segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Pobreza e Paz


Para o Dia Mundial da Paz, Bento XVI propõe à reflexão de todos a vinculação entre a pobreza e a paz. Começa constatando a dinâmica, onde a pobreza se encontra entre os fatores que desencadeiam os conflitos, que por sua vez acabam agravando ainda mais as situações de pobreza.
Diante desta constatação, Bento 16 lança o desafio, para ser assumido solidariamente, neste tempo de globalização em que nos encontramos: “combater a pobreza - construir a paz”.
O ano de 2009 começa cheio de apreensões, face à crise econômica, nascida no centro do sistema, trazendo em conseqüência uma dinâmica inerente de propagação. As interrogações se referem não só à extensão da contaminação da crise, mas também à profundidade que ela terá, levantando sérias questões sobre o agravamento das situações de pobreza no mundo.
Em meio aos desafios que a situação de crise generalizada do sistema econômico mundial está levantando, é muito oportuno o apelo do Papa para uma convicta atitude de solidariedade para com as populações que serão mais atingidas pelas conseqüências da crise, tanto nos países centrais como nos países periféricos do sistema econômico mundial.
O desencadear da crise já mostrou uma desproporção evidente na destinação dos recursos. Quando se trata de socorrer instituições financeiras, as cifras são astronômicas, e parece não existirem limites para salvar os bancos. Mas quando se faz as contas de quanto se precisaria para acabar com a fome no mundo, o montante nem seria tanto, mas paira sempre no ar a constrangedora impressão de que não vale a pena gastar dinheiro para salvar os pobres.
O apelo do Papa, vinculando a pobreza com a paz, independente do que ele diz ou deixa de dizer, traz consigo o ineludível desafio de colocar a questão básica da finalidade verdadeira da economia: ela está a serviço da vida, ou não? E se está, o critério de averiguação do seu sucesso não pode ser o lucro, mas o atendimento das necessidades vitais de toda a população mundial, independentemente das regiões geográficas em que esta população se encontre.
A atual crise econômica mundial oferece a oportunidade para repensar as finalidades essenciais e as condições básicas para um verdadeiro projeto de desenvolvimento sustentável, em nível mundial, compatível com os recursos que o planeta nos oferece, e que precisam ser usados com critério e com responsabilidade.
Para evitar caminhos equivocados de combate à pobreza, o Papa aponta alguns âmbitos que mais necessitam de atenção. O primeiro deles é ligado à demografia, em que entra em jogo o tamanho da população mundial. Ele observa que os países que mostram dinamismo demográfico são os que apresentam hoje melhores índices de crescimento econômico, e com isto fica desmentida a suposição de que as taxas de natalidade são empecilho para o crescimento econômico. Mas é de observar que, neste contexto, ao mesmo tempo o Papa cita a surpreendente cifra da duplicação da população mundial a partir da segunda grande guerra até hoje, numa evidente alusão à responsabilidade com que deve ser olhado hoje o crescimento demográfico, que transcende a dimensão da ética individual para assumir dimensão de espécie humana.
O Papa faz também referência às pandemias, citando a malária, a tuberculose e a aids, para cujo combate ele advoga, corajosamente, a quebra dos patenteamentos, em vista da urgência de sua utilização em defesa da vida das populações pobres. Ele questiona com força os gastos que ainda hoje são destinados a programas armamentistas sem sentido e sem justificativas. Lembra que as primeiras vítimas da fome são as crianças, e observa que a crise alimentar atual está elevando as cifras dos desnutridos no mundo.
Uma mensagem, portanto, carregada de razões, e dirigida à consciência de todos.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

É MISSÃO DE TODOS NÓS ...




“Esta região tem uma grande dívida com a Companhia de Jesus.” Estas foram palavras de Dom Francisco Javier, bispo de Tianguá, proferidas na missa de envio dos missionários jesuítas, no dia 17 de dezembro. Dom Javier se referia, sobretudo, ao martírio do padre Francisco Pinto, que ocorreu em 11 de janeiro de 1608 no alto da Serra da Ibiapada. Como forma de recordar a entrega desse nosso companheiro e celebrar os 400 anos de evangelização no Ceará realizou-se na Paróquia de Nossa Senhora de Assunção, Viçosa do Ceará, a missão vocacional. Estiveram presentes padres, estudantes e vocacionados jesuítas. Inúmeras foram as atividades, das quais se destacam: visitas às famílias, encontros de formação, novena do Natal, caminhadas, celebrações. Ao final, depois de nos ter dado conta de tantos dons recebidos, pela calorosa acolhida do Pe. Carlos e de toda a comunidade, percebemos que somos nós, jesuítas, que temos uma grande dívida com essa região.

Natal: «… paz na terra!»

A fé cristã aparece, então, como um risco, como a audácia da confiança. Toda a Bíblia nos conduz a esta confiança: é o Deus absolutamente transcendente que nos vem falar numa linguagem acessível.
Meditar a proximidade de Deus manifestada no Natal provocará sempre o espanto. O Verbo fez-se carne. Deus fez-se vulnerável. Santo Agostinho insiste: a sua palavra torna-se numa pequena criança incapaz de falar. A partir do seu nascimento, Jesus é lançado à precariedade, à instabilidade da existência humana. Imediatamente depois, sofre com Maria e José a perseguição e o exílio.
No Natal, já se mostra a sombra da cruz . Encarnando-se, Deus escolhe revestir a fragilidade humana. Vem habitar as nossas rupturas e os nossos sofrimentos. Cristo junta-se a nós no mais baixo, faz-se homem como nós para melhor nos estender a mão.
Pela vinda de Jesus, Deus compromete-se a uma verdadeira partilha. Assume a nossa humanidade e, através dela, a nossa própria pessoa. Em troca, comunica-nos a sua vida. Maria é a garantia de que esta partilha é real, pois ela traz a promessa que conduzirá à reconciliação da humanidade com Deus.
Ousemos reconhecer na pequena criança do presépio a presença de Deus, acolhamos a sua paz, e com ela a esperança de paz para o mundo inteiro. No Natal, Deus envia-nos a transmitir esta paz a todo o lado. O nosso mundo precisa de mulheres e de homens corajosos que através da sua existência expressem o apelo do Evangelho à reconciliação.
Recordemos que na história, por vezes bastaram algumas pessoas para fazer inclinar a balança no sentido da paz. A confiança e a coragem de uma mulher, a Virgem Maria, foram suficientes para deixar Deus entrar na nossa humanidade. Deixemo-nos levar por esta confiança e por esta coragem. Podemos lê-las nos olhos desta Virgem com o Menino aqui representada, inspirada no rosto de uma jovem africana.
Meditação do irmão Alois

Santo Estêvão

Depois do cumprimento da promessa de Jesus, o derramamento do Espírito Santo no dia de Pentecostes, os discípulos formaram as primeiras comunidades cristãs, nelas, se vivia o principio da caridade cristã, e se colocava tudo em comum.Com o crescimento da comunidade, os apóstolos confiaram o serviço da assistência diária a sete ministros da caridade, chamados diáconos, entre eles, sobressaía Estevão, homem de fé, cheio de graça e força, possuía um grande zelo pelo anúncio da Boa Nova. Santo Estêvão, o primeiro mártir da Igreja nascente, jamais renunciou a Deus e, sendo levado para fora da cidade, foi apedrejado. Diante da chuva de pedras que caía sobre ele, dobrou o joelho e pronunciou as mesmas palavras de perdão do seu mestre: "Senhor, não lhes imputes este pecado".

Santo Estevão, rogai por nós!

"Bela", o filme que celebra a vida

Bela", o filme vencedor do júri popular no Festival de Toronto em 2007, foi apresentado em nível mundial em 2008. Trata-se de uma produção de Metanoiafilms com a presença do ator e produtor mexicano Eduardo Verástegui. O filme narra uma história de amor, explica ele mesmo:
"Uma história de amor que vai para além do romance, sobre um homem que tinha tudo na vida, ou melhor, que ele pensava que era tudo, dinheiro, fama, sucesso, e muitas coisas mais”.
Bela mudou a vida de muita gente, afirma Verástegui, começando pela sua: "Um filme que mudou a minha vida, jamais tinha trabalhado em um projeto tão significativo como o de Bela". "É um filme que celebra a vida, que celebra nossos valores, nossa cultura, nossa música, nossa comida e muitas coisas mais"

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Pensando no Natal


O que mais falta no Natal é reflexão. Se parássemos para pensar um pouco, perceberíamos melhor o seu significado. E nos daríamos conta de quanto o mistério da encarnação ilumina a humanidade. De tal modo que o nascimento do Menino Jesus, em Belém de Judá, confere sentido a “todo homem que vem a este mundo”.
O Evangelho observa, com perspicácia, que a primeira reação de Maria, diante da proposta do anjo Gabriel, foi pensar. “Maria começou a pensar qual seria o significado daquela saudação” (Lc 1,29).
Começar a pensar é, portanto, a primeira recomendação do Natal.
Também José fez a mesma coisa. Ele também se pôs a pensar. Enquanto mergulhava nos seus pensamentos, pôde compreender a missão que o Senhor lhe confiava. Sem pensar, não teria se colocado em sintonia com a vontade de Deus, que o convidava a assumir uma missão que empenharia por inteiro sua vida, e lhe daria uma dignidade inesperada.
Depois do nascimento de Jesus, Maria continuou a pensar. “Maria guardava todas estas coisas, meditando-as no seu coração.” (Lc 2,19).
A encarnação do Filho de Deus é um fato que transcende as circunstâncias históricas em que ela aconteceu. Seu significado vai além da singularidade das pessoas diretamente envolvidas no cenário histórico do acontecimento de Belém.
Como Maria, também somos convidados a continuar pensando no seu significado. Para dar-nos conta de como o mistério de Deus, que assume a natureza humana, repercute em toda a humanidade. De tal modo que toda criança, em qualquer época, em qualquer lugar, em qualquer povo, em qualquer cultura, de qualquer raça, todo nascimento, todos os seres humanos, são agora assumidos por Deus, e carregam uma dignidade nova, que lhes é conferida pelo fato de Deus ter assumido nossa condição humana, pela encarnação do seu Filho.
As circunstâncias históricas do nascimento de Jesus são contingentes e transitórias. O fato fundamental é o mistério de encarnação, cujo significado permanece, desafiando nossa inteligência.
E´ preciso resgatar o alcance universal do mistério da encarnação. E relativizar as contingências históricas em que ele se deu. Para não aprisioná-lo dentro destas circunstâncias, impedindo que ele possa ser apropriado por todos os povos, em todos os tempos.
O fato do Filho de Deus ter nascido em determinado país e em determinado povo, não o torna propriedade exclusiva de tal povo ou de tal lugar. O próprio Jesus fez questão de se desvencilhar das amarras de Nazaré e de seus familiares, para se sentir à vontade entre aqueles que acolhiam a mensagem transcendente que ele anunciava.
Ele mesmo, quando adulto, não deu importância a Belém, o lugar onde tinha nascido. Ficava tão perto de Jerusalém, bem que podia ter passado por lá, e mostrado aos discípulos onde tinha nascido! A contrário, preferiu atravessar as fronteiras ao norte, sinalizando a destinação universal do seu Evangelho.
Depois de dois mil anos, o Natal de Jesus nos faz procurar sua repercussão nem tanto na extensão geográfica de sua Igreja. Mas na profundidade do compromisso de Deus com a humanidade, simbolizado pela encarnação do seu Filho.
Pensando bem, os fatos de Belém ainda nos convidam à meditação. Para entendermos como a encarnação de Deus, acontecida plenamente em Jesus, repercute em todos os nascidos, não só em Belém, mas em Pequim também. E em toda criatura humana, em qualquer época e em qualquer lugar deste mundo.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Missa presidida por Dom Francisco Javier (bispo de Tianguá) envia MISSIONÁRIOS JESUÍTAS para a MISSÃO NATALINA


Nós, vocacionados e jesuítas, estamos em Viçosa do Ceará fazendo SANTAS MISSÕES. Ontem fomos enviados pelo bispo de Tianguá, Dom Francisco Javier, numa bonita celebração. Somos 28 missionários nesta terra da Ibiapaba que nos faz recordar a presença dos nossos a 400 atrás que semearam neste estado do Ceará a Boa Nova de Deus, Jesus. Acompanhem-nos na oração!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Pe. ACRÍZIO PRESIDE A EUCARÍSTIA PELOS 25 ANOS DE SACERDÓCIO EM SUA TERRA NATAL- TAMBORIL.

“ Nossa Paróquia está em festa! Exultamos em Ação de Graças, pois há 25 anos o Pe. José Acrizio, filho de nossa querida Tamboril, foi ordenado sacerdote na Congregação dos Jesuítas.
São 25 anos de ministério, é um momento tão importante que chamamos de Jubileu de Prata. Peçamos pela missão e caminhada deste filho ilustre de Tamboril e também para que a exemplo dele, Deus desperte em outros jovens o desejo de consagrar suas vidas como sacerdotes e religiosos.


Com esse comentário no dia 14\ 12\ 2008 o jovem Isaac deu inicio a MISSA em gratidão aos 25 de sacerdócio do Pe. Acrizio em sua terra natal, Tamboril!

sábado, 13 de dezembro de 2008


Desde o dia 09/12 vários jovens estão participando da Convivência Vocacional 2008 em Teresina, na Comunidade Vocacional O Peregrino.
Participaram do dia a dia da vida na Comunidade Vocacional, conheceram as áreas de voluntariado, praticaram esportes e tiveram um pouco de formação sobre "missão".
Hoje a noite iremos iniciar o Retiro Projeto de Vida para um grupo de 16 jovens, e no dia 16/12 estaremos partindo em missão para a cidade de Viçosa do Ceará, onde seremos enviados para várias comunidades da paróquia, buscando animar o povo para celebrar a chegada do Deus que se faz pequeno, menino.
Desde já, pedimos a orações de todos vocês pelo bom êxito de todas essas atividades.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Pe. Laércio é novo diretor da Comunidade Vocacional São Pedro Claver.


Na manhã do dia 08 numa oração a IMACULADA CONCEIÇÃO e almoço comunitário com a presença dos jesuítas e vocacionados foi confiado ao Pe. Laércio através do Pe. Provincial, Pe. Acrízio Sales, a missão ao NOVO DIRIETOR DA COMUNIDADE VOCACIONAL SÃO PEDRO CLAVER, PE. LAÉRCIO.

Rezemos pelas vocações a Companhia de Jesus e pelo trabalho do Pe. Laércio, sj.

Nossa Senhora de Guadalupe - rogai pelo povo Latino!

Sabemos que Nossa Senhora, assim como João Batista, está preparando o caminho. O Batista anunciou a primeira vinda, já Maria, em suas aparições, nos prepara para o retorno glorioso de Cristo.
Disse o Papa Bento XIV:
"Nela tudo é milagroso: uma Imagem que provém de flores colhidas num terreno totalmente estéril, no qual só podem crescer espinheiros... uma Imagem estampada numa tela tão rala que através dela pode se enxergar o povo e a nave da Igreja... Deus não agiu assim com nenhuma outra nação".
Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Parabéns!



Deus nosso Pai, abençoai os nossos sacerdotes.
E solidificai-os nas suas vocações.
Dai-lhes as graças que necessitam para
Exercerem o seu ministério
Com generosidade
E coração alegre.
Oferecemos esta oração pelos nossos sacerdotes:
Pe. Adriano e Pe. Acrízio
Que são também nossos companheiros e amigos no SENHOR.
Amém!

Ofício da Imaculada Conceição

domingo, 7 de dezembro de 2008

Votos solenes do Pe. Jackson Carvalo ,sj


No dia 07/12, às 17h - Pe. Acrísio Sales - Provincial NE presidiu a celebração dos Votos Solenes de Pe. Jackson Carvalho na Paróquia de Cristo Rei. Eram muitos os paroquianos, jesuítas e amigos presente neste momento tão importante na vida sacerdotal de Pe. Jackson.


Parabéns Pe. Jackson, que Santo Inácio seja uma inspiração constante em sua vida!

sábado, 6 de dezembro de 2008

Evangelho Dominical

Mc 1,1-8
O corpo central do nosso texto apresenta-nos a missão de João Baptista (vers. 2-3), a sua pregação (vers. 4), a reacção dos ouvintes (vers. 5), o seu estilo de vida (vers. 6) e o testemunho de João sobre Jesus (vers. 7-8).Qual é, pois, a missão de João? De acordo com o nosso texto, é ser o “mensageiro” que prepara o caminho para o “Messias”, “Filho de Deus” (vers. 2). A propósito da apresentação da missão de João, o autor apresenta uma citação que atribui ao Profeta Isaías mas que é, na realidade, um conjunto de afirmações retiradas do Êxodo (cf. Ex 23,20), de Isaías (cf. Is 40,3) e de Malaquias (cf. Mal 3,1): “Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. A acumulação de citações tiradas da Torah e dos Profetas sugere que João é esse mensageiro de Deus do qual falavam as promessas antigas, e que devia vir anunciar e preparar o Povo de Deus para acolher a intervenção definitiva de Jahwéh na história dos homens.Em que consistia a pregação de João? João “apareceu no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados” (vers. 4). De acordo com a catequese judaica, o Messias só chegaria quando Israel fosse, na verdade, a comunidade santa de Deus… Antes de o Messias chegar, o Povo devia, portanto, realizar um caminho de purificação e de conversão, de forma a tornar-se um Povo santo. O “baptismo de penitência” (literalmente, “baptismo de conversão” – ou de “metanoia”) proposto por João deve ser entendido neste contexto e representa um convite à mudança radical de vida, de comportamento, de mentalidade.Este “baptismo” proposto por João não era, na verdade, uma novidade insólita. O judaísmo conhecia ritos diversos de imersão na água. Era, inclusive, um rito usado na integração dos “prosélitos” (os pagãos que aderiam ao judaísmo) na comunidade do Povo de Deus. Na perspectiva de João, provavelmente, este “baptismo” é um rito de iniciação à comunidade messiânica: quem aceitava este “baptismo” passava a viver uma vida nova e aceitava integrar a comunidade do Messias.A pregação de João é feita “no deserto”. O “deserto” é, no contexto da catequese judaica, o lugar onde o Povo de Deus realizou uma caminhada de purificação e de conversão. Foi no deserto que os israelitas libertados do Egipto passaram de uma mentalidade de escravos a uma mentalidade de homens livres, de uma mentalidade de egoísmo a uma mentalidade de partilha, de uma atitude descomprometida a uma Aliança com Jahwéh, da desconfiança em relação à proposta libertadora que Moisés lhes apresentou à confiança total num Deus que cumpre as suas promessas e que é fonte de vida e de liberdade para o seu Povo. A pregação de João lembrava aos israelitas a necessidade de voltar ao “deserto” e de percorrer um caminho semelhante àquele que os antepassados tinham percorrido.Como é que os interlocutores de João reagiam às suas propostas? Marcos diz que “acorria a Ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém” para serem baptizados, confessando os seus pecados (vers. 5). A afirmação de que “toda a gente” acorria ao apelo de João parece manifestamente exagerada… Ao apresentar esta perspectiva ideal da forma como a mensagem foi acolhida pelo Povo, Marcos está, provavelmente, a sugerir o carácter decisivo e determinante da proposta que João faz: não é “mais um” convite à conversão, mas é o último e definitivo apelo de Deus ao seu Povo.João “vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins e alimentava-se de gafanhotos e de mel silvestre”. O estilo de vida de João – sóbrio, desprendido, austero, simples – é um convite claro à renúncia aos valores do mundo. É a aplicação prática dessa austeridade de vida e dessa renovação de atitudes, de comportamentos e de mentalidade que João pede aos seus conterrâneos. O estilo de vida de João corrobora a mensagem que ele apresenta.Além disso, o estilo de vida de João evoca o profeta Elias que, de acordo com 2 Re 1,8, se vestia “de peles” e “trazia um cinto de couro em volta dos rins”. O profeta Elias era, no universo da esperança judaica, o profeta elevado para junto de Deus e destinado a aparecer de novo no meio dos homens para anunciar a chegada iminente da era messiânica (cf. Mal 3,22-24). A identificação física de João com Elias significa que a era messiânica chegou e que João é o mensageiro esperado, cuja mensagem prepara a chegada do Messias libertador.O que é que João diz sobre esse Messias libertador, do qual ele é o arauto e o mensageiro? João fala da “força” do Messias e define a sua missão como “baptizar no Espírito”. Tanto a fortaleza como o dom do Espírito são prerrogativas do Messias, segundo a catequese profética (cf. Is 9,6; 11,2). O Messias terá, portanto, a força de Deus e a sua missão será comunicar esse Espírito de Deus, que transforma, renova e recria os corações dos homens.Em resumo: João é o mensageiro, enviado por Deus para preparar os homens para a chegada do Messias. A mensagem transmitida por João – com a palavra e com a própria atitude de vida – é um apelo veemente à mudança de vida e de mentalidade, a fim de que a proposta do Messias libertador encontre lugar no coração dos homens. João deixa claro que a missão do Messias é comunicar o Espírito que transforma o homem.

Evangelho Dominical

Paulo, modelo de conversão evangélica (I)

Primeira pregação do Advento do Pe. Raniero Cantalammessa, OFM Cap.

No coração do Ano Paulino, o Pe. Cantalamessa propôs uma reflexão sobre o papel que Cristo ocupa no pensamento e na vida do apóstolo dos povos, para renovar o esforço por colocar Cristo no centro da teologia da Igreja e da vida espiritual dos crentes.
A segunda parte desta meditação será publicada pela Zenit em edições posteriores.
«Mas tudo isso, que para mim eram vantagens, considerei perda por Cristo»
A conversão de São Paulo,
modelo de verdadeira conversão evangélica
O Ano Paulino é uma graça grande para a Igreja, mas representa também um perigo: o de ficar em Paulo, em sua personalidade, sua doutrina, sem dar o passo sucessivo dele a Cristo. O Santo Padre alertou contra este risco na própria homilia com a qual abriu o Ano Paulino, e o reafirmava na audiência geral de 2 de julho: «E este é o fim do ano Paulino: aprender de São Paulo, aprender da fé, aprender de Cristo».
Aconteceu muitas vezes no passado, até dar lugar à tese absurda segundo a qual Paulo, não Cristo, seria o verdadeiro fundador do cristianismo. Jesus Cristo teria sido para Paulo o que Sócrates foi para Platão: um pretexto, um nome sob o qual colocar o próprio pensamento.
O apóstolo, como antes dele João Batista, assinala alguém «maior que ele», do qual não se considera digno sequer de ser apóstolo. Essa tese é a confusão mais completa e a ofensa mais grave que se pode fazer ao apóstolo Paulo. Se voltasse à vida, reagiria contra esta tese com a mesma veemência com que reagiu frente a um mal entendido análogo dos coríntios: «Então estaria Cristo dividido? É Paulo quem foi crucificado por vós? É em nome de Paulo que fostes batizados?» (1 Cor 1, 13).
Outro obstáculo que devemos superar é o de ficar na doutrina de Paulo sobre Cristo, sem deixar-nos contagiar pelo seu amor e pelo seu fogo por Ele. Paulo não quer ser para nós só um sol de inverno, que ilumina, mas não esquenta. O propósito de suas cartas, ao contrário, é o de levar os leitores não só ao conhecimento, mas também ao amor e à paixão por Cristo.
A este segundo objetivo querem contribuir as três meditações do Advento deste ano, a partir desta de hoje e aquela na qual refletiremos sobre a conversão de São Paulo, no acontecimento que, depois a morte e ressurreição de Cristo, foi o mais influenciou no futuro do cristianismo.
1. A conversão de Paulo vista por dentro
A melhor explicação da conversão de São Paulo é dada por ele mesmo quando fala do batismo cristão como ser «batizados na morte de Cristo», «sepultado junto com ele» para ressuscitar com ele e «caminhar em uma vida nova» (cf. Romanos 6, 3-4). Ele viveu em si mesmo o mistério pascal de Cristo, em torno do qual gravitará depois todo seu pensamento. Há também analogias externas impressionantes. Jesus permaneceu três dias no sepulcro; durante três dias, Saulo viveu como um morto: não podia ver, estar em pé, comer; depois no momento do batismo, seus olhos voltaram a abrir-se, pôde comer e retomou as forças, voltou à vida (cf. Atos 9, 18).
Imediatamente depois de seu batismo, Jesus se retirou ao deserto e Paulo também, depois de ser batizado por Ananias, retirou-se ao deserto da Arábia, ou seja, ao deserto ao redor de Damasco. Os exegetas calculam que entre o acontecimento no caminho de Damasco e o início de sua atividade pública na Igreja haja uma dezena de anos de silêncio na vida de Paulo. Os judeus o procuravam para matá-lo, os cristãos não se fiavam ainda e tinham medo dele. Sua conversão recorda a do cardeal Newman, a quem seus antigos irmãos na fé anglicanos consideravam um desertor, e a quem os católicos olhavam com suspeita por suas idéias novas e audazes.
O apóstolo fez um noviciado longo; sua conversão não durou poucos minutos. E em sua kenosis, neste tempo de esvaziamento e de silêncio, é onde acumulou essa energia rompedora e essa luz que um dia derramará sobre o mundo.
Da conversão de Paulo temos duas descrições distintas: uma que descreve o acontecimento, por assim dizer, desde fora, de forma histórica, e outra que descreve o acontecimento desde dentro, de forma psicológica ou autobiográfica. O primeiro tipo é o que encontramos nas diversas narrações que se lêem nos Atos dos Apóstolos. A ele pertencem também alguns esboços que o próprio Paulo faz do acontecimento, explicando como de perseguidor se transformou em apóstolo de Cristo (cf. Gál 1, 13-14).
Ao segundo tipo pertence o capítulo 3 da Carta aos Filipenses, onde o Apóstolo descreve o que significou para ele, subjetivamente, o encontro com Cristo, o que era antes e o que chegou a ser depois; em outras palavras, em que consistiu, essencial e religiosamente, a mudança realizada em sua vida. Nós nos concentramos neste texto que, por analogia com a obra de Santo Agostinho, poderíamos definir como «as confissões de São Paulo».
Em toda mudança há um terminus a quo e um terminus ad quem, um ponto de partida e um ponto de chegada. O apóstolo descreve antes de tudo o ponto de partida, o que era antes: «No entanto, eu poderia confiar também na carne. Se há quem julgue ter motivos humanos para se gloriar, maiores os possuo eu: circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu e filho de hebreus. Quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da Igreja; quanto à justiça legal, declaradamente irrepreensível» (Filipenses 3, 4-6).
Alguém pode equivocar-se facilmente ao ler esta descrição: estes não eram títulos negativos, mas os máximos títulos de santidade daquele tempo. Com eles se teria podido abrir imediatamente o processo de canonização de Paulo, se isso existisse naquela época. É como dizer hoje de si: batizado no oitavo dia, pertencente à estrutura por excelência da salvação, a Igreja Católica, membro da ordem religiosa mais austera da Igreja (este eram os fariseus!), grande observador da Regra...
Ao contrário, no texto há um ponto que divide em duas a página e a vida de Paulo. Começa com um «mas» que cria um contraste total: «Mas tudo isso, que para mim eram vantagens, considerei perda por Cristo. Na verdade, julgo como perda todas as coisas, em comparação com esse bem supremo: o conhecimento de Jesus Cristo, meu Senhor. Por ele tudo desprezei e tenho em conta de esterco, a fim de ganhar Cristo» (Filipenses 3, 7-8).
Ele repete três vezes o nome de Cristo neste breve texto. O encontro com ele dividiu sua vida em duas, criou um antes e um depois. Um encontro personalíssimo (é o único texto onde o apóstolo usa o singular «meu», não «nosso» Senhor) e um encontro existencial mais que mental. Ninguém poderá jamais conhecer a fundo o que aconteceu naquele breve diálogo: «Saulo, Saulo!»; «Quem és, Senhor?»; «Eu sou Jesus». Uma «revelação», define ele (Gál 1, 15-16). Foi uma espécie de fusão a fogo, um relâmpago de luz que, ainda hoje, tendo passado dois mil anos, ilumina o mundo.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Vocacionados e voluntariado

O LAR TORRES DE MELO, é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, de caráter exclusivo de assistência social e promoção humana, constituída por número ilimitado de sócios. Os nossos vocacionados prestam um serviço voluntário a esta instituição durante o período de discernimento vocacional. Para eles e para nós da equipe de formação é uma graça contar com um ambiente favorável ao serviço e ao testemunho do AMOR MISERICORDIOSO. Ao terminar as atividades do ano de 2008, compartilharmos com vocês algumas fotos deste trabalho missionário.


Saturnina de Almeida Prudêncio, é uma pessoa idosa de 106 anos de idade, é um exemplo de vida, já foi professora primária; isso ela diz com muito orgulho. É simpática, educada , solteira e muito lúcida. É amante e fiel ao apostolado do coração de Jesus e de Maria.Como ela mesma diz "tem muitos amigos do mais rico ao mais humilde ,o importante é tratar a todos com educação e carimho".D. Saturnina reside no Lar Torres de Melo por escolha própria, é uma pessoa de bem com a vida,vale a pena bater um papo com ela. Ela é maravilhosa, por tudo isso e muito mais...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

São Francisco Xavier

A Igreja que na sua essência é Missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente São Francisco Xavier, destacou-se com uma santidade, que o levou a ousadia de fundar vária missões, a ponto de ser conhecido como São Paulo do Oriente. Francisco nasceu na Espanha em 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.Vaidoso e ambicioso, buscava glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: " Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado co-fundador da Companhia de Jesus. Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier recebeu de Inácio em missão no Oriente. Nas Índias, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo Encarnado. Ambicionado a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.Esse grande Santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier com dez anos de apostolado tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões.
São Francisco Xavier...rogai por nós!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Arqui(dioceses) realizam atividades no Dia Mundial de Luta contra a Aids

O dia 1º de dezembro é dedicado à luta contra a Aids no mundo. De acordo com dados publicados no site da Pastoral DST/Ais, no mundo, 33 milhões de pessoas vivem com HIV; 25 milhões já morreram; e há 12 mil novas infecções por dia. No Brasil, diariamente há 68 novos casos registrados, 340 novas infecções, 107 internações e 30 mortes.
Diversas arquidioceses e dioceses promovem hoje, 1º, atividades na Luta contra a Aids. Em Curitiba (PR), às 18h, haverá uma missa presidida pelo bispo auxiliar, dom João Carlos Seneme, na Catedral Basílica Nossa Senhora da Luz dos Pinhais. Além disso, integrantes da Pastoral da Aids participam de uma mobilização realizada pela Secretaria Municipal de Saúde.
Na diocese de São José dos Campos (SP), a Associação Nossa Casa de Acolhida, que resgata a dignidade de pessoas portadoras do HIV, preparou um vídeo institucional de 30 segundos e que está sendo transmitido pelas TVs Vanguarda e Ban Vale. Uma missa também marca a data.
Em Fortaleza (CE), a Pastoral da Aids fez um trabalho de prevenção em uma escola da cidade. Em Belo Horizonte (MG), haverá missas dedicadas a este dia nas 260 paróquias da arquidiocese. Ainda na capital mineira, está prevista para o próximo dia 5 a inauguração da Casa de Apoio Nossa Senhora da Conceição, para pessoas que vivem com HIV/Aids.

Jesuítas e o trabalho de SOLIDARIEDADE com os portadores do HIV


Parar a SIDA: Cumprir a Promessa!


Ao longo destes vinte anos, verificámos avanços significativos, com remédios que prolongam a vida, mais fundos para a prevenção e tratamento, mais conhecimento que gera uma maior consciência e abertura e redução do estigma.
Tais desenvolvimentos podem levar alguns a perguntar se a SIDA ainda merece uma atenção privilegiada – entre todos os desafios urgentes que a África enfrenta.
As estatísticas de 2008 das Nações Unidas deixam pouco espaço para dúvidas. A SIDA continua a ser a principal causa de morte no Continente, onde residem cerca de 22 milhões de seropositivos, ou seja, dois terços do total global de 33 milhões. No mundo em desenvolvimento, embora o acesso melhorado à terapia antiretroviral signifique que menos gente esteja a morrer, o tratamento chega a menos de um terço dos que dele precisam. O número dos órfãos por causa da SIDA aumentou enormemente e a miríade das suas necessidades tem recebido uma atenção reduzida. Em África, milhões de pessoas estão ainda envolvidas na privação e na ignorância que as põe em risco elevado de contrair o HIV. Mais do que nunca, é necessária uma grande dedicação para lutar contra a corrente que esta pandemia representa. Contudo, porque haveremos de dedicar energias, recursos e perícia para enfrentar o que parece ser um problema entre muitos outros?

Um professor, que dá cursos sobre SIDA a religiosos e seminaristas, escreve: Tenho a impressão que, cada vez mais, o tema do HIV/SIDA está a ter menos importância entre os estudantes bem como na sociedade. E isso preocupa-me de verdade. Não sei se isto é apenas um sentimento pessoal ou se tem que ver com a realidade. De acordo com a experiência da AJAN, esta é a realidade. Nas casas de formação dos jesuítas, alguns levantam a questão se a SIDA ainda merece tal atenção (e uma Rede que se dedique a esta problemática) porque já não é uma emergência.

Ao criar a AJAN em 2002, os Superiores Jesuítas de África e Madagáscar (JESAM) tornaram bem claro que a pandemia é uma prioridade para a Companhia de Jesus em África, na convicção clara de que os jesuítas têm uma contribuição única para dar na luta contra o HIV e a SIDA. A AJAN é uma resposta altamente flexível e o seu compromisso é a longo prazo, tal como acontece com os nossos principais ministérios. Ainda que os interesses mudem e os recursos diminuam, a Companhia de Jesus está comprometida a enfrentar a
SIDA até ao fim.

Muito trabalho já está a ser feito em cerca de 30 países ao Sul do Saará, espalhados pela África. Coordenados e apoiados pela AJAN, os jesuítas proporcionam liderança em comunidades, escolas e universidades, paróquias e famílias: apoio integral e cuidado pastoral; educação para os órfãos; advocacia em favor do acesso universal real ao tratamento; educação baseada em valores como uma forma sólida de prevenção; investigação social, cultural e teológica.

Tratamento, nutrição adequada, cuidado pastoral e apoio ainda não são acessíveis para muitos dos que precisam.
Somos chamados não a replicar, muito menos a competir, mas sim a:
- chegarmos com caridade até junto dos mais vulneráveis e esquecidos
- melhorar as respostas ao HIV e SIDA em África em termos de cobertura,
qualidade e profundidade
- educarmos de todas as formas de modo a que África esteja melhor equipada para ultrapassar a SIDA
- assegurar liderança de visão, inovação e acção
- trazer fé, vida e esperança. É crucial manter um compromisso sólido com a educação. A Nova Visão
Apostólica da Assistência de África sublinha que uma sólida educação - a todos os níveis (primário, secundário, terciário, nos nossos centros sociais e espirituais, e nas nossas paróquias)

- é a condição” sine qua non” para qualquer desenvolvimento sustentável e durável de África e a via privilegiada pela qual a África poderá enfrentar os muitos desafios da globalização hodierna, entre os quais a pandemia da SIDA.
Ao assumir o desafio da luta contra a SIDA, a AJAN segue as pegadas dos seus padroeiros: a Bem-aventurada Anuarite, que dedicou a sua vida religiosa à educação até ao seu martírio, há 44 anos atrás; e S. Luís Gonzaga, que era um estudante no Colégio Romano quando se dedicou às vítimas da peste no Inverno amargo de 1591.
É bom terminar esta mensagem com as sábias palavras dos nossos anciãos: Que o teu coração conserve as minhas palavras... e viverás. Adquire sabedoria, adquire compreensão (Provérbios 4, 4-5) e continua a liderar e a manter a promessa.


Fratern Masawe, S.J.
Moderador da JESAM
1 de Dezembro de 2008

sábado, 29 de novembro de 2008

Evangelho Dominical

Reflexão do Evangelho Dominical

São Marcos 13, 33-37

Recordar as maravilhas de Deus na história
Pe. Thomas Rosica, C.S.B

A Igreja entra neste fim de semana no tempo litúrgico do Advento. Os cristãos proclamam que o Messias veio realmente e que o Reino de Deus está ao nosso alcance. O Advento não muda Deus. O Advento aprofunda em nosso desejo e em nossa espera de que Deus realize o que os profetas anunciaram. Rezamos para que Deus ceda à nossa necessidade de ver e sentir a promessa de salvação aqui e agora.
Durante este tempo de desejo e de espera no Senhor, somos convidados a rezar e a aprofundar na Palavra de Deus, mas estamos chamados antes de tudo a converter-nos em reflexo da luz de Cristo, que na realidade é o próprio Cristo. De qualquer forma, todos sabemos como é difícil refletir a luz de Cristo, especialmente quando perdemos nossas esperanças, quando nos acostumamos a uma vida sem luz e já não esperamos mais que mediocridade e o vazio. O Advento nos recorda que temos de estar prontos para encontrar o Senhor em todos os momentos da nossa vida. Como um despertador acorda seu proprietário, o Advento desperta os cristãos que correm o risco de dormir na vida diária.
O que esperamos da vida, ou quem esperamos? Por quais presentes ou virtudes rezamos neste ano? Desejamos reconciliar-nos em nossas relações sociais? Em meio às nossas escuridões, nossas tristezas e segredos, que sentido desejamos encontrar? Como queremos viver as promessas de nosso Batismo? Que qualidades de Jesus buscaremos para nossas próprias vidas neste Advento? Com freqüência, as coisas, as qualidades, os presentes ou as pessoas que buscamos e desejamos dizem muito sobre quem somos realmente. Dize-me o que esperas e te direi quem és!
O Advento é um período para abrir os olhos, voltar a centrar-se, prestar atenção, tomar consciência da presença de Deus no mundo e em nossas vidas.
Neste primeiro domingo do Advento, na primeira leitura do profeta Isaías, o Todo-Poderoso volta a dar esperança ao coração e à alma de Israel; modela Israel como o faz o oleiro com a cerâmica.
Na segunda leitura, em sua carta à comunidade amada de Corinto, Paulo diz que espera com impaciência «o dia do Senhor», no qual o Senhor Jesus se revelará a nós para salvar aqueles a quem chamou.
No Evangelho do primeiro domingo do Advento, Marcos descreve o porteiro da casa que vela em espera do regresso inesperado de seu senhor. Trata-se de uma imagem do que temos de fazer durante todo o ano, mas especialmente durante o período do Advento.
Nosso Batismo nos faz participar da missão real e messiânica de Jesus. Cada pessoa que participa desta missão participa também das responsabilidades régias, em particular, no cuidado dos afligidos e dos feridos. O Advento oferece a maravilhosa oportunidade de realizar as promessas e o compromisso do nosso Batismo.
O cardeal Joseph Ratzinger escreveu que «o objetivo do ano litúrgico consiste em recordar sem cessar a memória de sua grande história, despertar a memória do coração para poder discernir o sinal da esperança. Esta é a bela tarefa do Advento: despertar em nós as lembranças da bondade, abrindo deste modo as portas da esperança».
Neste tempo do Advento, permitam-me apresentar-lhes algumas sugestões. Acabem com uma briga. Façam a paz. Procurem um amigo esquecido. Eliminem a suspeita e substituam-na pela confiança. Escrevam uma carta de amor.
Compartilhem um tesouro. Respondam com doçura, ainda que desejassem dar uma resposta ríspida. Motivem um jovem a ter confiança nele mesmo. Mantenham uma promessa. Encontrem tempo, dêem-se tempo. Não guardem rancor. Perdoem o inimigo. Celebrem o sacramento da reconciliação. Escutem mais os outros. Peçam perdão quando se equivocam. Sejam gentis, ainda que não tenham feito nada errado! procurem compreender. Não sejam invejosos. Pensem antes no outro.
Riam um pouco. Riam um pouco mais. Ganhem a confiança dos outros. Oponham-se à maldade. Sejam agradecidos. Vão à Igreja. Fiquem na igreja mais do que o tempo acostumado. Alegrem o coração de uma criança. Contemplem a beleza e a maravilha da terra. Expressem seu amor. Voltem a expressá-lo. Expressem-no mais forte. Expressem-no serenamente.
Alegrem-se, porque o Senhor está próximo!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Não há contradição entre justificação pela fé e caridade, declara Papa

Bento XVI dedicou a catequese na quarta-feira sobre São Paulo, durante a Audiência Geral, a aprofundar, seguindo o tema da quarta-feira passada, na questão da justificação pela fé e pelas obras.
São Paulo, sublinha o Papa, insistia em que o homem «não é capaz de tornar-se justo com suas próprias ações», mas «só porque Deus lhe confere sua justiça unindo-o a Cristo», através da fé.
Contudo, segundo disse o pontífice aos milhares de peregrinos congregados na Sala Paulo VI, o ponto é que esta fé «não é um pensamento, uma opinião ou uma idéia», mas «comunhão com Cristo», e portanto «se converte em vida, em conformidade com Ele».
«Ou com outras palavras, a fé, se é verdadeira, real, converte-se em amor, em caridade, expressa-se na caridade. Uma fé sem caridade, sem este fruto, não seria verdadeira fé. Seria fé morta», acrescentou.
A confusão entre ambos extremos, a justificação pela fé e a necessária tradução em obras de caridade «causou, no transcurso dos séculos, não poucos mal-entendidos na cristandade. Neste contexto, é importante que São Paulo, na própria Carta aos Gálatas coloque, por uma parte, o acento, de forma radical, na gratuidade da justificação não por nossas forças, mas que, ao mesmo tempo, sublinhe também a relação entre a fé e a caridade, entre a fé e as obras».
De fato, recordou, deve-se ao Apóstolo o hino mais belo sobre a caridade, na primeira Carta aos Coríntios.
«O amor cristão é tão exigente porque surge do amor total de Cristo por nós: este amor que nos exige, nos acolhe, nos abraça, nos sustenta, até atormentar-nos, porque nos obriga a não viver mais para nós mesmos», declarou.
Por isso, não há contradição entre as teologias de Paulo e Tiago, que afirmam que «a fé sem obras é morta». «Na realidade, enquanto Paulo se preocupa antes de tudo em demonstrar que a fé em Cristo é necessária e suficiente, Tiago põe o acento nas relações de conseqüência entre a fé e as obras», explicou.
O bispo de Roma também advertiu contra a tentação, «em muitos cristãos de hoje», de pensar que «tendo sido justificados gratuitamente em Cristo pela fé, tudo lhes é lícito». «As conseqüências de uma fé que não se encarna no amor são desastrosas, porque se recorre ao arbítrio e ao subjetivismo mais nocivo para nós e para os irmãos».
Ao contrário, afirmou o sucessor de Pedro, «devemos tomar consciência renovada do fato de que, precisamente porque fomos justificados em Cristo, não nos pertencemos mais a nós mesmos, mas nos convertemos em templo do Espírito e somos chamados, por isso, a glorificar a Deus em nosso corpo com toda a nossa existência».
«A que se reduziria uma liturgia que se dirigisse só ao Senhor e que não se convertesse, ao mesmo tempo, em serviço aos irmãos, uma fé que não se expressasse na caridade?», perguntou.
Em resumo, concluiu, «a ética cristã não nasce de um sistema de mandamentos, mas é conseqüência de nossa amizade com Cristo. Esta amizade influencia a vida: se é verdadeira, se encarna e se realiza no amor ao próximo».

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

SANTO DO DIA: São João Berchmans (jesuíta)

1599 - 1621
"João" quer dizer "O Senhor é benigno", o "O Senhor é misericordioso".
Patrono dos que servem o altar.




João Berchmans nasceu em Diest, Bélgica, no dia 13 de março de 1599. seu pai era sapateiro e curtidor de peles. Apesar das dificuldades materiais, conseguiu entrar na Companhia de Jesus e, no dia 25 de setembro, professou os votos religiosos. partiu para Roma a fim de concluir os estudos teológicos. João berchmans era uma pessoa afável e alegre, cujo maior sacrfício era, conforme ele mesmo afirmava, a vida comum, o dia-a-dia. Procurava, então, fazer as pequenas coisas do melhor modo que podia, dando o máximo de si no mínimo que podia fazer. Acometido pela tuberculose aos 22 anos de idade, morreu precocemente no dia 13 de agosto de 1621.

Oração do despojamento de si

Deus, nosso Pai, quando sentirmos que já avançamos por demais dentro da vida e os sonhos já não tiverem forças para sustentar nossos passos, dai-nos, ó Deus da vida, o entendimento de que é apenas a nossa casca que envelhece, pois o nosso espírito, ainda mais atento e desperto, inclina-se à Vida de toda vida e se volta às mais altas colinas. Quando sentirmos que após tantos giros retornamos ao ponto de partida, não pensemos a vida com amargura e tristeza, mas como quem se enche de encantamento diante da beleza da pérola nascida das tantas agonias de suas próprias entranhas. Quando sentirmos que nossos pés já avançam lentos e nosso peito, ofegante, fazei-nos acreditar que o amor é a eterna medicina muito mais poderosa que os desaventos e muito mais forte que a morte: foi acreditando no poder do amor que as virgens conceberam, e as estéreis deram à luz, e quem era julgado morto voltou à vida. Quando o vento dos tempos varrer o chão, deixando apenas o cascalho vivo de nossa existência, dai-nos o entendimento de que a lição maior é perder as cascas do egoísmo, fazer cair as palhas do orgulho, despojar-se da rama que nos esconde, e aguardar que se cumpra o tempo de novo florescimento. Quando sentirmos que a rotina do dia-a-dia nos cansa, que fazer e refazer as mesmas coisas é fardo pesado e um sonho sem lembranças, dai-nos o entendimento de que, na barriga do tempo, dia após dia cumprindo eternas rotinas, somos, em vós, senhor da vida, tantas vezes formados e quantas vezes gerados até alcançarmos no amor a plenitude da vida.

6000 jovens reúnem em Nairobi

«Partilhar a esperança»

«Partilhar a esperança» será o tema da etapa da Peregrinação de confiança que juntará mais de seis mil jovens (com idades entre os 18 e os 30 anos), entre os dias 26 e 30 de Novembro, em Nairobi.
Este encontro foi preparado desde há um ano pelos irmãos da Comunidade de Taizé com uma equipa de jovens de diversos continentes, em colaboração com os grupos de jovens das Igrejas de Nairobi.
Hoje desenrolar-se-á nas 70 paróquias e comunidades que oferecerão alojamento aos participantes. Os jovens das paróquias de acolhimento farão que os seus hóspedes descubram «locais de sofrimento e de esperança» bem como os compromissos e iniciativas que constituem «testemunhos de esperança» no seu bairro.
O encontro de Nairobi deseja contribuir para ajudar os jovens na sua procura interior e no seu desejo de assumir responsabilidades na Igreja e na sociedade.
As orações das 13:00h e das 18:00h terão lugar numa grande tenda, as refeições serão servidas aí e todas as tardes serão propostos workshops de reflexão sobre diversos temas.
Alguns irmãos de Taizé viveram no Quénia (em Mathare e Kangemi) de 1978 a 1989. O irmão Roger esteve em Nairobi entre Novembro e Dezembro de 1978 e, de novo, uma segunda vez, em 1987.

Rezemos por essa bela iniciativa!

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Living Darfur

Que caia as trincheiras em Darfur e a PAZ REINE!

Darfur: gritos de DOR



Missionário português lembra drama no Darfur
A cada instante correm notícias de dor que se repetem em muitos lugares desta região do Oeste sudanês, ao ponto de transformar o Darfur numa mancha cada vez mais suja no mapa do globo terrestre. Às acções criminosas e mortíferas da responsabilidade do governo sudanês, une-se o mundo árabe e uma boa parte do continente africano, e também a China e outros países. Personalidades influentes no norte do mundo falam cautelosas e com voz titubeante, enquanto os seus interesses políticos neutralizam e anulam o direito à justiça, à paz e à vida deste povo. No entanto, os gritos sofredores não param de se ouvir. Chegam, imediatos e directos, de todas as direcções. Vêm de Abujabra e Mujlad, zonas de petróleo ainda por explorar e já em disputa. Vêm dos lados do Egipto, atravessando o deserto líbio. Vêm da estepe e savana em Gineina, na fronteira com o Chade. Vêm das florestas de Redom, já a penetrar no sul do país. Uma extensão quase cinco vezes e meia maior que Portugal:
Porquê os Janjauids?
Porquê toda esta situação de medo, violência e incerteza? Porquê a violação de tantas mulheres e mesmo de menores? E as mortes-genocídio? E os campos de refugiados dentro e fora do país? Porquê a anarquia e caos?
O presidente sudanês, El Bachir, apertado pela iminente convocação a responder por esses crimes perante o tribunal internacional de Haia, continua a enganar os habitantes de Darfur com promessas de reconstrução das áreas destruídas e desenvolvimento da região, a todos os níveis. Mas a paz continua a ser objectivo ausente nos seus planos.
Brincar à guerra
No Sudão fala-se de paz a todo o instante. É na escola, na mesquita e na igreja. É em casa, na rua e em conversas de ocasião. Até a saudação na língua oficial do país (assalam aleikum) põe a paz como primeiro desejo para a pessoa que encontramos. Porém, é uma palavra que, não poucas vezes, ouço com certa renitência.
Como se pode dar à paz o seu valor absoluto e sagrado quando se vêem os garotos na rua a brincar à guerra com espingardas do tamanho da kalashnikof dos soldados com quem eles convivem diariamente?
Em Kalma, não longe de uma das entradas deste que é o maior acampamento do Darfur, um homem fixa, o olhar perdido e ausente, o horizonte sujo, adivinhando a tempestade de areia que se aproxima.
- “Assalam aleikum”!
- “Seja assalam, a paz, ao menos para ti, estrangeiro”.
- “Habitava nas redondezas de Bulbul. Atacaram e incendiaram a aldeia. A minha mulher, como tantas outras, foi levada pelos Janjauids. Eu e os meus três filhos, com outros – alguns deles feridos graves – fomos evacuados da aldeia. Depois de quatro meses aqui em Kalma e as queimaduras no meu corpo já curadas, pensava agora na possibilidade de um trabalho. Já tinha começado a trabalhar na camina – uma fábrica improvisada e rudimentar de tijolos – aqui mesmo a quatro quilómetros. Mas, desde há duas semanas, quando aconteceu o grande ataque a este acampamento, ninguém pôde sair. O meu próprio filho foi uma das setenta pessoas que morreram nessa grande batalha. Diz-me lá, estrangeiro, que fazer? Para onde fugir e construir vida?”
Kalma, o maior campo de refugiados internos no Darfur, abriga cerca de cem mil pessoas que, como Al Taher, foram violentamente desprovidas de habitação, haveres e, em muitos casos, também de alguns queridos familiares. Desde as primeiras razias, em Março de 2003, são mais de 2 milhões e meio os irmãos de infortúnio de Al Taher, sobreviventes nos campos espalhados por toda a zona. Mas, na sua infelicidade, conheceram uma palavra nova que não mais irão esquecer. Pronunciam-na com gratidão: munazzama, organização humanitária (ONG).
Louvores e reparos
No Darfur há sinais de humanidade, visíveis no desejo e compromisso em restabelecer a justiça e a paz, usurpada pelas mãos sanguinárias dos Janjauids. Há gestos heróicos a querer restituir ao ser humano a humanidade que é de seu direito.
É de louvar o esforço dos soldados da paz (UNAMID), apesar da promessa não cumprida: os 9000 homens no terreno são um terço do plano e promessa original da ONU. Outra falta que não podemos calar: os capacetes azuis não têm o mandato de desarmamento, que é a base do caminho para a justiça e a paz. Então assiste-se ao desfilar dos mortos, dos desalojados, das mães e filhas violentadas na sua intimidade feminina.
Às agências e forças da ONU, associam-se as organizações humanitárias (ONG) com os seus mais variados serviços como a saúde, a alimentação, higiene, formando um conjunto de cores, raças e credos diferentes de quase 25 mil pessoas.
Mas não estão sós. Liderados pelos dois nomes conhecidos por todos aqui na zona – Khalil e Abduluahed – encontram-se as forças “rebeldes”, hoje divididos em quase duas dezenas de subgrupos. Embora com boas intenções de fazer restituir a justiça e a paz ao seu povo darfuriano não deixam, por vezes, de copiar os erros dos inimigos Janjauids, colaborando na cumplicidade da morte de mais de 300 mil darfurianos.
A corrupção pratica-se à luz do dia, descarada e naturalmente, em remotas aldeias como em plena cidade. Janjauids e rebeldes e ainda os anónimos de uma anarquia caótica, assaltam, de arma em punho, os veículos das ONG. Estas, constrangidas a guardar os seus veículos na garagem, deslocam-se em meios de transporte público cuja eficiência, para os serviços requeridos, deixa muitíssimo a desejar. Outras vezes, viajam em automóveis locais, de forma a não atrair o olho furtivo dos assaltantes. Não obstante tudo, não há estratégia que lhes garanta a segurança nas zonas do interior. Há poucos dias tocou ao keniano Eugene, um dos motoristas da Cruz Vermelha, numa missão-safari a Jebal Marra. “Senti o gatilho atrás da cabeça a querer disparar; se quis viver, tive que ceder-lhes as chaves do carro” – conta o jovem condutor, ainda não completamente restabelecido do choque.
Das trincheiras à paz?
Desde a proclamação da sua independência, em 1956, o Sudão não se tem libertado das suas guerras internas. Muita gente acreditou que Al Bachir, ao tomar posse do governo, em 1989, através de um golpe militar relativamente pacífico, seria o homem de luta pela paz e bem-estar duradoiros para o Sudão. Conversando com os jornalistas, afirmou: “Eu venho das trincheiras e a minha cor é esta da farda que trago vestida, verde”.
Até hoje, Al Bachir não demonstrou vontade de aplanar o terreno para que a paz fosse possível. Ao contrário, escavou mais trincheiras e não abdicou da cor verde no seu verdadeiro sentido: a máxima autoridade na guerra.
A violência gera violência e a guerra não oferece a paz ao mundo. O povo do Darfur sofre violência e morte, mas não perde a esperança. Do fundo da trincheira, a cor verde militar será repisada e esmagada, numa luta (interior) que é a verdadeira Jihad, aquela abençoada por Deus. Acreditamos na conversão das cores e, muito mais ainda, dos corações. Até que o verde beligerante dará lugar à esperança que, por sua vez, trará à luz a realidade da pomba branca da paz, que voará até ao Darfur.

Feliz da Costa Martins, Nyala

Primeira beatificação no Japão reúne 30 mil pessoas

Entre estes, novos mártires, temos JESUÍTAS
Cerca de 30 mil pessoas marcaram presença esta segunda-feira, 24, na cerimônia de beatificação de 188 mártires japoneses do século XVII, que aconteceu no Big-N Baseball Stadium de Nagasaki, Japão.A Santa Missa, na qual foram beatificados Peter Kibe e 187 companheiros mártires, assassinados entre 1603 e 1639, foi presidida pelo Cardeal Seiichi Peter Shirayanagi, Arcebispo emérito de Tóquio, que falou deste momento como "um evento da graça".Em 1603, com o governo de Tokugawa, começou uma forte perseguição contra os cristãos (então chegavam a cerca de 400 mil em todo o Japão), que custou a vida de milhares deles. Os mártires hoje beatificados pertencem a esta época: entre eles estavam 4 sacerdotes e 184 leigos, mulheres, crianças, samurais, servos e inclusive pessoas deficientes.A cerimônia, primeira desse tipo que se celebra em solo japonês, contou com a presença do Cardeal português D. José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos e enviado do Papa para a ocasião.Pouco antes da cerimônia de hoje, o Cardeal Saraiva Martins deslocou-se ao monumento da bomba atômica em Nagasaki, onde depôs uma coroa de flores. "Quero convidar cada um de vós a manter o coração e o espírito aberto, de maneira a contribuir para a paz, seja a que nível for", declarou

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Santo André e Companheiros

Neste dia comemoramos a santidade dos 117 Máritires Vietnamitas que testemunharam seu amor a Cristo, tanto na vida como na morte. O Papa João Paulo II canonizou na verdade alguns, dos muitos ousados na fé, que se encontram entre o período de 1830 até 1870.O Vietnã conheceu a Boa-nova de Jesus Cristo no século XVI, e o acolheu em sua integridade: "Então, entregar-vos-ão à aflição, matar-vos-ão, sereis odiados por todos os pagãos por causa do meu nome...mas quem perseverar até o fim, este será salvo". (Mt 24)Santo André Dung Lac, era de família pobre, reconheceu a riqueza do Dom Sacerdotal e foi ordenado Padre em 1823; em meio as perseguições desejava ardentemente testemunhar Jesus Cristo com o mártirio, pois dizia que "aqueles que morrem pela fé sobem ao céu ". A Igreja Vietnmita também glorifica a Deus pelos testemunhos dos Bispos, Sacerdotes, leigos e dentre estes,é pais e mães de família que mostraram a universalidade do chamado à Santidade com o próprio sangue.

O Reino de Deus «cumpre todo o bem» do homem e da história

O Papa explicou hoje aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro para a oração do Ângelus neste domingo passado, que o Reino de Deus «não é deste mundo, mas leva a cabo todo o bem que, graças a Deus, existe no homem e na história».
«Se colocarmos em prática o amor ao nosso próximo, segundo a mensagem evangélica, então daremos espaço ao senhorio de Deus, e o seu Reino se realizará no meio de nós. Se, no entanto, cada um pensar somente nos seus próprios interesses, o mundo não poderá não ir à ruína», afirmou.
O Papa explicou que Jesus «rejeitou o título de rei quando este se entendia em sentido político», e no entanto, «durante sua paixão, reivindicou uma realeza singular: ‘Meu reino não é deste mundo’».
«O Pai confiou ao Filho a missão de dar aos homens a vida eterna amando-os até o sacrifício supremo, e ao mesmo tempo lhe conferiu o poder de julgá-los, desde o momento em que se tornou Filho do Homem, semelhante a nós em tudo, menos no pecado.»
Com relação às imagens do evangelho de hoje, sobre o juízo final, o pontífice explicou que a mensagem que ele transmite «é extremamente importante: é a verdade sobre o nosso destino último e sobre o critério com que seremos julgados».
Esta conhecida página «faz parte da nossa civilização. Marcou a história dos povos de cultura cristã: a hierarquia de valores, as instituições, as múltiplas obras benéficas e sociais».
Neste sentido, acrescentou, «o Reino de Deus não é uma questão de honras ou de aparências», e por isso Deus « não suporta essas formas hipócritas de quem diz: ‘Senhor, Senhor’ e depois descuida seus mandamentos».
«O Senhor se importa com o nosso bem, isto é, que todo homem tenha a vida, que especialmente os seus filhos ‘pequenos’ possam participar do banquete que Ele preparou para todos», concluiu.

domingo, 23 de novembro de 2008

BEATO AGOSTINHO PRÓ




O Mártir do México



Miguel Agostinho Pró Juárez, mexicano, nasceu em Guadalupe em 1891. Filho de família piedosa, ingressou na Companhia em 1911, em período de conflitos políticos e movimentos contra a Igreja. A feroz perseguição do governo mexicano desterrou-o junto com todo o Noviciado, os jesuítas foram expulsos do país. Teve sua formação feita no exílio. Viveu nos EUA, Espanha, Nicarágua e Bélgica. Distinguia-se entre seus irmãos por sua alegria e animação constantes, sua simplicidade, o contato com os operários e seus freqüentes problemas de saúde. Ordenado depois da sua cura milagrosa em Lourdes, retornou ao México em 1926. Disfarçado, corajoso, incansável, perseguido por toda a polícia do México, realizou seu apostolado em meio à proibição do culto religioso e sob perseguição cerrada. Aprisionado sob falsas acusações, foi fuzilado com seus irmãos sob os gritos de «Viva Cristo Rei». Foi beatificado em Roma, por João Paulo II, em 1988.



“A cruz é, para nós, amor, amor ardente, amor constante, loucura de amor"

sábado, 22 de novembro de 2008

Evangelho Dominical

REFLEXÃO DO EVANGELHO DOMINICAL

Pe. Cantalamessa, OFM
Mateus 25, 31-46
«Todas as nações se reunirão diante dele»

O Evangelho do último domingo do ano litúrgico, solenidade de Cristo Rei, nos faz assistir ao ato conclusivo da história humana: o juízo universal: «Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda».
A primeira mensagem contida neste evangelho não é a forma ou o resultado do juízo, mas o fato de que haverá um juízo, que o mundo não vem do acaso e não acabará por acaso. Começou com uma palavra: «Faça-se a luz... Façamos o homem» e terminará com uma palavra: «Vinde, benditos... Afastai-vos de mim, malditos». Em seu princípio e em seu final está a decisão de uma mente inteligente e de uma vontade soberana.
Este começo de milênio se caracteriza por uma intensa discussão sobre criacionismo e evolucionismo. Reduzida ao essencial, a disputa opõe quem, aludindo – nem sempre com razão – a Darwin, crê que o mundo é fruto de uma evolução cega, dominada pela seleção das espécies, e aqueles que, ainda admitindo uma evolução, vêem a obra de Deus no mesmo processo evolutivo.
Há alguns dias, aconteceu no Vaticano uma sessão plenária da Academia Pontifícia das Ciências, com o tema «Olhares científicos em torno da evolução do universo e da vida», com a participação dos mais importantes cientistas do mundo inteiro, crentes e não-crentes, muitos deles prêmios Nobel. No programa sobre o evangelho que apresento em RaiUno, entrevistei um dos cientistas presentes, o professor Francis Collins, chefe do grupo de pesquisa que levou ao descobrimento do genoma humano. Perguntei-lhe: «Se a evolução é certa, ainda resta espaço para Deus?». Eis aqui sua resposta:
«Darwin tinha razão em formular sua teoria segundo a qual descendemos de um antepassado comum e houve mudanças graduais no transcurso de longos períodos, mas este é o aspecto mecânico de como a vida chegou ao ponto de formar este fantástico panorama de diversidade. Não responde à pergunta sobre por que existe a vida. Há aspectos da humanidade que não são facilmente explicáveis, como nosso senso moral, o conhecimento do bem e do mal, que às vezes nos induz a realizar sacrifícios que não estão ditados pelas leis da evolução, que nos sugerem preservar-nos a toda custa. Esta não é talvez uma prova que nos indica que Deus existe?»
Perguntei também ao professor Collins se antes ele havia acreditado em Deus ou em Jesus Cristo. Respondeu-me: «Até os 25 anos fui ateu, não tinha uma preparação religiosa, era um cientista que reduzia quase tudo a equações e leis da física. Mas como médico, comecei a observar as pessoas que tinham de enfrentar o problema da vida e da morte, e isso me fez pensar que meu ateísmo não era uma idéia enraizada. Comecei a ler textos sobre as argumentações racionais da fé que não conhecia. Em primeiro lugar, cheguei à convicção de que deve existir um Deus que criou tudo isso, mas não sabia como era este Deus. Isso me moveu a levar a cabo uma busca para descobrir qual era a natureza de Deus, e a encontrei na Bíblia e na pessoa de Jesus. Após dois anos de busca, me dei conta de que não era inteligente opor resistência e me converti em um seguidor de Jesus».
Um grande autor do evolucionismo ateu de nossos dias é o inglês Richard Dawkins, autor do livro «God Delusion», A desilusão de Deus. Ele está promovendo uma campanha publicitária que propõe colocar nos ônibus das cidades inglesas esta inscrição: «Deus provavelmente não existe: deixe de angustiar-se e curta a vida» («There's probably no God. Now stop worrying and enjoy life»). «Provavelmente»: portanto, não se exclui totalmente que possa existir! Mas se Deus não existe, o crente não perdeu quase nada; se, ao contrário, Ele existe, o não-crente perdeu tudo.
Eu me coloco no lugar do pai que tem um filho deficiente, autista ou gravemente enfermo, de um imigrante que foge da fome ou dos horrores da guerra, de um operário que ficou sem trabalho, ou de um camponês expulso de sua terra... Pergunto-me como ele reagiria a esse anúncio: «Deus não existe: deixe de angustiar-se e curta a vida».
A existência do mal e da injustiça no mundo é certamente um mistério e um escândalo, mas sem fé em um juízo final, seria infinitamente mais absurda e trágica. Em tantos milênios de vida sobre a terra, o homem se adaptou a tudo; adaptou-se a todos os climas, imunizou-se contra toda doença. Mas a uma coisa ele não se adaptou nunca: à injustiça. Continua sentindo-a como intolerável. E a esta sede de justiça responderá o juízo universal.
Este não será só querido por Deus, mas, paradoxalmente, também pelos homens, também pelos ímpios. «No dia do juízo universal, não será só o Juiz o que descerá do céu – escreveu o poeta Claudel –, mas toda a terra se precipitará ao seu encontro.»
A festa de Cristo Rei, com o evangelho do juízo final, responde a mais universal das esperanças humanas. Assegura-nos que a injustiça e o mal não terão a última palavra, e ao mesmo tempo não exorta a viver de forma que o juízo não seja para nós de condenação, mas de salvação, e possamos ser daqueles a quem Cristo dirá: «Vinde, benditos de meu Pai, entrai em posse do reino preparado para vós desde a fundação do mundo».

Padre Antônio Vieira merecia ser canonizado, diz jesuíta

Um jesuíta conferencista no congresso internacional «Padre Antônio Vieira: ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo», que acontece em Lisboa, afirmou que padre Vieira, apesar de ser uma personalidade polêmica, merecia ser canonizado.
Pe. Mário Garcia fez essas declarações hoje à Agencia Ecclesia, no contexto do congresso que marca o quarto centenário de nascimento do missionário português. O evento encerra amanhã.
«Pe. Antônio Vieira nasceu antes do tempo e antecipou muitas coisas tanto no campo teológico como no campo literário», disse.
«Sendo o pe. Antônio Vieira uma personalidade polêmica, visto que onde ele chegava, separava as águas (tinha sempre gente a favor e gente contra).»
O jesuíta recordou que na questão do processo de canonização, os «movimentos de base é que impõem a causa». Segundo ele, o missionário português «merecia ser canonizado».
A sua «extraordinária capacidade inventiva e imaginação» fez com que ele utilizasse a língua portuguesa com «extraordinária maleabilidade», disse o pe. Garcia, ao recordar o talento literário de Antônio Vieira.
Pe. Mário Garcia recorda que Vieira foi um «grande missionário», mas é um «pregador ocasional» porque «prega em situações que precisa de defender determinadas idéias do ponto de vista religioso e político». Um lutador convicto, mas que «vivia para o absoluto».
Apesar de Vieira ter sido um «homem de corte», pe. Mário Garcia sublinha que o ele nunca foi um «homem de poder».

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Japão: grande expectativa pela beatificação de 188 mártires

Cerca de 30 mil pessoas poderão participar, no próximo dia 24 de novembro, da cerimônia de beatificação de 188 mártires japoneses do século XVII, que acontecerá no Big-N Baseball Stadium de Nagasaki.
A Eucaristia na qual se elevarão aos altares Peter Kibe e 187 companheiros mártires, assassinados entre 1603 e 1639, será presidida pelo cardeal Seiichi Peter Shirayanagi, arcebispo emérito de Tóquio, com a presença do cardeal José Saraiva Martins, prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos e enviado do Papa para a ocasião.
O Japão foi evangelizado pelo santo espanhol Francisco Javier, entre 1549 e 1552, e poucas décadas depois, a nascente Igreja conhecia uma cruel perseguição. Os primeiros mártires, encabeçados por São Paulo Miki (crucificados em Nagasaki em 1597), foram canonizados em 1862 por Pio IX, e outros 205 foram beatificados em 1867.
Em 1603, com o governo de Tokugawa, começou uma forte perseguição contra os cristãos (então chegavam a cerca de 400 mil em todo o Japão), que custou a vida de milhares deles. Os mártires que serão beatificados em 24 de novembro pertencem a esta época, e entre eles há 4 sacerdotes e 184 leigos, mulheres, crianças, samurai, servos e inclusive pessoas deficientes.
Entre eles há 52 fiéis de Kyoto, martirizados em 1622, e 53 procedentes de Yamagata, mortos em 1629, segundo informa a Conferência Nacional dos Bispos do Japão. Além dos atrozes tormentos que se aplicaram a Pedro Kibé e a outros companheiros jesuítas, um dos testemunhos mais comoventes é o de uma família inteira de Kyoto, João Hashimoto Tahyoe e sua mulher Thecla, martirizados junto com todos os seus filhos em 6 de outubro de 1619. Os católicos que sobreviveram à perseguição tiveram de ocultar-se durante 250 anos, até a chegada de missionários europeus no século XIX.
A causa destes 188 mártires foi iniciada em 1984, após a visita apostólica de João Paulo II ao país em 1981.
«Esta é uma ocasião importante para que a Igreja no Japão reflita sobre a fé dos cristãos que nos precederam há 400 anos. Precisamos desenvolver uma fé forte em Deus, colocar nossa esperança em Deus em todas as circunstâncias e viver no amor todos os dias da nossa vida», afirmam os bispos japoneses em sua mensagem aos fiéis.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

380 ANOS DOS MÁRTIRES DAS MISSÕES (1628-2008).

“Cresça, Senhor, a vossa palavra nas terras onde os vossos mártires a semearam e multiplique-se em frutos de justiça e de paz”.
Hoje é festa litúrgica dos mártires São Roque González, Santo Afonso Rodrigues e São João de Castillo (os Mártires das Missões), presbíteros e padroeiros da Província do Brasil Meridional e da Cúria Provincial BRM.
Para recordar Os Santos Mártires Roque, Afonso e João foram os primeiros evangelizadores nas terras do Sul do Brasil. Estes três sacerdotes exerceram o seu trabalho missionário junto aos índios Guaranis, no noroeste do Rio Grande do Sul. P. Roque Gonzales era filho de uma família de alta posição social de Assunção, Paraguai. Os padres Afonso Rodrigues e João de Castilho vieram como missionários da Espanha.
Depois de fundar numerosas comunidades cristãs, chamadas Reduções, entre os índios no Paraguai e região missioneira da Argentina, entraram em terras do atual Rio Grande do Sul, onde a 3 de maio de 1626 celebraram a primeira missa em terras gaúchas, na localidade de São Nicolau. Depois de dois anos e meio de intenso trabalho missionário, fundando cinco comunidades, ou reduções, foram mortos por um grupo de índios rebeldes à evangelização, liderados pelo cacique-pagé Nheçu. P. Roque Gonzales e P. Afonso Rodrigues foram mortos na recém fundada redução de Caaró, no dia 15 de novembro de 1628, e o P. João del Castilho dois dias mais tarde, em Assunção do Ijuí.
Um índio ainda catecúmeno que se opôs aos assassinos também foi trucidado junto aos missionários em Caaró: é Cacique Adauto, que um dia talvez poderá ter seu nome acrescentado aos destes mártires canonizados.
Em Caaró, município de Caibaté, se encontra o principal Santuário de veneração dos Santos Mártires, visitado permanentemente por caravanas de romeiros. Ali se realiza cada ano uma grande romaria, no 3º domingo de novembro.
Aos 28 de janeiro de 1934 o Papa Pio XI beatificou os Missionários Mártires, e aos 16 de maio de 1988, em visita ao Paraguai, em Assunção, o Papa João Paulo II os canonizou, isto é, declarou-os Santos!

Portugal: congresso recorda padre Antônio Vieira

«Padre Antônio Vieira: ver, ouvir, falar: o grande teatro do mundo» é o tema do congresso internacional que decorre na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa e na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, de hoje a sexta-feira.
Na abertura do evento, na manhã de hoje, o reitor da Universidade Católica Portuguesa, Braga da Cruz, afirmou que o Estado português devia se desculpar pelas perseguições realizadas no passado contra os jesuítas e outras ordens.
«Seria justo se na celebração do centenário da República que se aproxima [2010], o Estado pedisse desculpa aos jesuítas e outras ordens, não num gesto de reconciliação mas de reconhecimento pelo que têm feito pela cultura portuguesa», disse, segundo informa Lusa.
De acordo com o reitor, esse seria um gesto «justo e cheio de significado», após os atos de perseguição e ordens de expulsão feitos no passado contra os jesuítas.
O congresso em Lisboa é uma das iniciativas da celebração do IV centenário do nascimento de padre Vieira, jesuíta, considerado um dos grandes nomes da literatura em língua portuguesa.

Família? Sim, obrigado



Nos dias 28 e 29 de novembro será realizado o Congresso Internacional da Família, que pelo terceiro ano consecutivo terá lugar em Roma.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

O Natal já se anuncia! Preparemos o Natal!

O comércio já começa a se agitar na preparação para as vendas do Natal. Luzes se acendem nas fachadas dos prédios, papai Noel em mil jeitos já convidam o povo a entrar nas lojas, as árvores de nossos jardins são transformadas em árvores de natal, os meios de comunicação tudo fazem para que não nos esqueçamos das festas que seaproximam. É preciso vender, vender, vender. Para isso é reciso incentivar, quando não despertar as pessoas a importância de consumir. Em contraponto aos apelos comerciais que impregnam a vida social, a Igreja tem seu apelo. Ela quer corações e portas abertas para acolher o Deus que veio, vem e virá sempre ao encontro da humanidade no Natal. No tempo do Advento que se aproxima a Igreja coloca na boca de todos nós o clamor que um dia foi do povo de Israel: “Vem, Senhor, vem nos salvar. Com teu povo, vem caminhar”. E a Igreja nos convida a nos reunir em grupos de família para, durante nove dias, meditar no significado da primeira vinda do Cristo, na vinda que acontece a cada instante, na vinda do Natal, na vinda no final dos tempos. Nunca é demais lembrar que será preciso devolver o Natal a Jesus Cristo. Que ele não seja escondido por símbolos que acabam esvaziando o sentido do Natal em vez de esclarecer o seu profundo significado de encontro pessoal de Cristo. Ao Deus que vem ao nosso encontro é preciso responder com o gesto de sair ao encontro dele no nível pessoal, familiar, comunitário e social. Quando toda a igreja está empenhada no convite a uma profunda e transformadora experiência de Cristo, o Advento que aí está se torna tempo privilegiado para este reforçar este convite. É tempo, portanto, de arrumar a casa para acolher o Cristo que chega trazendo amor, esperança, vida em plenitude. É tempo de focar nossa atenção nesta vinda anunciada e garantida. É tempo de rever nosso relacionamento pessoal com Deus. É tempo de, muito mais do que acender luzes dentro e fora de casa, acender luzes no coração, dissipando as trevas do fechamento interior para Deus e o próximo, da frieza e indiferença para o sagrado, do apego exagerado ao chão e do medo de alçar vôo para lá dos horizontes desta vida. A novena de Natal já está chegando às comunidades e paróquias. O Advento do Senhor já se anuncia. Ergamos nossa voz para gritar: Vem, Senhor Jesus!

sábado, 15 de novembro de 2008

Em busca de PLENITUDE! ( VISITAS ÀS 7 IGREJAS )

Numa noite inspirada pela presença de Deus em nossas vidas, éramos 105 peregrinos percorrendo 20 km de Fortaleza/ Mondubim até a cidade de Maranguape/ Matriz.
Visitamos às 7 Igrejas, ouvimos 7 capítulos das Cartas Paulinas, por 7 vezes cantamos o TOMAIS SENHOR como oferecimento de nossas vidas e suplicamos 7 graças para que sejamos mais íntegros.
Tudo transcorreu com êxito total e com o auxílio dos Párocos e das lideranças das comunidades que abriram as Igrejas, ofereceram lanches, águas etc permitiram um clima de harmonia, alegria, espiritualidade e amizade.
Caminhar é bom em todos os aspecto e caminhar com uma proposta – EM BUSCA DE PLENITUDE é MELHOR, pois - formamos um grupo de pessoas que quer experimentar um Deus que se faz presente na estrada e nas vidas, isso é MARAVILHOSO.


AMDG

Evangelho Dominical

O cultivo dos talentos espirituais

Pe. Raniero Cantalamessa
A parábola dos talentos

O evangelho deste domingo é a parábola dos talentos. Infelizmente, no passado, o significado desta parábola foi habitualmente confundido, ou pelo menos muito reduzido. Quando escutamos falar dos talentos, pensamos imediatamente nos dons naturais de inteligência, beleza, força, capacidades artísticas. A metáfora é usada para falar de atores, cantores, comediantes... O uso não é totalmente equivocado, mas sim secundário. Jesus não pretendia falar da obrigação de desenvolver os dons naturais de cada um, mas de fazer frutificar os dons espirituais recebidos dele. A desenvolver os dotes naturais já nos impulsiona a natureza, a ambição, a sede de lucro. Às vezes, ao contrário, é necessário frear esta tendência de fazer valer os próprios talentos, porque pode converter-se facilmente em afã por fazer carreira e por impor-se sobre os demais.
Os talentos dos quais Jesus fala são a Palavra de Deus, a fé, ou seja, o Reino que Ele anunciou. Neste sentido, a parábola dos talentos se conecta com a do semeador. À sorte diferente da semente que ele lançou – que em alguns casos produz sessenta por cento; em outras, ao contrário, fica entre os espinhos, ou são comidas pelos pássaros do céu –, corresponde aqui o diferente lucro realizado com os talentos.
Os talentos são, para nós, cristãos de hoje, a fé e os sacramentos que recebemos. A palavra nos obriga a fazer um exame de consciência: que uso estamos fazendo destes talentos? Nós nos parecemos com o servo que os faz frutificar ou com o que os enterra? Para muitos, o próprio batismo é verdadeiramente um talento enterrado. Eu o comparo a um presente que se recebeu de Natal e que foi esquecido num lugar, sem nunca tê-lo aberto ou jogado fora.
Os frutos dos talentos naturais acabam conosco ou, quando muito, passam aos herdeiros; os frutos dos talentos espirituais nos seguem à vida eterna e um dia nos valerão a aprovação do Juiz divino: «Muito bem, servo bom e fiel! Foste fiel no pouco, e por isso eu te darei autoridade sobre o muito: toma parte no gozo de teu senhor».
Nosso dever humano e cristão não é só desenvolver nossos talentos naturais e espirituais, mas também de ajudar os demais a desenvolverem os seus. No mundo moderno existe uma profissão que se chama, em inglês, talent-scout, descobridor de talentos. São pessoas que sabem encontrar talentos ocultos – de pintor, cantor, ator, jogador de futebol – e os ajudam a cultivar seu talento e a encontrar um patrocinador. Não o fazem de graça, naturalmente, nem por hobby, mas para ter uma porcentagem em seus lucros, uma vez que se afirmaram.
O Evangelho nos convida a ser talent-scout, «descobridores de talentos», mas não por amor ao lucro, e sim para ajudar quem não tem a possibilidade de afirmar-se sozinho. A humanidade deve alguns de seus melhores gênios ou artistas ao altruísmo de uma pessoa amiga que acreditou neles e os animou, quando ninguém acreditava neles. Um caso exemplar que me vem à mente é o de Theo Van Gogh, que sustentou toda a vida, econômica e moralmente, do seu irmão Vincent, quando ninguém acreditava nele e não conseguia vender nenhum de seus quadros. Eles trocaram mais de seiscentas cartas, que são um documento de altíssima humanidade e espiritualidade. Sem ele não teríamos hoje esses quadros que todos amamos e admiramos.
A primeira leitura do domingo nos convida a deter-nos em um talento em particular, que é ao mesmo tempo natural e espiritual: o talento da feminilidade, o talento de ser mulher. Contém, de fato, o conhecido elogio da mulher que começa com as palavras: «Uma mulher completa, quem a encontrará?». Este elogio, tão belo, tem um defeito, que não depende obviamente da Bíblia, mas da época na qual foi escrito e da cultura que reflete. Se prestarmos atenção, descobriremos que este talento está inteiramente em função do homem. Sua conclusão é: bendito o homem que tem uma mulher assim. Ela lhe tece maravilhosas vestes, honra a sua casa, permite-lhe caminhar com a cabeça levantada entre seus amigos. Não creio que as mulheres de hoje gostem deste elogio.
Deixando de lado este limite, quero sublinhar a atualidade deste elogio da mulher. Desde todas os lugares surge a exigência de dar mais espaço à mulher, de valorizar o gênio feminino. Nós não cremos que «o eterno feminino nos salvará». A experiência cotidiana mostra que a mulher pode «elevar-nos ao alto, mas também pode precipitar-nos para baixo. Também ela precisa ser salva por Cristo. Mas é certo que, uma vez redimida por Ele e «libertada», no campo humano, das antigas sujeições, ela pode contribuir para salvar nossa sociedade de alguns males crônicos que a ameaçam: violência, vontade de poder, aridez espiritual, desprezo pela vida...
Depois de tantas épocas que adotaram o nome do homem – a era do homo erectus, homo faber, até o homo sapiens, de hoje –, deve-se augurar que se abra finalmente, para a humanidade inteira, uma era da mulher: uma era do coração, da ternura, da compaixão. Foi o culto a Nossa Senhora que inspirou, nos séculos passados, o respeito pela mulher e sua idealização em boa parte da literatura e da arte. Também a mulher de hoje pode ser olhada como modelo, amiga e aliada na hora de defender sua própria dignidade e o talento de ser mulher.