobre assuntos relacionados com o matrimônio ou para pedir o livro de Matthew Kelly, ‘Redescobrindo o catolicismo’».
Os informes publicitários foram produzidas também por CatholicsComeHome.org. A primeira delas, «Épico», mostra uma breve resenha da história, espiritualidade e beleza da Igreja Católica que «Jesus iniciou há dois mil anos».
Peterson comenta que «muitas pessoas não conhecem a história da Igreja. Não sabem que Pedro foi o primeiro Papa. Não têm idéia das grandes conquistas que a Igreja fez ao longo dos séculos».
Com o segundo informe publicitário, «Filme», «muitas pessoas chegam inclusive a chorar. Este vídeo mostra a misericórdia de Deus, sem importar o que tenhamos feito, podemos aceitar a misericórdia de Jesus, que nos ajudará a criar o final perfeito para cada uma de nossas vidas».
«O site proporciona respostas a perguntas sobre os ensinamentos da Igreja; e explica por que uma fé sólida é importante no mundo de hoje, que anda ocupado em meio à confusão. Também oferece um olhar geral à fé, com recursos adicionais, assim como um localizador de paróquias», informa Peterson.
A meta da organização é lançar os informes publicitários em todo o mundo quando forem aperfeiçoados.

terça-feira, 29 de abril de 2008

"DESENVOLVIMENTO NÃO É INVESTIR NA ECONOMIA, MAS NO SER HUMANO"

Concluiu-se no dia 25, em Acra, capital de Gana, a 12ª sessão da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). A delegação vaticana foi guiada pelo Arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra.Em seu pronunciamento, Dom Tomasi menciona a "crise do multilateralismo", assinalando especialmente duas críticas às organizações internacionais."A primeira é o problema de representatividade, segundo o qual o poder de decisão não está dividido de forma eqüitativa", aponta o arcebispo. A segunda crítica se refere à falta de envolvimento da sociedade em iniciativas orientadas ao desenvolvimento. "Essa falta de participação representa o risco de formular uma estratégia política que não esteja centrada na população, mas sim nos governos", alertou.Para evitar esse risco, a Santa Sé recorda que o desenvolvimento deve ser centrado no ser humano: "O comércio representa uma oportunidade significativa para os países em desenvolvimento. Contudo, o comércio não é um fim em si mesmo, mas um meio para a conquista do desenvolvimento e para a redução da pobreza"."Deve ficar claro que desenvolvimento não se refere somente ao crescimento da economia em geral, mas ao desenvolvimento do ser humano", precisa Dom Tomasi. Nesse sentido, afirma ele, o bem comum não é um objetivo abstrato nem uma simples lista de objetivos, mas é a satisfação das necessidades primárias da pessoa: a necessidade de verdade, de amor e de justiça.O arcebispo recorda ainda que o desenvolvimento não é um objetivo a alcançar, mas um caminho a percorrer. Esse caminho, contudo, requer dois princípios: o da solidariedade e o da subsidiariedade.Para Dom Tomasi, é preciso subsidiar a saúde e o trabalho digno. Todavia, a essência do desenvolvimento é a educação: "Somente uma pessoa que recebe educação pode ser plenamente consciente do valor e da dignidade do ser humano"

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Paraguai e Brasil

No domingo passado o Paraguai elegeu para seu presidente um bispo católico, D. Fernando Lugo. Ele vai tomar posse a 15 de agosto, dia de Nossa Senhora da Assunção, padroeira do Paraguai, de onde sua capital recebe o nome.
O significado desta eleição não se limita ao fato raro e singular de um bispo concorrer à presidência de república, e ser eleito por expressiva maioria. Estamos diante de um dos verdadeiros “sinais dos tempos”, que precisa ser bem interpretado, pois aponta para muitas direções.
A imprensa do Brasil foi surpreendida pelo resultado, porque pouco tinha se interessado em acompanhar o processo eleitoral neste país que é nosso vizinho, e com o qual temos tantas realidades em comum, inclusive nossa maior usina hidroelétrica. O colonialismo cultural que ainda nos envolve é capaz de fornecer detalhes esdrúxulos das prévias norte-americanas, enquanto desconhece lances decisivos da história que partilhamos com nossos vizinhos latino americanos.
A eleição de Fernando Lugo significa a afirmação da identidade de um povo, desejoso de assumir sua história, e ansioso por ver respeitada sua dignidade e sua capacidade de participar, em pé de igualdade, na construção da solidariedade latino americana.
Em Fernando Lugo, o povo do Paraguai enfatiza sua legítima soberania, e afirma suas responsabilidades.
A eleição de um bispo católico como presidente da república traz consigo uma clara proposta patriótica, ética e política. No seu novo presidente, o povo paraguaio quer expressar sua capacidade de construir uma nação baseada em valores morais que servem de fundamento, tanto para a convivência interna como externa.
Sem dúvida nenhuma, a eleição de Fernando Lugo cria um novo patamar de relacionamento do Paraguai com os outros países, e de maneira muito especial com o Brasil. Nossos povos partilham situações comuns, que pedem um entendimento aberto, franco e baseado na justiça e na solidariedade.
Uma dessas situações é Itaipu, a maior hidroelétrica do mundo, e símbolo inequívoco da riqueza natural do Paraguai, constituída dos dois rios que desenham sua geografia, o Paraguai e o Paraná.
A própria construção desta hidroelétrica consagrou o desperdício, cujas conseqüências ainda estamos pagando, por 50 anos, em forma de amortização dos empréstimos. Orçada no início em cinco bilhões de dólares, precisou depois duplicar o seu orçamento para dez, e finalmente aumentar para quinze bilhões, sem contar os custos posteriores das linhas de transmissão. Estas realidades precisam agora ser colocadas com franqueza na mesa das negociações, para atender à justa aspiração do Paraguai de receber um preço melhor pela energia que por força de contrato ele vende para o Brasil.
Esta causa se constituiu em motivo central da campanha eleitoral que levou Lugo à presidência. Ela precisa agora encontrar acolhida junto ao governo brasileiro, inclusive para sinalizar a fecunda colaboração que os dois povos são chamados a efetivar daqui para a frente, dentro do novo marco de relacionamento, decorrente destas eleições.
Outra situação que merece agora um tratamento novo e diferenciado é constituída pelos “brasiguaios”. Eles expressam a entranhada relação existente entre Brasil e Paraguai, como não se verifica com nenhum outro país da América Latina.
Posso imaginar o que se passa agora na cabeça de Fernando Lugo, recordando os encontros que fazíamos como bispos do Celam, sonhando com a integração fraterna dos povos latino americanos. Ele carregava uma inquietação política, que o levou a renunciar à própria diocese, para colaborar na caminhada do seu povo como cidadão comum. De repente, o povo paraguaio lhe confiou a enorme tarefa de resgatar a dignidade do seu país, sacudindo equívocos internos e postulando justiça e respeito internacional.
Lugo, vá em frente! Estamos torcendo por você. Seu nome expressa urgência. Lugo e “logo” carregam a mesma insistência. Pode contar com nosso apoio. Que Deus o ajude a cumprir esta nova missão que a Providência lhe confiou!
* Dom Luiz Demétrio Valetini, 68, é bispo de Jales (SP) e presidente da Cáritas Brasileira

Parabéns, Daniel!

A Daniel, nosso vocacionado interno, parabéns e conte nossos orações!
Aniversariar é uma amostra das oportunidades que temos de aprender a contar nossos dias.

A melhor oração é...

quando Deus não se torna uma aspirina.
Existe um problema em nossas orações: constantemente lembramos de Deus somente quando estamos necessitados de algo, pedindo a Ele que faça a nossa vontade. Mas nem sempre as coisas são assim, pois, muitas vezes, o que desejamos não é o melhor para nós.
Um exemplo bem prático disso é uma criança pequena pedindo à mãe que lhe deixe brincar com uma faca. Por mais que isso seja a vontade dela [criança], uma mãe – em plena consciência – nunca a deixaria brincar com esse objeto. Do mesmo modo, Deus age assim conosco, sempre visando primeiramente o nosso bem; mesmo que a situação que estamos vivendo não esteja coerente com a vontade divina.
A lógica de Deus é muito diferente da nossa, porque Ele vê e tem idéia perfeita sobre todas as coisas, enquanto nossa visão é meramente limitada. Já experimentou olhar o lado avesso de um bordado feito à mão? O que vemos são apenas traços de um desenho; é difícil imaginar como realmente é o bordado. Assim nós também vemos a realidade, não a vemos por todos os ângulos, nossa visão a respeito dela é parcial.
Acreditamos – por meio de nossa fé – que Deus é Onisciente, ou seja, sabe tudo; logo, sabe o que é melhor para nós, muito mais do que nós mesmos. Portanto, o melhor que temos a fazer é nos deixar guiar pelo Senhor e pedir que se faça a vontade d’Ele em nossa vida e não a nossa, pois somos passíveis de erros.
Há de se ter muito cuidado em nossas orações para que não nos tornemos meramente pedintes, pois nossa tendência é a de esquecer de Deus quando conseguirmos o que queremos. Imagine você uma pessoa que orasse tão somente por causa de uma dor de cabeça, e agisse assim a vida toda. Qual seria o conceito que ela tem de Deus? Eu acredito que como o de uma grande aspirina, e é aí que mora o perigo, pois com esse conceito reduzido sobre Deus, quando ela tomar consciência de que a aspirina resolve seu problema, ela deixará de orar por crer que não precisa mais de Deus.
Com isso, não afirmo que é proibido pedir qualquer coisa a Deus; muito pelo contrário, no Evangelho de São João, podemos encontrar a seguinte passagem: “Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome, eu o farei de tal forma que o Pai seja glorificado no Filho. Se me pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei” (Jo 14,13-14). Digo que apenas é necessário ter cuidado para que nossas orações não se tornem apenas um ato de somente pedir. Repito aqui que a melhor solução é deixar-se guiar por Deus.
Erick Walker

"AMÉRICA LATINA É RESERVA ESPIRITUAL DA IGREJA CATÓLICA"

A América Latina é uma "reserva espiritual" para a Igreja Católica. A frase foi pronunciada pelo prefeito da Congregação das Causas dos Santos, Cardeal José Saraiva Martins, aos jornalistas após a cerimônia de beatificação da venezuelana Madre Candelária de São José (1863-1940), presidida por ele no Estádio Universitário de Caracas. "A imagem que tenho da América Latina é muito positiva, porque é um continente com esperança para a Igreja Universal e, apesar das dificuldades que atravessa, é uma reserva espiritual", disse. "O futuro da Igreja está aqui na América Latina. É uma Igreja jovem com muita criatividade. Tem também tem muitos problemas, mas eles no fundo são também sinais de vida. É preciso enfrentá-los com coragem e com uma interpretação autêntica do Evangelho e do cristianismo", acrescentou.A cerimônia foi transmitida ao vivo por várias estações de rádio e televisão, à qual assistiram, segundo os organizadores, 50 mil católicos de diversas cidades venezuelanas.A arquidiocese de Caracas tem agora duas bem-aventuradas, Madre Maria de São José e Madre Candelária de São José. A cerimônia de ontem foi a primeira em terras venezuelanas. "Trata-se de um fato histórico, um dia que merece ser escrito com letras de ouro nos anais da história da Venezuela", disse o purpurado português.

Papa alentou os jovens a sonharem com as grandiosas coisas que Deus pensou para eles.

O Papa lança um chamado aos jovens reunidos em Lourdes:
«Nosso “sim” a Deus gera a fonte da verdadeira felicidade: este “sim” liberta o próprio eu de tudo o que o encerra em si mesmo. Faz que a pobreza de nossa vida penetre na riqueza e na força do projeto de Deus, sem eliminar nossa liberdade nem nossa responsabilidade».
«Abre nosso pequeno coração às dimensões da caridade divina, que são universais. Conforma nossa vida com a própria vida de Cristo, na qual entramos com nosso Batismo», sublinha.
«que aqueles dentre vós que sintam o chamado a segui-lo no sacerdócio ou na vida consagrada, seguindo a linha marcada por numerosos jovens que participaram no “Frat”, respondam “sim” ao convite do Senhor a colocar-se totalmente a serviço da Igreja, em uma vida totalmente entregue pelo Reino dos Céus. Não ficarão decepcionados».

domingo, 27 de abril de 2008

6º Domingo de Páscoa

Deus íntimo

O Espírito de Deus mesmo habita dentro de nossa alma. Movendo-se dentro de nós, move-nos em direção aos outros, aprendendo a viver como Deus vive. Somos filhos de Deus. Que o Espírito nos leve a cultivar essa imagem e semelhança que nos é dada.
Acesse o blog www.oracaopelaarte.blogspot.com e estude o comentário do Evangelho do dia!

sábado, 26 de abril de 2008

VI Domingo de Páscoa

Ser paráclitos

No Evangelho Jesus fala aos discípulos sobre o Espírito usando o termo «Paráclito», que significa consolador, ou defensor, ou as duas coisas. No Antigo Testamento, Deus é o grande consolador de seu povo. Este «Deus da consolação» (Rm 15, 4) se «encarnou» em Jesus Cristo, que se define de fato como o primeiro consolador ou Paráclito (Jo 14, 15). O Espírito Santo, sendo aquele que continua a obra de Cristo e que leva a cumprimento as obras comuns da Trindade, não podia deixar de definir-se, também Ele, Consolador, «o Consolador que estará convosco para sempre», como Jesus o define. A Igreja inteira, depois da Páscoa, teve uma experiência viva e forte do Espírito como consolador, defensor, aliado, nas dificuldades externas e internas, nas perseguições, na vida de cada dia. Nos Atos dos Apóstolos lemos: «A Igreja se edificava e progredia no temor do Senhor e estava cheia da consolação (paráclesis!) do Espírito Santo» (9, 31).
Devemos agora tirar disso uma conseqüência prática para a vida. Temos de nos converter em paráclitos! Ainda que é certo que o cristão deve ser «outro Cristo», é igualmente certo que deve ser «outro Paráclito». O Espírito Santo não só nos consola, mas nos faz capazes de consolar os demais. A consolação verdadeira vem de Deus, que é o «Pai de toda consolação». Vem sobre quem está na aflição; mas não se detém aí; seu objetivo último se alcança quando quem experimentou a consolação se serve dela para consolar por sua vez o próximo, com a mesma consolação com a qual ele foi consolado por Deus. Não se conforma em repetir estéreis palavras de circunstância que deixam as coisas iguais («Ânimo, não te desalentes; verás que tudo sai bem!»), mas transmite o autêntico «consolo que dão as Escrituras», capaz de «manter viva nossa esperança» (Rm 15, 4). Assim se explicam os milagres que uma simples palavra ou um gesto, em clima de oração, são capazes de fazer à cabeceira de um enfermo. É Deus quem está consolando essa pessoa através de você!
Em certo sentido, o Espírito Santo precisa de nós para ser Paráclito. Ele quer consolar, defender, exortar; mas não tem boca, mãos, olhos para «dar corpo» a seu consolo. Ou melhor, tem nossas mãos, nossosolhos, nossa boca. A frase do Apóstolo aos cristãos de Tessalônica: «Confortai-vos mutuamente» (1Ts 5, 11), literalmente se deveria traduzir: «sede paráclitos uns dos outros». Se a consolação que recebemos do Espírito não passa de nós aos demais, se queremos retê-la de forma egoísta para nós, logo se corrompe. Daí o porquê de uma bela oração atribuída a São Francisco de Assis, que diz: «Que não busque tanto ser consolado como consolar, ser compreendido como compreender, ser amado como amar...».
À luz do que disse, não é difícil descobrir que existem hoje, ao nosso redor, paráclitos. São aqueles que se inclinam sobre os enfermos terminais, sobre os enfermos de aids, quem se preocupa em aliviar a solidão dos anciãos, os voluntários que dedicam seu tempo às visitas nos hospitais. Os que se dedicam às crianças vítimas de abuso de todo tipo, dentro e fora de casa. Terminamos esta reflexão como os primeiros versos da Seqüência de Pentecostes, na qual o Espírito Santo é invocado como o «consolador supremo»:
«Vinde, ó Pai dos pobres, vinde, autor de todos os dons, vinde, Luz dos corações. Consolador supremo, doce hóspede da alma, suave refrigério. Repouso no trabalho, brandura no ardor, consolo no pranto».
Pe. Raniero Cantalamessa, OFM

Domingo - DIA DO SENHOR

"A assistência dos pais com seus filhos à celebração eucarística dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles."
Em 1965 o Papa Paulo VI aprovou um dos documentos mais importantes do Concílio Ecumênico do Vaticano II. Trata-se das relações da Igreja com o mundo de hoje. Os conciliares dizem sua palavra também sobre o difícil e complexo mundo do trabalho.
Primeiro lembram que, pelo trabalho, "o ser humano se associa à própria obra redentora de Jesus Cristo, que conferiu uma dignidade eminente ao trabalho, quando em Nazaré trabalhou com as próprias mãos" (GS, 67). Chamam atenção sobre o necessário tempo de repouso para que os trabalhadores possam cuidar da vida familiar, cultural, social e religiosa.
Com esta finalidade a tradição cristã firmou o domingo como dia de descanso, de família e de culto ao Senhor. Assim também se preserva o equilíbrio entre trabalho e repouso.
Sempre existe uma tensão entre o primado do trabalho e do interesse empresarial, que finalmente é o lucro. A este respeito os bispos católicos da América Latina e do Caribe, reunidos em maio de 2007 no santuário de Aparecida, ensinam: "A atividade empresarial é boa e necessária quando respeita a dignidade do trabalhador, o cuidado do meio-ambiente e se orienta para o bem comum. Perverte-se quando, buscando só o lucro, atenta contra os direitos dos trabalhadores e a justiça" (DA, 122).
A sociedade democrática, considerando os interesses de todos os segmentos que a constituem, garantirá o equilíbrio entre o capital e o trabalho, entre empresa e trabalhador. O Catecismo da Igreja Católica ensina: "Os poderes públicos cuidarão de assegurar aos cidadãos um tempo destinado ao repouso e ao culto divino. Os patrões têm uma obrigação análoga com respeito a seus empregados" (Catecismo, nº 2187).
A sociedade atual necessita do funcionamento de certas instituições à noite, aos domingos e em dias de feriado. Sem negar a complexidade da matéria, o Catecismo adverte: "Os fiéis cuidarão que dispensas legítimas não acabem introduzindo hábitos prejudiciais à religião, à vida familiar e à saúde" (Catecismo, nº 2185).
Participar da Missa ou do culto nos domingos e festas de guarda é um postulado firme e estável desde o tempo apostólico. É conhecido como "primeiro mandamento da Igreja". O Papa Bento XVI, em Aparecida, insistiu na retomada desta tradição: "A assistência dos pais com seus filhos à celebração eucarística dominical é uma pedagogia eficaz para comunicar a fé e um estreito vínculo que mantém a unidade entre eles. O domingo significou, ao longo da vida da Igreja, o momento privilegiado do encontro das comunidades com o Senhor ressuscitado".
Domingo é o dia do Senhor, da família, da comunidade sadia. Oxalá consigamos, sem radicalismos, preservá-lo para o bem de todos.

*Dom Sinésio Bohn, bispo de Santa Cruz do Sul

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Um pensamento, uma sabedoria a ser meditada...

"Sempre acolher as pequenas alegrias, até a grande felicidade vir. E se ela não vier, o que é provável, você teve pelo menos as muitas pequenas felicidades."
Theodor Fontane

Cristão "dengoso"

A dengue é atualmente um grave problema de saúde pública no Brasil. É possível combater esse mal com cuidados muito simples, como esvaziar vasilhas com água e verificar se não existem reservatórios de água parada em nossos jardins. Mas isso exige uma atenção especial de toda a população. Adianta pouco colocar o exército na rua com canhões de um gás qualquer. A solução para a dengue está dentro de nossas casas... em um mutirão de responsabilidade. Todos precisam estar atentos, pois uma simples picada do mosquito transmissor pode significar até a morte de mais alguém. As crianças são as mais indefesas e vulneráveis. Ando pelo Brasil e vejo que as autoridades e órgãos responsáveis estão fazendo a sua parte de alertar a população. É impressionante que uma epidemia, que já matou uma centena de pessoas no Rio de Janeiro, tenha sua origem simplesmente em poças de água parada. Resolvi refletir sobre esse tema.
Quando fui à Terra Santa pela primeira vez, um judeu me perguntou se eu sabia a diferença entre o Mar da Galiléia e o Mar Morto. Disse que sabia que o primeiro era de água doce, cheio de vida e o segundo tinha altíssimo grau de salinidade. Ao seu redor não há vegetação nem vida. É com razão chamado de "Mar Morto". Ele me disse que era isso mesmo. Mas perguntou qual seria a razão desta situação de vida e morte. Respondi que de fato não sabia. Ele me disse que o Mar da Galiléia tem vida porque recebe as águas das montanhas e não fica com elas para si... deixa-as saírem para o deserto formando o Rio Jordão, onde Jesus foi batizado. E esse rio vai desaguar no Mar Morto. Mas o segundo mar mencionado é egoísta... não entrega suas águas. Por isso fica morto.
Ser cristão é seguir o exemplo do Mar da Galiléia. Rezamos "venha a nós o vosso Reino... dai-nos o pão de cada dia", mas também nos comprometemos com o amor, com a solidariedade e o perdão. Não podemos viver como a água parada do Mar Morto. Em água estagnada cria-se o mosquito da dengue. Cristão parado é cristão “dengoso”. Aliás, nem é bem cristão... é “tristão”.
Ultimamente a Igreja tem insistido muito que todo cristão é um missionário. É isso mesmo. Precisamos viver nossa fé no caminho, sempre anunciando a vida em Jesus. Todos nós somos evangelizadores. Cristão que só fica sentado na igreja ouvindo o padre é também um cristão "dengoso". Está infectado pela epidemia do marasmo religioso. Sua fé é morta... é salgada... é triste.
O verdadeiro cristão é um riacho... nunca uma poça de água parada. Não precisa ter carro ou avião para ser um grande missionário. Santa Terezinha do Menino Jesus tinha um coração missionário que voava pelo mundo inteiro por meio da intercessão. Sua solidariedade espiritual atingia os quatro cantos da terra. Há pessoas que pela sua postura de fé – mesmo presas a uma cama, em um hospital – mudam um lugar de morte em um “Mar da Galiléia”, um lugar de pescas milagrosas. O lugar é a gente quem faz.
Vamos combater a epidemia de dengue espiritual de nossas paróquias! Não basta ir à Santa Missa, é preciso sair em missão. Não pense que isso exige ir muito longe. Cada um de nós com menos de 25 anos certamente já andou 10 vezes mais quilômetros que Jesus em seus 33 anos de vida. A missão não se mede pelo velocímetro, mas pelo coração.
Padre Joãozinho, SCJ

quinta-feira, 24 de abril de 2008

O SANTO NECESSÁRIO

Todo ser humano tem sede de santidade. Quem quiser que o negue, mas toda pessoa é sedenta de transcendência. É uma questão de antropologia, de sabedoria humana, de conhecimento da alma. A maior parte dos equívocos, no entanto, aparecem no modo de compreender o santo, ao meu ver.O primeiro aspecto da santidade que nos aparece é talvez o moral. Os santos seriam aquelas pessoas perfeitas, sem “mancha” – compondo com essa imagem uma existência absolutamente irreal. Afinal, todos os seres que vivem no tempo e no espaço carregam no corpo as cicatrizes do movimento. Mesmo as pedras. Por isso, a santidade sobre a qual escrevo é aquela composta na luta do dia-a-dia e feita mais de tentativas do que de acertos, menos de posse e mais de desejo de um agir melhor.A segunda forma de santidade que nos vem à mente com freqüência é a da quietude. Os santos seriam como os anjos (provavelmente outra categoria carregada de equívocos em nosso imaginário), pacificamente contemplando Deus em sua eternidade. (A publicidade não cessa de explorar negativamente esse estereótipo, retratando o inferno como um lugar animado). Ledo engano, embora não tão ledo quanto pareça. Afinal, esse modo de pensar afasta-nos de uma compreensão adulta da religião. Os Bolandistas, grupo de historiadores jesuítas fundado na Bélgica há mais de quatrocentos anos, dedica-se até hoje a um estudo critico da hagiografia. Esse esforço ajudou-nos a contemplar o fogo, a impaciência, a inquietude que moram dentro das mulheres e homens mais próximos da divindade. Aqueles e aquelas nas quais reconhecemos os sinais da santidade são seres de urgência. E que o inferno fique com os inertes.Finalmente, uma última falsa imagem: santo não tem afeto, não se casa e não tem filho. É verdade que esse engano é alimentado pelo fato de que a maior parte dos santos reconhecidos pela Igreja Católica sejam celibatários. Mesmo a esses seria inadequado atribuir o rótulo das relações distantes – basta olhar a ternura de Teresa com o povo das ruas de Calcutá, por exemplo. Indo além, no entanto, é bom darmo-nos conta que o reconhecimento da santidade pela Igreja é uma situação especial, uma indicação extraordinária sobre a presença do Absoluto na vida de alguém. A maior parte dos santos está ao nosso lado. A maior parte dos exemplos de santidade de que necessitamos está bem perto de nós, e essa santidade transparece sobretudo na forma como o afeto é dispensado. Quem se põe à escuta das Escrituras sabe que Deus é amor. Por que haveriam os santos de ser diferentes, menos encarnados que Deus?Todos conhecemos o verso de Mar Português, de Fernando Pessoa: “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Sobretudo quando nossa alma quer traduzir-se em gestos de plenitude que iluminam o mundo. Essa verdade não se restringe à visão religiosa da vida, e todo ser humano é melhor e mais feliz quanto mais voltado para o Outro, para os outros. Afinal, como dizia outro poeta, Vinicius de Moraes, “quem de dentro de si não sai vai morrer sem amar ninguém”. Eis o santo necessário.

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Passeio e aniversário de Danilo

"Semente eu sei
Tem gente que ainda acredita
E aposta na força da vida
E busca um novo amanhecer..."
No feriado do dia 21 a CV Fortaleza foi a Baturité. Foi um dia de descanso, aventura (visita a Caridade num dia chuvoso) e comemoramos o aniversário de Danilo. Confiram as fotos!

Uma palavra de Vieira para a meditação do dia

“A prova da verdadeira fé e a fineza do verdadeiro amor não é seguir o sol quando ele se deixa ver claro e formoso, com toda a pompa dos seus raios, senão quando se nega aos olhos, escondido e encoberto de nuvens.”

Pe. Antônio Vieira,sj
400 anos

terça-feira, 22 de abril de 2008

Parabéns, Comunidade Vocacional Santo Inácio de Loyola de Belém!


Queremos parabenizar aos nossos companheiros que moram na CV de Belém pela passagem dos 10 anos. Ao Pe. Adelson, ao esc. Tomé e aos vocacionados as felicitações! Continuem firmes no AMAR E SERVIR ao Senhor e ao povo!

Pe. Antonio Vieira, IMPERADOR DA LÍNGUA PORTUGUESA, é homenageado pela CV de Fortaleza

Sarau Literário


O Sarau literário deste semestre foi para homenagear 400 anos de nascimento do “IMPERADOR DA LÍNGUA PORTUGUESA”, Pe. Antonio Vieira. Este ano os vocacionados, auxiliados pela professora Marília, puderam conhecer a vida e a obra ( Sermão da Sexagésima ) deste jesuíta. Para finalizar o trabalho promoveram na noite de sábado um SARAU que contou com a presença de um grupo de estudo de literatura do qual a professora de espanhol Fadma faz parte e alguns jesuítas. Foi uma noite muito agradável. Os escolásticos Agnaldo e Zé Wilson muito contribuíram para a organização e êxito desta atividade. Também celebramos nesta mesma noite, 19 de Abril, o aniversário do nosso companheiro Agnaldo. Confira as fotos destes momentos e faça os comentários!

domingo, 20 de abril de 2008

ORAÇÃO DO PAPA PELA PAZ NA CRATERA DAS TORRES GÊMEAS

"...Deus da compreensão,
Abalados com a dimensão desumana desta tragédia,
Buscamos a vossa luz e vossa orientação
Aqui, quando estamos diante de eventos tão assustadores.
Concedei àqueles cujas vidas foram poupadas
Que consigam viver, a fim de que as vidas perdidas aqui
Não tenham sido perdidas em vão.
Confortai-nos e consolai-nos
Reforçai-nos na esperança
E concedei-nos a sabedoria e a coragem
Para trabalhar incansavelmente por um mundo
No qual paz e amor autênticos reinem
Entre as Nações e nos corações de todos ..."
Papa Bento XVI

sábado, 19 de abril de 2008

V Domingo da Páscoa

Cristo ressuscitado nos faz um convite à relação, a deixar nossa vida ser transformada por uma intensa relação de amizade com Deus. E mais. Cristo ensina-nos o caminho da nossa casa paterna, na qual há lugar para cada um de nós, morada de um Deus generoso.
Evangelho narrado e comentado por Pe. Li Beda
Acesse o Blog http://www.oracaopelaarte.blogspot.com/ e escute o comentário.

V Domingo de Páscoa

O homem é mais que pó?
Publicamos o comentário do padre Raniero Cantalamessa, OFM

No livro do Gênesis, lê-se que depois do pecado, Deus disse ao homem: «Comerás o teu pão com o suor do teu rosto, até que voltes à terra de que foste tirado; porque és pó, e pó te hás de tornar» (Gn. 3, 19). Todos os anos, na Quarta-feira de Cinzas, a liturgia repete esta severa advertência: «Recorda-te que és pó e ao pó voltarás». Se dependesse de mim, tiraria imediatamente esta fórmula da liturgia. Justamente agora, a Igreja permite substituí-la por outra: «Convertei e crede no Evangelho». Tomada ao pé da letra, sem as devidas explicações, aquelas palavras são a expressão perfeita do ateísmo científico moderno: o homem não é mais que um amontoado de átomos que se dissolverá, ao final, em outro amontoado de átomos.
O Qohélet (Eclesiastes, N do T.), um livro da Bíblia escrito em uma época de crise das certezas religiosas em Israel, parece confirmar esta interpretação atéia quando escreve: «Todos caminham para um mesmo lugar, todos saem do pó e para o pó voltam. Quem sabe se o sopro de vida dos filhos dos homens se eleva para o alto, e o sopro de vida dos brutos desce para a terra?» (Qo 3, 20-21). No final do livro, esta última terrível dúvida (quem sabe se há diferença entre a sorte final do homem e a do animal) parece resolvida de modo positivo, porque o autor diz: «antes que a poeira retorne à terra para se tornar o que era; e antes que o sopro de vida retorne a Deus que o deu» (Qo 12, 7). Nos últimos escritos do Antigo Testamento, começa, é verdade, a abrir caminho a idéia de uma recompensa dos justos depois da morte, e até a de uma ressurreição dos corpos, mas é uma crença ainda bastante vaga no conteúdo e não compartilhada por todos, por exemplo, pelos saduceus.
Neste contexto, podemos avaliar a novidade das palavras com que começa o Evangelho do domingo: «Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Não fora assim, e eu vos teria dito; pois vou preparar-vos um lugar. Depois de ir e vos preparar um lugar, voltarei e tomar-vos-ei comigo, para que, onde eu estou, também vós estejais». Contêm a resposta cristã à mais inquietante das perguntas humanas. Morrer não é – como estava nos inícios da Bíblia e no mundo pagão – baixar ao Xeol ou ao Hades para levar ali uma vida de larvas ou de sombras; não é – como para certos biólogos ateus – restituir à natureza o próprio material orgânico para um posterior uso por parte de outros seres vivos; tampouco é – como em certas formas de religiosidade atuais que se inspiram em doutrinas orientais (com freqüência mal entendidas) – dissolver-se como pessoa no grande mar da consciência universal, no Todo ou, segundo os casos, no Nada... É, em contrapartida, ir estar com Cristo no seio do Pai, ser onde Ele é.
O véu do mistério não se ergueu porque não pode suprimir-se. Assim como não pode descrever o que é a cor um cego de nascimento, ou o som um surdo, tampouco se pode explicar o que é a vida fora do tempo e do espaço quem ainda está no tempo e no espaço. Não é Deus quem quis manter-nos na obscuridade... Nos disse, no entanto, o essencial: a vida eterna será uma comunhão plena, alma e corpo, com Cristo ressuscitado, compartilhar sua glória e sua alegria.
O Papa Bento XVI, em sua recente encíclica sobre a esperança (Spe salvi), reflete sobre a natureza da vida eterna desde um ponto de vista também existencial. Começa observando que há pessoas que não desejam em absoluto uma vida eterna, que inclusive têm medo. Para que serve – perguntam-se – prolongar uma existência que se revela cheia de problemas e de sofrimentos?
A razão deste temor, explica o Papa, é que não se consegue pensar na vida mais que nos modos que conhecemos aqui embaixo; enquanto que se trata, sim, de vida, mas sem todas as limitações que experimentamos no presente. A vida eterna – diz na encíclica – será submergir-se no oceano do amor infinito, no qual o tempo – o antes e o depois – já não existe. Não será um contínuo suceder-se de dias do calendário, mas como o momento pleno de satisfação, no qual a totalidade nos abraça e nós abraçamos a totalidade.
Com estas palavras, o Papa alude talvez, tacitamente, à obra de um famoso compatriota seu. O ideal do Fausto, de Goethe, é de fato precisamente alcançar a plenitude de vida e tal satisfação que o faça exclamar: «Detêm-te, instante, és tão belo!». Creio que esta é a idéia menos inadequada que podemos ter da vida eterna: um instante que desejaríamos que não acabasse nunca e que – diferentemente de todos os instantes de felicidade daqui de baixo – não terminasse jamais! Vêm-me à memória as palavras de um dos cantos mais amados pelos cristãos de língua inglesa: «Amazing grace». Diz: «E quando ali tenhamos estado há dez mil anos, / brilhando como o sol, / o tempo que nos fica para louvar a Deus / não será inferior que quando tudo começou» (When we've been there ten thousand years, / Bright shining as the sun, / We've no less days to sing God's praise / Than when we've first begun.)
Traduzido por Zenit

6° DIA DE ORAÇÃO ( REZEM PELOS TEÓLOGOS)

Falando do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa salientou que em cada continente, as comunidades invocam do Senhor numerosas e santas vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e missionaria e ao matrimónio cristão."
Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus

Hoje, rezem pelos nossos estudantes de teologia! Os nossos jovens jesuítas moram em Belo Horizonte e fazem por três anos estudos de Teologia como preparação para o SERVIÇO AO POVO DE DEUS através do ministério sacerdotal.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Ir. Raimundo Barros visita Comunidade Vocacional O Peregrino



C
om muita alegria a Comunidade Vocacional O Peregrino recebeu nos dias 15 e 16 de abril a visita do Ir. Raimundo Barros, que partilhou com os vocacionados internos suas experiências da CG35ª.
Com fotos e detalhes do evento, revelou os fatos marcantes da CG como por exemplo a eleição do novo Prepósito Geral o Pe. Adolfo Nicolás, a audiência dos congregados com o Papa Bento XVI e o processo de estudo e aprovação dos documentos.

O que o Papa pensa quanto à diminuição das vocações

Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus
Foi pedido ao Santo Padre para expressar sua opinião em relação à diminuição das vocações, não obstante o aumento da população católica, e sobre as razões da esperança oferecidas pelas qualidades pessoais e pela sede de santidade que caracterizam os candidatos que decidem prosseguir.

Sejamos sinceros: a capacidade de cultivar as vocações ao sacerdócio e à vida religiosa é um sinal da saúde de uma Igreja local. Não há espaço para alguma complacência a este respeito. Deus continua chamando os jovens, mas cabe a nós encorajar uma resposta generosa e livre a esse chamado. Por outro lado, nenhum de nós é capaz de dar esta graça por certa. No Evangelho, Jesus nos diz para rezar a fim de que o Senhor da messe envie novos operários; Ele diz também que os operários são poucos em relação à messe que é grande (cfr Mt 9,37-38).Pode parecer estranho, mas eu penso muitas vezes que a oração - l’unum necessarium – é o único aspecto das vocações que é eficaz e nós muitas vezes o esquecemos ou o desvalorizamos!Não falo somente de oração pelas vocações. A própria oração, que nasce nas famílias católicas, nutrida pelos programas de formação cristã, reforçada pela graça dos Sacramentos, é o meio principal mediante o qual conhecemos a vontade de Deus para a nossa vida. Na medida em que ensinamos os jovens a rezar, e a rezar bem, nós cooperamos ao chamado de Deus. Os programas, os planos e os projetos têm o seu lugar, mas o discernimento de uma vocação é, sobretudo, o fruto do diálogo íntimo entre o Senhor e os seus discípulos. Se souberem rezar, os jovens saberão o que fazer da vontade de Deus. Foi constatado que existe hoje uma grande sede de santidade em muitos jovens e embora em número menor, os que vão em frente demonstram um grande ideal e oferecem muitas promessas. É importante ouvi-los, compreender as suas esperanças e encorajá-los a ajudar seus coetâneos a verem a necessidade de sacerdotes e religiosos empenhados, como também a ver a beleza de uma vida de sacrifício e de serviço ao Senhor e à Igreja.A meu ver, muito se deve pedir aos diretores e formadores das vocações: aos candidatos, hoje, é preciso oferecer uma saudável formação intelectual e humana que os faça capazes não somente de responder às questões reais e às necessidades dos coetâneos, mas também de amadurecer em sua conversão e perseverar na vocação através de um compromisso que dure por toda a vida. Como Bispos, estejam conscientes do sacrifício que lhes é pedido quando solicitados a aliviar dos compromissos um de seus melhores sacerdotes para trabalhar no seminário. Peço a vocês que respondam com generosidade pelo bem de toda a Igreja.Enfim, acredito que saibam por experiência que muitos de seus irmãos sacerdotes são felizes por sua vocação. Aquilo que disse em meu discurso sobre a importância da unidade e da colaboração com o presbitério se aplica também neste campo. Existe a necessidade para todos nós de deixar as divisões estéreis, os desacordos e os preconceitos e de escutarmos juntos a voz do Espírito que orienta a Igreja rumo a um futuro de esperança. Cada um de nós sabe como é importante a fraternidade sacerdotal na própria vida; ela não è apenas um dom precioso, mas também um recurso imenso para a renovação do sacerdócio e o aumento de novas vocações. Desejo concluir encorajando-os a gerar oportunidades de diálogo ainda maiores e de encontros fraternos entre seus sacerdotes, especialmente os jovens. Estou convencido de que isto produzirá frutos para seu enriquecimento, para o aumento de seu amor ao sacerdócio e à Igreja, assim como na eficácia de seu apostolado. Com estas poucas observações, os encorajo ainda mais uma vez em seu ministério junto aos fiéis confiados a seus cuidados pastorais e lhes confio à intercessão amorosa de Maria Imaculada, Mãe da Igreja.

DIA 17 DE ABRIL DE 2008 NO SANTUÁRIO DE WASHINGTON

5° DIA DE ORAÇÃO ( REZEM PELOS MESTRES E IRMÃOS)


Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus

Hoje, rezem pelos MESTRES E IRMÃOS em formação! Os nossos jovens jesuítas neste período moram nas comunidades apostólicas da Companhia trabalhando nas obras e para os irmãos além do trabalho também estudam. Neste período o número de mestres e irmãos é cerca de 25.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

4° DIA DE ORAÇÃO ( REZEM PELOS FILÓSOFOS)

Falando do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa salientou que em cada continente, as comunidades invocam do Senhor numerosas e santas vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e missionaria e ao matrimónio cristão."





Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus


Hoje, rezem pelos filósofos! Os nossos jovens jesuítas moram em Belo Horizonte e fazem por três estudos de Filosofia em vista a preparação ao sacerdócio.
Eis o testemunho de um estudante de Filosofia:
Olá, eu sou o Rui Ferreira e nasci em Braga há quase 24 anos. Entrei na Companhia de Jesus em Setembro de 2004, ou seja, há cerca de quatro anos.

Por que razão entraste para a Companhia de Jesus? Pegando na questão, não sei se a minha entrada na Companhia se deve a uma razão... diria mais coração. Conhecer os Jesuítas, numa fase em que me preparava para o Crisma, moveu-me por dentro muito mais que qualquer motivo lógico. Quando nos propomos ‘levar’ Deus a sério na nossa vida, é impossível fugir ao compromisso – seja como religioso, casado, catequista ou animador do grupo de jovens. E os Jesuítas distinguiram-se pela sua alegria e uma certa ‘normalidade’ na maneira de estar e relacionar-se com os outros, que até aí não tinha encontrado.
Que significa, hoje, um jovem entregar-se a Cristo e à sua Igreja? Significa sentir que ser cristão faz sentido como opção de fundo na sua vida, que é o melhor caminho para o objectivo máximo da humanidade – ser feliz – e depois decidir dedicar-se à Igreja como padre, marido e pai, catequista, escuteiro, membro de um grupo de ação social, etc.
O que rezar? O terço, uma Ave- Maria, 10 minutos de adoração ao Santíssimo nesta intenção ... sejam criativos. Peçam do Senhor numerosas e santas vocações à Companhia de Jesus. Agradecemos deste já as preces!

Partilhando experiências

Gavi de Feira de Santana

Nos dias 12 e 13 de abril, aconteceu, em Feira de Santana, mais um GAVI. O tema abordado foi ESPIRITUALIDADE CRISTÃ. Tratamos um pouco sobre as Comunidades Eclesiais de Base, bem como a situação sócio-eclesial a partir da experiência dos vocacionados. Tivemos a colaboração dos noviços Pedro e Jaderson que, no sábado, nos acompanharam para conhecer um grupo de jovens da Paróquia de Todos os Santos.
Já no domingo, providencialmente, fomos conhecer a Paróquia de São José das Itapororocas, cuja Igreja Matriz foi construída pelos jesuítas na época da colonização do Brasil. Coincidentemente, tivemos a oportunidade de falar sobre o nosso trabalho de acompanhamento vocacional, e fomos convidados para ajudar implantar um grupo vocacional na paróquia. Enfim, no dia mundial de orações pelas vocações, vimos claramente que Deus continua nos chamando e enviando para servir a seu povo...

Noviços: Alexandre e Valdano.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

3° DIA DE ORAÇÃO ( REZEM PELOS JUNIORES)

Falando do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, o Papa salientou que em cada continente, as comunidades invocam do Senhor numerosas e santas vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e missionaria e ao matrimónio cristão."
Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus


Feito os votos ao final do Noviciado se inicia com o Juniorado a formação intelectual. O jovem jesuíta aprofunda a opção firmada com os votos religiosos, aliando à intensa vida de estudo, a vida comunitária, a atividade apostólica e a vida espiritual.Esta etapa dura mais ou menos dois anos, e nela são realizados os estudos de humanidades: história, literatura, idiomas, preparação para o vestibular para a Filosofia (os que tiverem vocação sacerdotal) e para outros cursos superiores (os que são irmãos) e etc., com a intenção de sensibilizar no jesuíta as diversas dimensões e complexidades da vida e abrir novos horizontes para que cresça nele o desejo de um serviço mais universal. Para o Brasil, nesta etapa de formação se inicia a experiência de interprovincialização, ou seja, em João Pessoa/PB fazem o juniorado os jesuítas de todas as províncias da Companhia de Jesus no Brasil.

O que rezar? O terço, uma Ave- Maria, 10 minutos de adoração ao Santíssimo nesta intenção ... sejam criativos. Peçam do Senhor numerosas e santas vocações à Companhia de Jesus. Agradecemos deste já as preces!

Gavi de Feira de Santana

Rezemos por esses nossos vocacionados externos de Feira de Santana e também por esses dois noviços (estão ao centro: Valdano e Alexandre) que acompanham os jovens com desejo de discernimento à Vida Religiosa.

terça-feira, 15 de abril de 2008

2° DIA DE ORAÇÃO ( REZEM PELOS NOVIÇOS)

Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus

São 17 os noviços da Companhia de Jesus que estão em Feira de Santana. Hoje, rezem por eles!


O que rezar? O terço, uma Ave- Maria, 10 minutos de adoração ao Santíssimo nesta intenção ... sejam criativos. Peçam do Senhor numerosas e santas vocações à Companhia de Jesus. Agradecemos deste já as preces!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Rezem pelas vocações!

Semana de oração pelas vocações à Companhia de Jesus.

"Falando do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, celebrado neste Domingo, dedicado pela liturgia à figura do Bom Pastor, o Papa salientou que em cada continente, as comunidades invocam do Senhor numerosas e santas vocações ao sacerdócio, à vida consagrada e missionaria e ao matrimónio cristão."

Esta semana pedimos aos nossos visitantes que rezem pelas vocações à Companhia de Jesus. Essa é uma iniciativa do Blog. Sugerimos que hoje vocês rezem pelos vocacionados das duas comunidades que a Companhia tem no Nordeste: a comunidade do Peregrino (em Teresina) e a comunidade São Pedro Claver (em Fortaleza). São eles: Luis Antônio, Felipe, Jefferson, Isaias e Mauricio que estão na comunidade do Peregrino e Daniel, Danilo, Jesus e Gonçalo que estão na comunidade São Pedro Claver.
O que rezar? O terço, uma Ave- Maria, 10 minutos de adoração ao Santíssimo nesta intenção ... sejam criativos. Peçam do Senhor numerosas e santas vocações. Agradecemos deste já as preces!

domingo, 13 de abril de 2008

4º Domingo de Páscoa

Uma visita que liberta

Vivemos num mundo visitado pela violência, por uma tendência ao mal da qual somente uma outra visita nos liberda: a voz de um Deus cujo nome é Amor. E um amor que se manifesta na concretude de uma vida doada, na certeza de uma vida construída com sua Presença, no som discreto de um Espírito que pronuncia nosso nome. Somos todos chamados.

Acesse o Blog e escute o comentário do Evangelho feito pelo Pe. Li Beda: http://www.oracaopelaarte.blogspot.com/


quinta-feira, 10 de abril de 2008

Gavi de Abril do núcleo FORTALEZA

TEMA: Juventude e Vocações à Vida Religiosa

Pai e filho celebrando a graça da VIDA

80 anos de Sr. Luíz Pinto e 40 anos de Pe. Pinto Júnior, sj


No dia 30 de março a família PINTO se reuniu na “FAZENDA TOURO” ( tudo muito animal), para celebrar os oitenta anos de Sr. Luiz Pinto. Foi escolhido esse local, pois foi onde ele nasceu e se criou e formou a sua alma sertaneja de resistências, lutas e vitórias.
A festa começou com a celebração da Eucaristia às 10:30, contando com a presença das famílias Pinto e Cruz ( de sua mãe), amigos(as) e companheiros jesuítas (Pe. Marcelino, Pe. Marcos e Agnaldo), seguido de almoço com música ao vivo. Tudo num clima ecumênico (na família tem evangélicos), festivo e prazeroso. A eles os nossos PARABÉNS!
Confira as fotos!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

45º Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Rezem pelas vocações!
Promovam vocações!

Tema: "As vocações a serviço da Igreja-Missão"

Mensagem de Bento XVI para o 45º Dia Mundial de Oração pelas Vocações
Caros irmãos e irmãs!
1. Tendo em vista o Dia Mundial de Orações pelas Vocações, que será celebrado em 13 de Abril de 2008, escolhi o tema: As vocações a serviço da Igreja- missão. Aos Apóstolos Jesus ressuscitado confiou o mandato: “Ide, pois, fazei discípulos meus entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19) e assegurando: “Eis que estarei convosco todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20). A Igreja é missionária no seu conjunto e em cada um dos seus membros. Se, graças aos sacramentos do Batismo e da Confirmação, cada cristão é chamado a testemunhar e a anunciar o Evangelho, a dimensão missionária é especialmente e intimamente ligada à vocação sacerdotal. Na aliança com Israel, Deus confiou a homens selecionados, chamados por Ele e enviados ao povo em seu nome, a missão de serem profetas e sacerdotes. Assim fez, por exemplo, com Moisés: “E agora, vai! – lhe disse Javé – Eu te envio ao Faraó [...] para que libertes meu povo, [...] quando tiveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus sobre esta montanha”. (Ex 3,10. 12). Igualmente acontece com os profetas.
2. As promessas feitas aos pais se realizaram plenamente em Jesus Cristo. A este respeito, afirma o Concílio Vaticano II: “Veio pois o Filho, enviado pelo Pai, que n’Ele nos escolheu antes de criar o mundo, e nos predestinou para sermos filhos adotivos [...] Por isso, Cristo para cumprir a vontade do Pai, inaugurou na terra o Reino dos Céus e revelou-nos o seu mistério, realizando-o, com a própria obediência, a redenção” (Const. Dogm. Lumen Gentium, 3). Durante a pregação na Galiléia, na vida pública, Jesus escolheu os discípulos como seus diretos colaboradores no ministério messiânico. Por exemplo, na multiplicação dos pães, quando disse aos Apóstolos: “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 14,16), animando-os assim, a assumir o peso das necessidades das multidões, às quais queria oferecer o alimento para saciar-lhes a fome, mas também revelar o alimento “que dura para a vida eterna” (Jo 6,27). Movia-se de compaixão pelo povo, porque, ao percorrer cidades e aldeias, via multidões cansadas e abatidas, “como ovelhas sem pastor” (cf Mt 9,36). Do seu olhar de amor brotava o convite aos discípulos: “Pedí ao Senhor da messe, que mande operários para sua messe” (Mt 9,38), enviando antes os Doze, com precisas instruções, “às velhas perdidas da casa de Israel”. Se nos detemos a meditar esta página do Evangelho de Mateus, conhecida comumente como “discurso missionário”, observamos todos aqueles aspectos que caracterizam a atividade missionária de uma comunidade cristã, que deseja ser fiel ao exemplo e ao ensinamento de Jesus. Corresponder ao chamado do Senhor supõe enfrentar cada perigo com prudência e simplicidade, e inclusive as perseguições, pois “um discípulo não é mais que seu mestre, nem um servo mais que o seu patrão” (Mt 10,24). Feitos uma coisa só com o Mestre, os discípulos não ficam sós para anunciar o Reino dos Céus, mas é o mesmo Jesus que age neles: “Quem vos acolhe, a mim acolhe; e quem me acolhe, acolhe aquele que me enviou” (Mt 10, 40). Além disso, como verdadeiras testemunhas, “revestidos da força do alto” (Lc 24,49), estes pregam “a conversão e o perdão dos pecados” (Lc 24,47) a todos os povos.
3. Precisamente por terem sido enviados pelo Senhor, os Doze receberam o nome de “apóstolos”, chamados a percorrer os caminhos do mundo anunciando o Evangelho, como testemunhas da morte e ressurreição de Cristo. Escreve São Paulo aos cristãos de Corinto: “Nós – isto é os Apóstolos – anunciamos Cristo crucificado” (1Cor 1,23). Neste processo de evangelização, o Livro dos Atos dos Apóstolos considera também muito importante o papel de outros discípulos, cuja vocação missionária surge através circunstânciasprovindenciais, às vezes dolorosas, como a expulsão da própria terra enquanto seguidores de Jesus (cf. 8,1-4). O Espírito Santo permite transformar esta prova em ocasião de graça, fazendo com que o nome do Senhor seja anunciado a outros povos, ampliando assim o círculo da comunidade cristã. Trata-se de homens e de mulheres que, como escreve Lucas no livro dos Atos, “arriscaram a vida pelo nome de nosso Senhor Jesus Cristo” (15,26). O primeiro entre todos, chamado pelo Senhor mesmo para ser um verdadeiro Apóstolo, é, sem dúvida, Paulo de Tarso. A história de Paulo, o maior missionário de todos os tempos, descreve, em muitos aspectos, qual seja o nexo entre a vocação e a missão. Acusado pelos seus adversários de não ter sido autorizado para o apostolado, ele mesmo, repetidas vezes, apela ao chamado recebido diretamente pelo Senhor (cf. Rm 1,1; Gal 1,11-12.15-17).
4. O que “impeliu” os Apóstolos no início, e no decorrer dos tempos, foi sempre “o amor de Cristo” (cf. 2Cor 5,14). Como fiéis servidores da Igreja, dóceis à ação do Espírito Santo, muitos missionários, ao longo dos séculos, seguiram as pegadas dos primeiros discípulos. Observa o Concílio Vaticano II: “Embora todo discípulo de Cristo incumba-se da obrigação de difundir a fé conforme as suas possibilidades, Cristo Senhor chama sempre dentre os discípulos os que ele quer para estarem com ele e os enviarem a evangelizar os povos (cfr Mc 3,13-15)” (Decr. Ad gentes, 23). De fato, o amor de Cristo foi comunicado aos irmãos, com exemplos e palavras - com toda a vida. “A vocação especial dos missionários ad vitam – escreveu o meu venerável Predecessor João Paulo II - conserva toda a sua validade: representa o paradigma do compromisso missionário da Igreja, que sempre tem necessidade de doações radicais e totais, de ímpulsos novos e corajosos” (Enc. Redemptoris missio, 66).
5. Entre as pessoas que se dedicam totalmente a serviço do Evangelho estão, de modo particular, muitos sacerdotes chamados para anunciar a Palavra de Deus, administrar os sacramentos, especialmente a Eucaristia e a Reconciliação, dedicados ao serviço dos mais débeis, dos doentes, dos sofredores, dos pobres e dos que passam por momentos difíceis, em regiões da terra onde ainda hoje existem multidões que não tiveram um verdadeiro encontro com Cristo. Para estes, os missionários levam o primeiro anúncio do seu amor redentor. As estatísticas testemunham que o número dos batizados aumenta cada ano, graças à ação pastoral destes sacerdotes, inteiramente consagrados à salvação dos irmãos. Neste contexto, seja dado um especial reconhecimento “aos presbíteros fidei donum que edificam a comunidade, com competência e generosa dedicação, anunciando-lhe a palavra de Deus e repartindo o pão da vida, sem pouparem as suas energias ao serviço da missão da Igreja. Por fim, é preciso agradecer a Deus pelos numerosos sacerdotes que tiveram de sofrer até ao sacrifício da vida por servir a Cristo [...]. Trata-se de comoventes testemunhos que poderão inspirar muitos jovens a seguirem por sua vez a Cristo e gastarem a sua vida pelos outros, encontrando precisamente assim a vida verdadeira.” (Exort. ap. Sacramentum caritatis, 26). Desta forma Jesus, através dos seus sacerdotes, se faz presente entre os homens de hoje, até às mais distantes extremidades da terra.
6. Não são poucos os homens e as mulheres que, desde sempre na Igreja, movidos pela ação do Espírito Santo, escolheram de viver radicalmente o Evangelho, professando os votos de castidade, pobreza e obediência. Esta multidão de religiosos e de religiosas, pertencentes a numerosos Institutos de vida contemplativa e ativa, tem tido “até agora uma parte importantissima na evangelização do mundo” (Decr. Ad gentes, 40). Com a oração perseverante e comunitária, os religiosos de vida contemplativa intercedem incessantemente pela inteira humanidade; os de vida ativa, com suas múltiplas formas de ação caritativa, levam a todos o testemunho vivo do amor e da misericórdia de Deus. Diante destes apóstolos do nosso tempo, o Servo de Deus Paulo VI, pôde dizer: “Graças à sua consagração religiosa, eles são por excelência voluntários e livres para deixar tudo e ir anunciar o Evangelho até as extremidades da terra. Eles são empreendedores, e o seu apostolado é muitas vezes marcado por uma originalidade e por uma feição própria, que forçosamente lhes granjeiam admiração. Depois, eles são generosos: encontram-se com freqüência nos postos de vanguarda da missão e a arrostar com os maiores perigos para a sua saúde e para a sua própria vida. Sim, verdadeiramente a Igreja deve-lhes muito” (Exort. ap. Evangelii nuntiandi, 69).
7. Além disso, para que a Igreja possa continuar a missão que lhe foi confiada por Cristo e não faltem os evangelizadores que o mundo necessita, será oportuno que nas comunidades cristãs, nunca falte uma constante educação na fé das crianças e dos adultos; é necessário manter vivo nos fiéis um sentido ativo de responsabilidade missionária e de participação solidária com os povos da terra. O dom da fé chama todos os cristãos a cooperarem na evangelização. Esta consciência seja alimentada através da pregação e da catequese, pela liturgia e por uma constante formação na oração; seja incrementada com o exercício da acolhida, da caridade, do acompanhamento espiritual, da reflexão e do discernimento, como também com a elaboração de um plano de pastoral, do qual faça parte integrante o cuidado das vocações.
8. Somente num terreno espiritualmente bem cultivado brotam as vocações para o sacerdócio ministerial e para a vida consagrada. De fato, as comunidades cristãs, que vivem intensamente a dimensão missionária do mistério da Igreja, jamais serão levadas a fechar-se em si mesmas. A missão, como testemunho do amor divino, se torna particularmente eficaz quando é partilhada comunitariamente, “para que o mundo creia” (cfr Jo 17,21). A graça das vocações é o dom que a Igreja invoca diariamente ao Espírito Santo. Desde o seu início a comunidade eclesial, recolhida em torno à Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, d’Ela aprende a implorar do Senhor o florescimento de novos apóstolos, que saibam viver no seu íntimo aquela fé e aquele amor necessários para a missão.
9. Ao confiar esta reflexão a todas as comunidades eclesiais para que a façam suas e, sobretudo, para suscitar subsídios de oração, encorajo o empenho de todos que trabalham com fé e generosidade ao serviço das vocações e, de coração, envio aos formadores, aos catequistas e a todos, especialmente aos jovens na caminhada vocacional, uma especial Benção Apostólica.

Vaticano, 3 de Dezembro de 2007

BENEDICTUS PP. XVI

Bispos no Brasil querem colher 1,2 milhão de assinaturas a favor da ética na política

A CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) promoveu o lançamento esta quarta-feira de uma grande iniciativa popular que pretende se tornar um projeto de lei a favor da ética na política.
A idéia do novo projeto de lei popular surge na seqüência da Lei 9.840, promulgada em 1999, quando um milhão de brasileiros subscreveram a iniciativa que hoje combate a compra de votos e o uso da máquina administrativa nas eleições no país.
«Mais de um milhão de brasileiros tornaram possível a punição de mais de seiscentos políticos que foram surpreendidos comprando votos ou desviando os bens da Administração Pública em proveito de suas candidaturas», explicou o presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha.
O arcebispo de Mariana destacou que «é chegado o momento de dar mais um passo além».
O novo projeto tornaria inelegíveis, durante os trâmites do processo, os políticos condenados pela Justiça em primeira instância. Os políticos processados diretamente pelo Ministério Público também estariam impedidos de ir às urnas enquanto aguardam julgamento.
Prevê ainda a inelegibilidade dos políticos que vierem a renunciar de seus cargos públicos para escapar de possíveis punições por quebra de decoro.
«Na base da nova iniciativa está a idéia de que os que respondem a processos criminais por delitos graves devem ser afastados temporariamente da vida política até que solucionem seus problemas judiciais», explicou Dom Geraldo Lyrio.
Segundo o presidente da CNBB, não se trata de «considerar culpado alguém que ainda não esgotou todas as suas possibilidades de defesa, mas de prevenir o possível ingresso nos cargos públicos de pessoas com pendências na Justiça».
«Essa medida tão simples, junto com outras previstas na nova iniciativa popular, nos ajudará a fortalecer ainda mais a nossa democracia, consolidando a ética do serviço ao próximo e ao bem como a base da participação na vida política», afirmou.
Na base do novo projeto de lei de iniciativa popular está o Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral, uma rede de entidades da sociedade, da qual fazem parte a CNBB e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), entre outras instituições.
O presidente da OAB, Raimundo Cezar Britto Aragão, destacou a simbologia da iniciativa.
Segundo Cezar Britto, não se trata «simplesmente de encaminhar um projeto de lei para o Congresso e ficar aguardando o resultado, mas chamar o povo à reflexão e pedir que o povo participe mais ativamente da vida política».

terça-feira, 8 de abril de 2008

...violência contra criança é sinal de decadência moral, decadência da civilização.”

O arcebispo dom Odilo cherer recomendou serenidade em relação à morte da menina Isabella – que, como filha de mãe católica moradora na zona norte, era uma arquidiocesana –, encontrada morta no prédio onde residem o pai e a madrasta. “É lamentável a morte de uma criança. Não importa a forma como aconteceu. É sempre lamentável. Seja assassinada, seja por doença, uma criança morrer é sempre muito triste”, disse. “Em relação ao caso de Isabella, devemos ser cautelosos para não cometer injustiças e não sermos nós eventualmente participantes de uma onda de criminalização que acontece muitas vezes sob a emoção, sem se ter ainda clareza sobre o que aconteceu. Evidentemente, o fato acontecido está sendo investigado, levantamse hipóteses, mas não se tem ainda certeza. Aguardemos que seja averiguado o que aconteceu”, continuou. “Independentemente do que tenha acontecido, fica a recomendação de que não pode haver violência contra crianças. Eu não estou dizendo que houve. Mas independentemente do que houve, violência contra criança é sinal de decadência moral, decadência da civilização.” “Claro, não vamos generalizar isso, às vezes acontecem situações de desequilíbrio. Mas quando acontecem de maneira calculada, fria, é uma agressão prepotente contra um ser indefeso frágil. Eu até diria: Deus tem ciúme das crianças. Jesus no Evangelho deixou isso muito claro. Deus ama as crianças com uma predileção muito especial, de modo que a violência contra as crianças devem ser evitada”, declarou

A Igreja quer se "colocar em estado de missão"

As diretrizes da evangelização no Brasil para os próximos quatro anos incorporam um elemento essencial sublinhado pela Conferência de Aparecida: o estado permanente de missão.
Foi o que explicou esta terça-feira o arcebispo de Belo Horizonte, Dom Walmor Oliveira de Azevedo, em coletiva de imprensa na 46ª Assembléia Geral da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). O episcopado reúne-se até esta sexta-feira em Itaici (interior de São Paulo).
Um dos principais objetivos da assembléia é aprovar o texto das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, documento pré-elaborado pela CNBB que passa por revisões e emendas dos bispos estes dias.
Segundo Dom Walmor, que é presidente da Comissão para Doutrina da Fé do organismo episcopal brasileiro, uma das grandes novidades do texto é incorporar de modo mais concreto e coerente com a realidade do país as indicações da Conferência de Aparecida.
O arcebispo explicou que a redação das novas diretrizes visa a atualizar a ação pastoral da Igreja para um «caminho missionário». O documento ajudará a concretizar «no chão missionário da nossa Igreja» o Documento de Aparecida.
Trata-se de um trabalho que visa a criar uma «mentalidade» e «uma ação pessoal», em que cada cristão batizado, «discípulo e discípula de Jesus Cristo», sinta-se «em missão diariamente».
«É muito importante estabelecer uma dinâmica forte, interna», em que cada comunidade, «a partir de dentro dela mesmo, volte-se para fora dela, sobretudo na direção dos mais pobres, dos mais distantes, num dinamismo de ir ao encontro, seja para o diálogo, para a escuta, para a oração, para o comprometimento.»
Segundo o arcebispo, tudo isso é sempre resultado de uma experiência: «o ser discípulo-missionário de Cristo».
«A espiritualidade própria do ser discípulo-missionário de Jesus Cristo é singular», remete «à fonte inesgotável do Evangelho, de tal maneira que critérios são mudados, modos de ser e de considerar as questões, de pertencer, viver e dar testemunho da fé».
«Nesta espiritualidade própria do discípulo, o elemento importante e fundamental é o encontro pessoal com Cristo vivo», considera o Dom Walmor. Conseqüente a isso, há a «força do testemunho vivido».
Já o cardeal Odilo Scherer acrescentou que se trata de um «redescobrir aquilo que é a própria Igreja»; ou seja, trata-se de uma «mudança de mentalidade».
A Igreja quer se «colocar em estado de missão». «Devemos todos nos considerar em estado permanente de missão», como discípulos que se fazem também missionários, afirmou.

A pobreza e a fome são "uma ofensa à dignidade humana".

Esse foi o teor do discurso do observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Celestino Migliore. Ele interveio no dia 4 de abril, em Nova York, na 62ª sessão da Assembléia Geral da ONU, durante o debate sobre o tema "Reconhecer os êxitos, enfrentar os desafios e recuperar o rumo para a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em 2015".Em seu discurso, o arcebispo recordou que já estamos na metade do caminho desde que, em 2000, chefes de Estado e de governo entraram em consenso sobre "uma série ambiciosa, mas necessária, de objetivos para o desenvolvimento global a serem alcançados até 2015".Apesar de alguns progressos registrados, Dom Migliore reconhece que "a extrema pobreza, a fome, o analfabetismo e a falta de assistência médica ainda são muito difusos e inclusive pioraram em algumas regiões".A Santa Sé, recordou o arcebispo, continua ativamente empenhada em aliviar esses problemas, "que são uma ofensa à dignidade humana", e "não deixará de destacar tais necessidades fundamentais, de modo que permaneçam no centro da atenção internacional e sejam enfrentadas como uma questão de justiça social".Nesse sentido, o representante vaticano considera necessária "uma maior solidariedade internacional se o objetivo é conseguir limitar o crescente abismo entre países ricos e pobres e entre os indivíduos dentro de um mesmo país".Entre os progressos obtidos, Dom Migliore citou o acesso universal à educação primária, ainda que 58 países não poderão alcançá-lo até 2015.A educação, constatou, "está na base de todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e é o instrumento mais eficaz para fazer com que os homens e mulheres possam conseguir uma maior liberdade social, econômica e política. Os governos e a sociedade civil, o setor privado, os pais e os educadores devem intervir na educação das futuras gerações para prepará-las a enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais globalizada".Dom Migliore recordou que "milhares de instituições educativas da Igreja Católica estão situadas nas cidades mais degradadas e nas mais remotas aldeias, na periferia das grandes metrópoles e em lugares nos quais as crianças estão obrigadas a trabalhar para sobreviver"."Mais que conversas e reuniões, a conquista dos Objetivos do Milênio exigem empenho e ação concreta. Nossa luta global contra a pobreza não é simplesmente um ato de generosidade e altruísmo: é uma conditio sine qua non para um futuro melhor em um mundo mais justo para todos", concluiu.
www.radiovaticana.org

Na mesa da Palavra

Jo 6,30-35

O pão e a bebida são os alimentos de que precisamos para viver. Porém, “nem só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus” (Dt 8,3). O único alimento capaz de saciar o anseio, que todos trazemos, de vida em plenitude é a união com Deus. É precisamente isso que Cristo veio trazer.
O “pão da vida” é a palavra de Jesus e é também o seu corpo, a eucaristia. A sua palavra nos mostra o caminho a ser trilhado para essa união com Deus, e a eucaristia é a própria antecipação dessa união, que só será plena na vida eterna. Alimentemo-nos então não apenas do pão que se perde, mas da palavra e do corpo de Jesus, que permanecem para a eternidade.

Pe. D. Justino Silva de Souza, OSB

sábado, 5 de abril de 2008

Bíblia não está escrita para fazer ciência, mas para dar salvação»

Comentário do Pe. Cantalamessa
III Domingo de Páscoa

Atos 2, 14a.22-28; 1 Pedro 1, 17-21; Lucas 24, 13-35
Explicou-lhes as Escrituras
«Acaso não ardia nosso coração enquanto falava conosco, no caminho, quando nos explicava as Escrituras?». Desejamos refletir precisamente sobre este ponto do Evangelho relativo aos discípulos de Emaús: as Escrituras. Há duas formas de aproximar-se da Bíblia. A primeira é considerá-la um livro antigo, cheio de sabedoria religiosa, de valores morais e também de poesia. Deste ponto de vista, é absolutamente o livro mais importante para compreender nossa cultura ocidental e a religião judaico-cristã. É também o livro mais impresso e mais lido de toda a humanidade.
Mas existe outra forma, muito mais comprometida, de aproximar-se da Bíblia; é a de crer que ela contém a Palavra viva de Deus para nós. Que é um livro «inspirado», isto é, escrito, sim, por autores humanos, com todos os seus limites, mas com a intervenção direta de Deus. Um livro muito humano e, por sua vez, que fala ao homem de todos os tempos, e lhe revela o sentido da vida e da morte.
Sobretudo lhe revela o amor de Deus. Se todas as Bíblias do mundo, dizia Santo Agostinho, por algum cataclismo, fossem destruídas e sobrasse uma só cópia, e desta já não fosse legível mais que uma página, e de tal página só uma linha, se esta linha é a da primeira Carta de João, onde está escrito: «Deus é amor», toda a Bíblia teria sido salva, porque ela se resume nisso. Isso explica por que tantas pessoas se encaminham à Bíblia sem cultura, sem grandes estudos, com simplicidade, com fé em que é o Espírito Santo quem fala nela, e aí encontram respostas a seus problemas, luz, alento, em uma palavra: vida.
As duas formas de aproximar-se da Bíblia – a erudita e a da fé – não se excluem; mais ainda, devem manter-se unidas. É necessário estudar a Bíblia, os modos em que se pode interpretá-la (ou levar em conta os resultados de quem assim a estuda), para não cair no fundamentalismo. O fundamentalismo consiste em tomar um versículo da Bíblia literalmente e aplicá-lo assim às situações de hoje, sem considerar a diferença de cultura, de tempo, os diferentes gêneros literários da Bíblia. Crê-se, por exemplo, que o mundo tem pouco mais de 4 mil anos de idade, porque são os anos que se desprendem da Bíblia, ainda que sabemos que, se falamos de anos, o mundo tem vários bilhões, só que a Bíblia não está escrita para fazer ciência, mas para dar salvação. Deus, na Bíblia, adaptou-se a falar da forma em que os homens do tempo pudessem entender; não escreveu só para os homens da era tecnológica.
Por outro lado, contudo, reduzir a Bíblia a um mero objeto de estudo e de erudição, permanecendo neutros diante da sua mensagem, significa matá-la. Seria como se um namorado que recebeu uma carta de amor de sua namorada começasse a examiná-la com o dicionário, desde o ponto de vista da gramática e da sintaxe, e se detivesse nestes aspectos, sem perceber o amor que contém. Ler a Bíblia sem fé é como abrir um livro em plena noite: não se vê nada, ou ao menos não o essencial. Ler a Escritura com fé significa lê-la com referência a Cristo, captando, em cada página, aquilo que tem a ver com Ele. Como Ele fez com os discípulos de Emaús.
Jesus ficou entre nós de duas maneiras: na Eucaristia e na sua Palavra. Em ambas Ele está presente: na Eucaristia em forma de alimento, na Palavra em forma de luz e de verdade. A Palavra tem uma grande vantagem sobre a Eucaristia. Da comunhão não se podem aproximar mais que os que já crêem e estão em estado de graça; da Palavra de Deus, ao contrário, podem se aproximar todos, crentes e não-crentes, casados e divorciados. E mais ainda, para chegar a ser crente, o meio mais normal é precisamente o de escutar a Palavra de Deus.
[Tradução: Élison Santos. Revisão: Aline Banchieri]