domingo, 31 de agosto de 2008

22º Evangelho do Tempo Comum

Não é fácil comunicar-se. Cada um de nós conhece o drama de tentar fazer-se entender, de tentar exprimir sem sucesso seu sentimento, seu pensamento ou sua intenção. A situação que encontramos no Evangelho de hoje é o início dos tropeços nas palavras que levarão o Messias à sua Cruz: eles não o escutaram, não o entenderam, calaram-no.Palavras podem matar, de fato. Descuidamos às vezes dessa verdade, mas todos nós sabemos como as palavras ferem ou curam. Certas vezes empregamos tempo e energia imensos para tentar curar a dor causada por uma ruptura na relação, que não é mais senão a impossibilidade de seguir comunicando. E certamente essa cura, ou pelo menos esse alivio, passa pelo exercício da palavra: precisamos dividir com nossos companheiros de humanidade a dor e a alegria que nos envolvem. Não é bom que o homem esteja só, diz o Senhor no Livro do Gêneses. E ao contemplar a mulher, carne de mesma carne, somente então o homem possui o exercício da fala nas Escrituras. Talvez esteja aí nossa imagem e semelhança mais verdadeira com o Pai: a capacidade de expressarmo-nos.Mas aí estão também as serpentes, os perigos. Os profetas bem o sabem: uma palavra queima na boca, urgente, pedindo para ser dita. E essa palavra normalmente devorará sua própria vida, muitos deles vindo a morrer por conta do que é dito. No entanto, eis o paradoxo, a mensagem que sempre lemos, relemos, constantemente dita pelo Senhor é: arrependei-vos e voltai à Aliança. Essa Aliança era entendida como a fidelidade à Lei pelos Judeus, quer dizer, a prioridade absoluta do Senhor. E com Jesus Cristo, essa Aliança consiste em Amar, não porque a Lei foi revogada, mas porque o Amor é a plenitude da Lei, como nos diz São Paulo.Convidando a amar, porém, Aquele que é o Amor é posto à morte. Mesmo o Cristo não pode superar os limites da comunicação, porque esses limites são as fronteiras de nossa própria liberdade. A diferença é que aquele que ama insiste sempre no mesmo gesto, o de doar-se, o de abrir-se e, mesmo quando o outro se fecha e abre a era da violência, aquele que ama permanece humilde, fecundo.Por isso eu peço hoje ao Senhor que seja Ele nossa lucidez. Nos momentos em que as palavras faltam, que o silêncio faça germinar a paz e evite a violência. Quando as palavras ferirem ou quando houver incompreensão, que o silêncio seja berço de uma nova presença, e não sinal de ruptura. Quando as palavras pesarem feito cruz às costas, que o Espírito suscite gente que nos ajude a ouvir, a despejar as palavras de nosso cântaro de dor. Porque Deus está no coração e na vida daqueles que sempre insistem em comunicar-se, em traduzir-se para o bem dos outros.
Acesse e escute a reflexão:http://oracaopelaarte.blogspot.com/

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Evangelho Dominical

Reflexão do Evangelho dominical

XXII Domingo do Tempo Comum (Mateus 16, 21-27)
Renunciar a si mesmo
Pe. Raniero Cantalamessa, OFM

Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. No evangelho deste domingo escutamos Jesus, que diz: «Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á.
O que significa «renunciar a si mesmo»? E mais, por que se deve negar a si mesmo? Conhecemos a indignação que suscitava no filósofo Nietzsche esta exigência do Evangelho. Começo respondendo com um exemplo. Durante a perseguição nazista, muitos trens carregados de judeus partiam de todas as partes da Europa para os campos de extermínio. Eram convencidos de embarcar por falsas promessas de serem levados para lugares melhores para o seu bem, enquanto que, ao contrário, eram levados para a destruição. Às vezes, acontecia que em alguma parada do comboio, alguém que sabia a verdade gritava às escondidas para os passageiros: Desçam, fujam. E alguns conseguiam.
O exemplo é um pouco forte, mas expressa algo sobre nossa situação. O trem da vida no qual viajamos vai para a morte. Sobre isso, ao menos, não há dúvida. Nosso eu natural, sendo mortal, está destinado a termianr. O que o Evangelho nos propõe quando nos exorta a renunciar a nós mesmos e a descer deste trem é subir no outro que conduz à vida. O trem que conduz à vida é a fé n'Ele, que disse: «Que crê em mim, ainda que esteja morto, viverá».
Paulo havia realizado este «transbordar», e o descreve assim: «Já não sou eu quem vive, mas é Cristo que vive em mim». Se assumimos o eu de Cristo, convertemo-nos em imortais, porque ele, ressuscitado da morte, não morre mais. Isso é o que significa as palavras que escutamos: «Aquele que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa, recobrá-la-á». Portanto, está claro que negar-se a si mesmo não é uma operação autolesionadora e renunciadora, mas o golpe de audácia mais inteligente que podemos realizar na vida.
Mas devemos fazer imediatamente uma precisão: Jesus não nos pede para renegar o «que somos», mas «aquilo no que nos convertemos». Nós somos imagem de Deus, somos, portanto, algo «muito bom», como disse Deus mesmo no momento de criar o homem e a mulher. O que temos que renegar não é o que Deus fez, mas o que nós fizemos, usando mal nossa liberdade. Em outras palavras, as tendências más, o pecado, todas essas coisas que são como incrustações posteriores superpostas ao original.
Há alguns anos, descobriram-se no fundo do mar, no mar Jônico, duas massas informes que tinham uma ligeira semelhança com corpos humanos e que estavam recobertas de incrustrações marinhas. Foram levadas à superfície e limpas pacientemente. Hoje são os famosos «Bronzes de Riace» (estátuas gregas de grande beleza, que representam dois homens, e que estão datadas no século V antes de Cristo, N. do T.) custodiados no museu de Reggio Calábria, e estão entre as esculturas mais admiradas da antiguidade.
São exemplos que nos ajudam a entender o aspecto positivo que há na proposta do Evangelho. Nós nos parecemos, no espírito, a essas estátuas antes de sua restauração. A bela imagem de Deus que deveríamos ser está recoberta de sete estratos que são os sete pecados capitais. Talvez seja conveniente trazê-los à memória: soberba, avareza, luxúria, ira, gula, inveja e preguiça. São Paulo chama esta imagem desfigurada de «imagem terrestre», em oposição à «imagem celeste», que é a semelhante a Cristo.
«Renunciar a si mesmo» não é portanto uma operação para a morte, mas para a vida, para a beleza e para a alegria. Consiste também em aprender a linguagem do verdadeiro amor. Imagine, dizia um grande filósofo do século passado, Kierkegaard, uma situação puramente humana. Dois jovens se amam. Mas pertencem a dois povos diversos e falam duas línguas completamente distintas. Se seu amor quer sobreviver e crescer, é necessário que um dos dois aprenda o idioma do outro. Caso contrário, não poderão comunicar-se e seu amor não durará.
Assim, comentava, sucede entre Deus e nós. Nós falamos a linguagem da carne, ele o do espírito; nós o do egoísmo, ele o do amor. Renunciar a si mesmo é aprender a língua de Deus para poder comunicar-nos com ele, mas é também aprender a língua que nos permite comunicar-nos entre nós. Não somos capazes de dizer «sim» ao outro, começando pelo próprio cônjuge, se não somos capazes de dizer «não» a nós mesmos. No âmbito do matrimônio, muitos problemas e fracassos do casal dependem de que o homem nunca se preocupou em aprender o modo de expressar o amor à mulher, e a mulher o do homem. Também quando fala de renunciar a si mesmo, o Evangelho, como pode ser visto, está muito menos afastado da vida do que as pessoas acreditam.

Os limites do corpo

A China ainda respira ares olímpicos. Um respiro de alegria, provavelmente com sua dose de alívio. Todo mundo ainda se lembra das imagens da celebração de abertura, espetáculo grandioso. O que mais me chama a atenção quando penso nos Jogos Olímpicos, porém, são os limites do corpo humano. Inúmeros recordes foram quebrados. Depois de Pequim, o homem corre mais rápido, salta mais alto, nada mais ligeiro e voa mais ágil. Olhando para a vida normal desde essas alturas, nossos minutos quotidianos parecem desprezíveis.Quando tudo se decide com base nos milímetros, nos décimos, nos centésimos de segundo, nossas urgências parecem mesquinhas. Que teríamos em comum com os super-atletas?Em meu entender, eles revelam pelo exagero algo que está em nossa mais comum realidade: sempre tentamos superar os limites de nosso corpo. Desde o primeiro homem. Desde que o primeiro ser humano inventou a primeira e mais rudimentar ferramenta, manifestou sua inconformidade com nossos limites mais elementares: o tempo e o espaço. E desde esse momento, apesar de conflitos e reveses, é como se a humanidade inteira colaborasse no processo de constante superação dos limites que envolvem nosso corpo. Um dia, talvez dezenas de gerações adiante, os centésimos ganhos traduzir-se-ão em segundos, em minutos, em quilômetros, em uma forma de viver e de se relacionar com o corpo que não será mais a nossa. Somos mais altos e mais rápidos que nossos ancestrais, mas seremos superados por nossos descendentes.Há um lado perverso nesse movimento. Enquanto a expansão dos nossos limites nos inebria através da lente de aumento dos Jogos Olímpicos, o ideal de fraternidade, de paz e de dignidade que esse evento porta é obscurecido pelo silêncio dos que jamais serão medalhistas. Sequer concorrentes. Sequer atletas. Assistindo os jogos, cada premiação deixava em mim um sentimento contraditório. Talvez seja parte de meu desconforto com comparações, mas não consigo deixar de perceber o silêncio que encobria as medalhas, comparável ao silêncio das guerras: o silêncio dos vencidos e o silêncio das vítimas. Exagero meu, certamente. Mas não é exagero pensar quanto foi investido não somente no treinamento dos atletas, mas no evento inteiro. E, feitas as contas, a conquista desses milésimos, centésimos, mesmo décimos de segundo pode ter custado a vida de muitas mulheres e homens.A questão é sempre aritmética: quantos precisam sofrer para que outros sejam mais felizes. Ou, de modo mais disfarçado: quanto custa o progresso? Eu a rejeito, porém, essa forma de comparar o incomparável. Em cada ser humano, lento ou rápido, ágil ou não, está a humanidade inteira. E se há conquista a ser feita, não se trata apenas de lutar por igualdade de oportunidades, mas a execução da tarefa constante e exigente de buscar e ajudar a encontrar o lugar que corresponde a cada um. Sem jamais esquecer que o “todo mundo” é feito de um “cada um”. Nesse exercício, sim, há uma medalha de outro esperando por cada um de nós.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Igreja faz mobilização para aprovar nova lei

Durante Semana da Pátria, iniciativa vai intensificar coleta de assinaturas
Intensificar a coleta de assinaturas para o projeto de lei de iniciativa popular que propõe alterações na chamada Lei das Inelegibilidades (lei 64/1990) para impedir candidaturas daqueles que têm processos criminais com condenação em primeira instância ou que tenham renunciado ao mandato para evitar cassações é o objetivo da 1ª Mobilização Nacional deflagrada pelo Movimento Contra a Corrupção Eleitoral, nos dias 1º a 7 de setembro. Em São Paulo, a mobilização conta com o apoio das pastorais e movimentos da Igreja. No primeiro balanço do MCCE, foram colhidas 114.302 assinaturas. O Paraná foi o Estado que enviou o maior número de assinaturas – 32.500 –, seguido de São Paulo, com 24.797, e do Espírito Santo, que coletou 16.774 até o fechamento do levantamento. Contando com esses locais, o MCCE já recebeu assinaturas coletadas em 22 Estados e no Distrito Federal.

Dom Luciano ganha busto em praça

Perto de completar 2 anos de falecimento,
ex-bispo da Arquidiocese recebe homenagem na Região Belém

“Naquela pobreza, humildade e simplicidade se escondia um grande sábio, que nos ensinou que só se conhece a Deus no amor”, disse dom Pedro Luiz Stringhini sobre dom Luciano Mendes, que no domingo, dia 24, foi homenageado com um busto no largo São José, onde residiu quando foi bispo na Região Belém.

Papa apresenta exemplo de Santa Mônica e Santo Agostinho

Bento XVI apresentou nesta quarta-feira Santa Mônica e seu filho, Santo Agostinho, como exemplos de confiança em Cristo, luz nas dificuldades.
Ao final da audiência geral, na qual participaram oito mil peregrinos, o pontífice dirigiu-se em particular aos jovens, enfermos e aos recém-casados para apresentar-lhes estes dois modelos que tiveram um papel decisivo na vida de Joseph Ratzinger.
«Que o exemplo de Santa Mônica, a quem recordamos hoje, e de seu filho Agostinho, que celebraremos amanhã, vos ajudem a olhar com confiança a Cristo, luz nas dificuldades, apoio nas provações da vida e em todo momento da existência humana», concluiu.

domingo, 24 de agosto de 2008

Reflexão dominical

Crer na divindade de Cristo
Mateus 16, 13-20
Pe. Raniero Cantalamessa, OFM

E vós, quem dizeis que eu sou?
Existe, na cultura e na sociedade de hoje, um fato que pode nos introduzir na compreensão do Evangelho deste domingo, e é a pesquisa de opinião. Ela é praticada em todos os âmbitos, mas sobretudo no político e comercial. Também Jesus um dia quis fazer uma pesquisa de opinião, mas com fins, como veremos, muito diferentes: não políticos, mas educativos. Chegado à região da Cesaréia de Filipo, ou seja, a região mais ao norte de Israel, em uma pausa de tranqüilidade, na qual estava a sós com os apóstolos, Jesus lhes dirigiu, a queima-roupa, a pergunta: «Quem dizem os homens ser filho do Homem?».
É como se os apóstolos não esperassem outra coisa para poder finalmente falar sobre todas as vozes que circulavam a propósito dele. Respondem: «Uns afirmam que é João Batista, outros que é Elias, outros, ainda, que é Jeremias ou um dos profetas». Mas para Jesus não interessava medir o nível de sua popularidade ou seu índice de simpatia entre o povo. Seu propósito era bem diferente. Então Ele lhes pergunta: «E vós, quem dizeis que eu sou?».
Esta segunda pergunta, inesperada, deixa-os desconcertados. Entrecruzam-se silêncio e olhares. Se na primeira pergunta se lê que os apóstolos responderam todos juntos, em coro, esta vez o verbo é singular; só «respondeu» um, Simão Pedro: «Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo!».
Entre as duas respostas há um salto abismal, uma «conversão». Se antes, para responder bastava olhar ao redor e ter escutado as opiniões das pessoas, agora é preciso olhar para dentro, escutar uma voz bem diferente, que não vem da carne nem do sangue, mas do Pai que está nos céus. Pedro foi objeto de uma iluminação «do alto».
Trata-se do primeiro autêntico reconhecimento, segundo os evangelhos, da verdadeira identidade de Jesus de Nazaré. O primeiro ato público de fé em Cristo, da história! Pensemos no sulco deixado por um barco: vai se movimentando até perder-se no horizonte, mas começa com uma ponta, que é a ponta do barco. Assim acontece com a fé em Jesus Cristo. É um sulco que foi movimentando-se na história, até chegar aos «últimos confins da terra». Mas começa com uma ponta. E esta ponta é o ato de fé de Pedro: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». Jesus usa outra imagem, vertical, não horizontal, vertical não horizontal: rocha, pedra. «Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei minha Igreja».
Jesus muda o nome de Simão, como se faz na Bíblia quando se recebe uma missão importante: chama-o de «Cefas», Rocha. A verdadeira rocha, a «pedra angular» é, e continua sendo, ele mesmo, Jesus. Mas, uma vez ressuscitado e ascendido ao céu, esta «pedra angular», ainda que presente e operante, é invisível. É necessário um sinal que a represente, que torne visível e eficaz na história este «fundamento firme» que é Cristo. E este será precisamente Pedro, e, depois dele, aquele que o substituir, o Papa, sucessor de Pedro, como cabeça do colégio dos apóstolos.
Mas voltemos à idéia da pesquisa. A pesquisa de Jesus, como vimos, desenvolve-se em dois momentos, comporta duas perguntas fundamentais: primeiro, «quem dizem os homens ser o filho do Homem?»; segundo, «quem dizeis vós que sou eu?». Jesus não parece dar muita importância ao que as pessoas pensam dele; interessa-lhe saber o que pensam seus discípulos. E o faz com esse «e vós, quem dizeis que sou eu?». Não permite que se escondam atrás das opiniões dos outros, mas quer que digam sua própria opinião.
A situação se repete, quase identicamente, nos dias de hoje. Também hoje, «as pessoas», a opinião pública, têm suas idéias sobre Jesus. Jesus está na moda. vejamos o que acontece no mundo da literatura e do espetáculo. Não passa um ano sem que saia uma novela ou um filme com a própria visão, torcida e dessacralizada, de Cristo. O caso do Código Da Vinci, de Dan Brown, foi o mais clamoroso e está tendo muitos imitadores.
Depois estão os que ficam a meio caminho. Como as pessoas de seu tempo, crêem que Jesus é «um dos profetas». Uma pessoa fascinante, que se encontra ao lado de Sócrates, Gandhi, Tolstoi. Estou certo de que Jesus não despreza estas respostas, porque se diz dele que «não apaga a chama fumegante e não quebra o caniço rachado», ou seja, sabe valorizar todo esforço honesto por parte do homem. Mas há uma resposta que não se enquadra, nem sequer na lógica humana. Gandhi ou Tolstoi nunca disseram «eu sou o caminho, a verdade e a vida», ou também «quem ama seu pai ou sua mãe mais que a mim não é digno de mim».
Com Jesus não se pode ficar na metade do caminho: ou é o que diz ser, ou é o maior louco exaltado da história. Não há meio termo. Existem edifícios e estruturas metálicas (creio que uma é a torre Eiffel de Paris) feitas de tal maneira que se se traslada certo elemento, se derruba tudo. Assim é o edifício da fé cristã, e esse ponto neurálgico é a divindade de Jesus Cristo.
Mas deixemos as respostas das pessoas e vamos aos não-crentes. Não basta crer na divindade de Cristo, é necessário também testemunhá-la. Quem o conhece e não dá testemunho dessa fé, mas a esconde, é mais responsável diante de Deus do que quem não tem essa fé. Em uma cena do drama «O pai humilhado», de Claudel, uma moça judia, linda, mas cega, aludindo ao duplo significado da luz, pergunta a seu amigo cristão: «Vós que vedes, que uso fizestes da luz?». É uma pergunta dirigida a todos nós que nos confessamos crentes.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A presença jesuíta na China

Os primeiros cristãos a chegar à China foram os astorianos, durante o Séc. VII. No Séc. XIV, os franciscanos pregavam aos mongóis em Pequim. Mas na altura que os missionários jesuítas chegaram à cidade, em 1552, o Cristianismo não tinha de forma alguma desaparecido.
Os Jesuítas tornaram-se académicos respeitados. Frequentavam a corte imperial e acabaram por conseguir meio milhão de conversões. O imperador ofereceu terras a Matteo Ricci, o mais famoso destes jesuítas que se tornou o primeiro padre de paróquia a que pertence actualmente a Catedral da Nantang.
O sucessor de Ricci como padre de paróquia da Igreja de Nantang, é Francisco Xavier Zhang, que é também o secretário local da Associação Patriótica de Pequim. Segundo ele, a separação original entre Roma e Pequim, foi causada pelos preconceitos anti-comunistas.
“Os estrangeiros missionários foram demasiado sensíveis ao ponto de vista do ateísta filosófico do Partido Comunista. Não que a Igreja católica chinesa tenha rejeitado o Papa, a Santa Sé é que rejeitou a Igreja católica chinesa”.
O corte de laços com Roma causou uma divisão entre os católicos chineses. Segundo o Pe. Francisco Xavier, nem o governo, nem a Igreja patriótica são responsáveis por esta divisão. Ele culpa os que permaneceram ao lado de Roma. “ Esta divisão adveio de razões políticas e históricas, de preconceitos religiosos, egoísmo ou arrogância espiritual. Não tem nada a ver com a fé. Daí a Igreja clandestina, a separação. Os irmãos e irmãs em Cristo que tendo sido influenciados pelos preconceitos, pela razão política, agora preferem permanecer clandestinos e subterrâneos, sem sol, disseminando-se por todo o lado”.
Os cristão clandestinos não partilham da visão do Pe. Francisco Xavier. Mas consideram-se parte de uma longa tradição – sofrer as consequências de dizer a verdade a poder.
Agência Ecclesia

Cristianismo na China

O Cristianismo não é uma novo importação Ocidental. No Séc. XII, Marco Polo relatou a existência de comunidades cristãs na China. E Parecia que o Cristianismo tinha chegado já no Séc. VII, um milénio antes de chegar à América.
Após a revolução nacionalista de Mao Tse-Tung, o Cristianismo parecia não ter futuro. Muitas das igrejas chinesas foram destruídas e ainda se encontram em ruínas, outras foram encerradas. No entanto, a taxa de crescimento de cristão na China continental tem sido, surpreendentemente, elevada em comparação com Taiwan e Hong Kong, onde o Cristianismo pode ser praticado e pregado livremente.
O crescimento mais surpreendente é entre as Igrejas protestantes de um milhão em 1949, estima-se que existam agora cerca de 20 milhões de crentes oficiais e 30 milhões de crentes protestantes independentes.
Um deles é Hu Yi Juan, que praticou Budismo e Taoísmo até ter descoberto a Bíblia.
Cristão há apenas sete anos, recorda que nessa altura, “a igreja estava meio vazia, mas agora precisam de construir uma nova, porque o número de pessoas aumentou muito. E são sobretudo jovens. Estou muito contente porque cada vez mais, jovens se tornarem cristão”.
Um estudo realizado pela Universidade Aberta Chinesa mostrou que seis em cada 10 estudantes em Pequim se interessam pelo Cristianismo e querem tornar-se crentes. A maioria procura informação religiosa na Internet. “Actualmente cada vez mais chineses compreendem inglês. A Internet não tem fronteiras, por isso podem aprender muito sobre a cultura ocidental”, aponta Hu Yi Juan.
A impressão e distribuição de Bíblias e de outro material cristão são prioridades protestantes. Hu Yi Juan dirige uma empresa de meios de comunicação. O seu objectivo é publicar livros e programas de vídeo que comuniquem os valores cristãos sem darem lições de moral em demasia. Ele espera que isto seja apenas o começo. “Espero que no futuro, seja possível os cristãos criarem editoras, estações de televisão e empresas de produção independentes na China”.
Dezenas de milhar de grupos de Igreja protestantes não se encontram registados. Os seus membros e líderes são por vezes assediados por funcionários locais do governo e os edifícios da igreja são destruídos. Os cristãos protestantes argumentam que a repressão está menos relacionada com a oposição ideológica à religião do que com o medo de uma mobilização popular fora do controle do governo.
“Penso que um bom cristão é automaticamente um bom cidadão. Seguimos os dez mandamentos e estes são muito mais exigentes que as leis que devemos seguir para sermos bons cidadãos”, explica Hu Yi Juan.
A Igreja católica, muito hierarquizada e com sede fora da China coloca um outro tipo de desafio. Para manter os católicos sob controle, o objectivo do partido comunista era cortar os laços com Roma e criar a Associação Patriótica. O seu objectivo era dirigira Igreja desde o interior da China seguindo a linha partidária.
Liu Bai Nian, Vice-presidente da Associação Patriótica Chinesa afirma que “a Associação Patriótica não é uma igreja nem uma ordem religiosa. É um colectivo patriótico formado por padres e leigos. A sua missão não é religiosa. A sua missão, dentro do sistema especial do comunismo chinês é construir uma ponte entre a Igreja e o governo”.
Liu Bai Nian é um leigo católico. Como dirigente da Associação patriótica Liu Bai Nian, fiscaliza tudo o que acontece na Igreja oficial. Como é gasto o dinheiro, o que pode ser pregado, quem pode ser visto. Dos 12 a 20 milhões de católicos chineses, quatro milhões e meio estão registados na Associação Patriótica Católica. A influência de Lui é tão grande que por vezes é apelidado de «o Papa chinês».
“Os protestantes estão a ter um crescimento muito mais rápido, por isso pode perguntar-se o porquê da comunidade católica chinesa não ter o mesmo crescimento. Qual a razão? Deve-se ao comando da Igreja Católica. O Vaticano ainda mantém relações diplomáticas com Taiwan, algo que é de difícil compreensão par os chineses”.
No passado, o Papa era mantido fora de vista. Recentemente, prevaleceu uma nova linha de pensamento. Desde os anos 90 forma reintroduzidas na missa, as orações do Papa e a sua liderança espiritual é publicamente reconhecida. Mas apenas até um certo ponto.
“César é Csar, Deus é Deus. São coisas distintas, especialmente na China. Nós, a Igreja chinesa, respeitamos a Bíblia e em assuntos de fé ouvimos o Papa, em assuntos da Nação ouvimos o governo”.
agência Ecclesia

Sou catequista, graças a Deus!

Um judeu, chamado Apolo, natural de Alexandria, havia chegado a Éfeso. Começou, pois, a falar com intrepidez na sinagoga. Tendo-o ouvido, Priscila e Áquila tomaram-no consigo e, com mais exatidão, expuseram-lhe o Caminho” (At 18,24.26).

Escutando a Palavra de Deus e acolhendo-a em seu coração, Priscila, Áquila e Apolo, assim como tantas outras pessoas, descobriram, no encontro com Jesus Cristo, a alegria de segui-lo como discípulos missionários. Em Jesus Cristo, encontraram a fonte para a sua vida e abraçaram a missão, na certeza de que o Espírito Santo impregnava e motivava toda a sua existência. Foi assim que se tornaram colaboradores empenhados na formação de comunidades por onde passaram, anunciando sempre a pessoa e a missão de Jesus Cristo convencidos de que é Deus quem dá o crescimento (1Cor 3,7).
Acompanhados pelo apóstolo Paulo, fizeram a experiência do chamado que nasce sempre da iniciativa de Deus. Foi esta graça que os transformou em discípulos missionários apaixonados por Jesus Cristo.
Como esse processo de evangelização marca profundamente a vida das pessoas! Áquila e Priscila, acolhendo Paulo em sua casa (At 18,3), foram evangelizados e, mais tarde, os vemos ajudando Apolo no processo de iniciação à vida cristã (At 18,26). O Documento de Aparecida afirma: “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor nos confiou ao nos chamar e nos escolher” (DAp 18). Foi esta a experiência dos cristãos nas primeiras comunidades e é o caminho que vai sendo percorrido por milhares de catequistas e outras pessoas nas comunidades do Brasil.
Assim, quem acolhe a graça do encontro com Jesus Cristo, sentindo que é ele que vem ao encontro da pessoa, também tem a certeza de que é chamado a participar da vida da comunidade e aí, alimenta sua fé e encontra forças para realizar a missão como parte integrante da vida cristã e não algo opcional.
No mês vocacional, quando celebramos também o chamado de Deus para a participação na vida da comunidade onde tantos homens e mulheres entregam sua vida através de serviços e ministérios tão fundamentais como o da Catequese, queremos agradecer pela dedicação de cada cristão leigo(a).
Toda vez que me encontro com catequistas e outras pessoas que assumem a missão evangelizadora na comunidade e nos ambientes sociais nas 835 comunidades espalhadas pelos 175.000km² da diocese de Santarém, louvo e agradeço a Deus pela força que esses irmãos e irmãs trazem em seu coração e também lhes pergunto: vocês estão visitando as família dos jovens, crianças e adultos que estão sendo acompanhados? Visitam ainda as casas dos pais e padrinhos que se preparam para o batizado de seus filhos e afilhados? E que atenção dão aos noivos? Como têm sido as visitas a esses que se preparam para o casamento?
Sei que evangelizam, em primeiro lugar, por seu testemunho de dedicação que nasce do encontro com Jesus Cristo. Mas, também tenho visto o esforço que fazem para preparar as celebrações da Palavra de cada domingo, também quando utilizam suas canoas ou pequenos barcos para chegar ao local da celebração.
Na grande maioria das comunidades no interior da região amazônica, a celebração eucarística acontece, quando muito, duas ou três vezes ao ano. Agradecemos a Deus pelos cristãos leigos e leigas que aí estão cumprindo com fé a missão que não se restringe à dimensão litúrgica, mas perpassa todas as dimensões da vida das pessoas e da comunidade. Também damos graças pelos jovens que já descobriram o caminho do discipulado e abraçaram a missão na comunidade e na sociedade!
“Ao participar dessa missão o discípulo caminha para a santidade. Vivê-la na missão o conduz ao coração do mundo, Por isso, a santidade não é fuga para o intimismo ou para o individualismo religioso, tampouco abandono da realidade urgente dos grandes problemas econômicos, sociais e políticos da América Latina e do mundo, e muito menos fuga da realidade para um mundo exclusivamente espiritual” (DAp 148).
Guardando no coração, o tema do mês Vocacional - “Família de Deus: Todos chamados à Vida e à Missão” -, venho manifestar, em nome da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, todo o nosso reconhecimento por cada catequista e por todos os que assumem serviços e ministérios nas comunidades da cidade e do interior em nosso país e elevar a Deus Pai nossa ação de graças por renovar o chamado e a consagração dessas milhares de pessoas a serviço da evangelização do seu povo.
Deus abençoe a vida desses irmãos e irmãs com seus familiares nas comunidades, paróquias e dioceses e, a exemplo de Áquila, Priscila e Apolo, alegrem-se por vivenciarem a vocação como discípulos(as) missionários(as).

E vós quem dizeis que eu sou?

Eu sou do tempo em que se estudava o catecismo com perguntas e respostas. Era preciso decorá-las, e quem era mais rápido em responder corretamente, ganhava, às vezes, algum prêmio. Foi assim que ganhei o meu primeiro Evangelho. Nada de menino prodígio; simplesmente tive uma mãe que exercitava a sua paciência escutando as minhas respostas e mandando repeti-las quando estavam erradas. Não menos exigentes eram a catequista e o vigário paroquial. Ai de quem falava besteira, ou tentava responder de outra forma. A cada pergunta só cabia uma resposta. Ou se sabia, ou era melhor ficar calado.
Hoje é tudo muito diferente, aliás, até o nome de catecismo mudou para se chamar de catequese. Mas os catequistas e as catequistas continuam com o mesmo nome e, na maioria, têm o mesmo entusiasmo e a mesma alegria em tentar comunicar às crianças e aos adolescentes algo de bonito sobre a nossa fé cristã. Muito Obrigado. Mas onde ficaram as perguntas e as respostas? Somente passaram de moda, mudou a pedagogia, ou tem algo de novo?
Coloco esses questionamentos porque, por coincidência, o próprio Jesus, no evangelho deste domingo, pergunta aos discípulos: - Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E em seguida questiona mais diretamente a todos eles: - E vós quem dizeis que eu sou?
Claro que não era a pergunta de um catecismo decorado. Era muito mais, quase uma avaliação dele mesmo e de como estava sendo entendido e seu jeito de viver, de ensinar, de cuidar dos doentes, de perdoar os pecadores. A essa altura, temos a impressão de que o apóstolo Pedro estivesse esperando aquela pergunta para disparar a resposta: “Tu és o Messias o Filho de Deus vivo”. Acertou. Bom menino!
Entendemos que o que está em jogo cada vez mais, hoje, não são as respostas em si. Muitos, dos mais adultos, sabem dar todas as respostas certas. Decoraram. O problema é se entenderam o que significavam as respostas, ou também de que jeito as entenderam. Percebemos que conhecer as respostas não é mais suficiente. Não estamos concorrendo a um show televisivo, disputando prêmios. Estamos buscando respostas a perguntas decisivas da nossa vida. Deveríamos querer saber quem somos, por onde vamos, e em quem podemos acreditar. Deveríamos buscar, em fim, o sentido da nossa própria vida.
Sobre isso, hoje aparecem tantas respostas possíveis que somos tentados a não mais responder, ou a deixar que cada um responda do jeito que ele quer. Tanto faz. Temos a tentação de pensar que nem as perguntas e nem as respostas sejam mais importantes para a nossa vida. Já tem quem julga mesmo perda de tempo tantos questionamentos. Dizem que não levam a nada, porque não se transformam em dinheiro. Desse jeito, em lugar de confrontar-nos preferimos fugir; na urgência de uma resposta séria, optamos por soluções mais fáceis, cômodas ou interesseiras.
Não estamos sozinhos na confusão. No evangelho do próximo domingo Jesus dirá ao apóstolo Pedro, o mesmo que antes tinha acertado na resposta, que não pensava as coisas de Deus, mas, sim, as coisas dos homens. Quer dizer que não havia entendido nada. Jesus lhe pede para ficar longe dele, chamando-o de satanás. Coitado do Pedro! fez uma verdadeira profissão de fé, porém acertou somente as palavras. Ainda não havia entendido que tipo de messias seria Jesus. Não um triunfador, mas um sofredor; não um poderoso para oprimir e mandar, mas um humilde para servir e amar. Precisava primeiro passar pela cruz para entender um pouco mais.
Talvez seja por isso que hoje, na Catequese, não usamos mais as perguntas e as respostas tão prontas que bastariam ser decoradas. Teríamos a falsa impressão de saber tudo. Aquelas perguntas e as respostas deviam servir para serem lembradas sempre e para simplificar as questões. Isso ajudava a ter bem presente a própria fé e a não se deixar confundir com afirmações diferentes ou contrárias. Esse método valeu por muito tempo e ainda vale para aprender, na condição de entender bem as respostas, atualizando as afirmações e, sobretudo, com o compromisso honesto de viver aquilo que expressamos nas fórmulas da fé. É como dizer que é muito mais fácil decorar uma resposta que vivê-la. Contudo continuemos a colocar as perguntas, a nos questionar, a nos interrogar. Assim continuaremos a buscar as melhores respostas. Do contrário perguntas e respostas ficarão em nossa cabeça e nunca descerão até o nosso coração. Aí, sim, seria tempo perdido.

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Senhor da Messe e Pastor do rebanho

, faze ressoar em nossos ouvidos teu forte e suave convite: "Vem e Segue-me"! Dá perseverança a todos os vocacionados. Desperta o coração de nossos jovens para o ministério pastoral em tua Igreja.
Um DESPERTAR VOCACIONAL promovido pela Paróquia de Russas deu-se num clima alegre, orante, criativo e com uma boa participação dos jovens. Pe. Marcos, Esc. Agnaldo, Ir. João e Esc. Zé Wilson foram os responsáveis por todo o encontro. Tiveram a colaboração das Irmãs Cordimarianas e de leigos (as). A avaliação foi muito positiva.

Trilha Vocacional (Núcleo de Recife)

Óla Pessoal!!!
Aqui no Recife nós organizamos na casa de retiro São José a Trilha vocacional.
O objetivo da trilha foi mostrar para os jovens e adolescentes as diversas maneiras de servir melhor ao Cristo- amigo e companheiro. A dinâmica da Trilha foi um percurso em torno a casa de retiro e neste caminhar pelos estados de vidas montamos algumas tendas onde iamos de forma dinâmica falando sobre as vocações especificas.

Foi arretado de bom!
Confiram as fotos e rezem por nós!
Ir. Bira, sj

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Acampamento da Vida Religiosa e Polo Ceará


Tivemos na tarde do Domingo na Paróquia do Mondubim, dia do Religioso(a), um acampamento promovido pela CRB com todos os religiosos (as). Estavam presentes 47 congregações. Momento de alegria, confraternização e celebração na gratidão pela vida Consagrada. E na Segunda-feira tivemos o encontro do Polo-Ceará com o tema JUVENTUDE na Comunidade Vocacional São Pedro Claver. Confiram as fotos!

Ir. Jorge

Últimos votos na Companhia de Jesus


Com poesia de Deus a me guiar pra que eu possa viver feliz e cantar.
"E no pensamento carrega valores maiores que todo o céu.
Por onde vou viajar, nenhuma fronteira pode me parar
Eu sigo o sol, a luz de Javé.
Toda a babilônia eu posso enfrentar."

domingo, 17 de agosto de 2008

Assunção de Nossa Senhora aos Céus

Lc. 1, 39-56
Evangelho narrado e comentado por Pe. Li.
No mistério celebrado hoje, Deus nos acolhe plenamente. Ao assumir o corpo de Maria, nosso Pai integra nossa dimensão corporal. Toda a criação é reconciliada em Cristo.
Acesse o Blog e escute a reflexão: http://oracaopelaarte.blogspot.com

sábado, 16 de agosto de 2008

Papa apela à luta contra a corrupção e a indiferença religiosa neste continente

Bento XVI enviou uma mensagem ao III Congresso Americano Missionário (CAM 3) que se prolonga até amanhã, 17 de Agosto, e lembrou aos católicos que "o serviço mais importante que podemos brindar aos nossos irmãos é o anúncio claro e humilde de Jesus Cristo, que veio a este mundo para que tenhamos vida e a tenhamos em abundância".
"Diante das dificuldades de um ambiente às vezes hostil, da escassez de resultados imediatos e espectaculares ou frente à insuficiência de meios humanos, convido-vos a não se deixarem vencer pelo medo, pelo desânimo ou arrastar pela inércia", indicou o Papa.
Aos participantes neste CAM 3, reunidos na cidade de Quito, capital do Equador, Bento XVI pediu que combatam "a praga da corrupção e da indiferença". Do mesmo modo, lembrou que "a hora presente é uma ocasião providencial para que, com simplicidade, limpeza de coração e fidelidade, voltemos a escutar como Cristo nos lembra que não somos servos, mas seus amigos".
"Ele instrui-nos para que permaneçamos no seu amor, sem nos moldarmos aos ditames deste mundo. Não sejamos surdos à sua Palavra. Dele aprendamos. Imitemos o seu estilo de vida. Sejamos semeadores da sua Palavra”, pede.
“Com toda a nossa vida, com a alegria de nos sentirmos amados por Jesus, a quem podemos chamar irmão, seremos instrumentos válidos para que Ele siga atraindo a todos com a misericórdia que brota de sua Cruz", acrescentou.
O Papa pediu também a superação de qualquer forma de individualismo e isolamento e par que seja reforçado o "sentido de pertença à Igreja".
Neste sentido, alentou os católicos do continente a sentir "o consolo de Cristo” e oferecer “o bálsamo do seu amor aos aflitos, aos que andam aflitos pela dor ou ficaram feridos pela frieza do indiferentismo ou pelo flagelo da corrupção”.
Bento XVI desafiou ainda a Igreja a lutar pelo mais fracos. "Que posam beber a água vivificante que brota do costado do Salvador e saciar com sua frescura cristalina todos aqueles que tem sede de justiça, paz e verdade, aqueles que estão oprimidos pela clausura do pecado ou estão mergulhados na escuridão da violência", escreveu.
O CAM 3 conta com a participação de mais de três mil delegados. Conclui-se Domingo, dia que dá início à grande "Missão continental", que conforme explicou o Papa harmonizará "esforços pastorais e iniciativas evangelizadoras”.


quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Hino do CAM 3 E COMLA 8

Cheio de futuro


O teu rosto está cheio de futuro. Os teus olhos maiores que o mundo. Empresta-me o teu olhar para ver o que merece ser amado. Ele ocupa-se da conversão da realidade, numa batalha em que a esperança se entrega toda. Vida ou morte. O teu olhar responde e pede um lugar no meu coração, onde possa habitar…Tens lugar para mim?
José Luís Artur


terça-feira, 12 de agosto de 2008

America com Cristo

Em Quito, uma grande estrutura foi montada para acolher o Congresso Missionário que ocupará, pelo menos, quatro espaços no centro da cidade. A abertura ocorreu, às 15 horas.
O congresso é fruto da iniciativa de várias instituições que têm por objetivo colocar em prática a experiência do discipulado e se colocar em estado permanente de missão e impulsionar a Nova Evangelização e Missão ad Gentes São elas: a Congregação para a Evangelização dos Povos, conferências episcopais da América, Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), direções nacionais das Pontifícias Obras Missionárias na América, Conferência Episcopal Equatoriana, Arquidiocese de Quito, igrejas particulares da América, congregações religiosas, movimentos eclesiais e missionários, leigos e jovens

Estejamos em sintonia, rezando por este Congresso!

Vida Religiosa

“O hábito não faz o monge”, diz o provérbio, mas, sem dúvida, chama um pouco, ou muita, atenção. Talvez uma criança curiosa tenha nos incomodado com perguntas inocentes querendo saber: “Por que aquela pessoa estava vestida daquele jeito?” Claro que podemos sair da pergunta com uma resposta curta e grossa: “É uma freira” ou “É um frei”. E se a criança insistir, querendo saber mais, saberíamos responder à altura e com gosto? Ou nos esconderíamos atrás do banal “deixa pra lá”, equivalente a não saber ou ao não querer responder?
Tenho certeza: digam o que quiserem, finjam não ver, ignorem a presença deles e delas, mas os religiosos e as religiosas chamam atenção. Não porque queiram isso. Mas - ou por usarem o hábito ou pelo jeito - obrigam-nos a perguntar por que eles e elas escolheram aquela forma de viver. Por quê?
Insisto sobre os questionamentos pelo fato de a vida religiosa também ter mudado. A freira que anda pelas casas do bairro pobre é formada em Pedagogia e está estudando Ciências Sociais. O monge, que abre a porta do convento e acolhe os mendigos é mestre em Letras pela PUC de São Paulo. O frei que anda de bicicleta, evitando os buracos e a lama da periferia, é advogado. A irmãzinha que cuida da creche é enfermeira diplomada e continua estudando Medicina de noite. O irmão que está no acampamento dos sem-terra é doutor em Teologia. E assim poderíamos continuar.
Quem tem uma imagem dos irmãos e das irmãs como de “coitadinhos” meio perdidos e fora do tempo está muito enganado. Não somente porque eles e elas, hoje, estudam mais, mas porque continuam sabendo muito bem o que querem. Eles têm um grande projeto de vida. Querem ser felizes vivendo o Evangelho. Querem contribuir com a sociedade de hoje seguindo as pegadas de Jesus Cristo.
Se a vida religiosa podia parecer, no passado, um refúgio para ter uma “certa” tranqüilidade, ou uma fuga por medo das coisas perigosas do mundo, hoje é exatamente o contrário. Vida religiosa não é para pessoas fracas. É cada vez mais exigente. Dizem que o celibato para o Reino de Deus e a virgindade consagrada são coisas para sexualmente frustrados. A pobreza é considerada excesso de loucura e inaptidão administrativa. A obediência, uma inútil inibição dos projetos pessoais, uma afronta à liberdade individual. Essas coisas são bobagens, claro, mas só para os acomodados, os que ficam alucinados e iludidos pelas coisas do mundo, para os que adoram encontrar defeitos nos outros e só sabem criticar. Por isso, a vida religiosa sempre será questionada e sempre chamará atenção. O caminho é difícil e a porta estreita. É preciso empurrá-la para entrar, não é para todos.
Se não entendemos tudo isso, ou não sabemos responder bem às perguntas acima, tenhamos ao menos o bom senso de não falar à toa e, quem sabe, aprendamos a agradecer a essas pessoas, que pagam com a própria vida as suas escolhas. Se não fosse assim, a Irmã Dorothy Stang não teria morrido. O padre Bossi, do PIME, não teria sido seqüestrado lá nas Filipinas. Os religiosos e as religiosas podem ter muitos defeitos, como todos, mas não são nem bobos nem ingênuos.
A chamada crise da vida religiosa pode ser pela quantidade; mas com certeza não o é pela qualidade. Talvez aos jovens, hoje, falte coragem. Estão sendo vencidos pelo medo de seguir, até o fim, o projeto de Jesus. Sentem medo de parecer diferentes ou de incomodar aos outros; de começar a mudar a história, mudando a própria vida. Por isso Jesus repetiu tantas vezes aos discípulos: não tenham medo… E o repete ainda em nossos dias. Para nós todos.

Dom Pedro José Conti
Bispo de Macapá

domingo, 10 de agosto de 2008

Caminhar sobre as águas

Parecemos às vezes afundar. Certas horas nos enchem de vazio, de medo, de falta de sentido. No Evangelho de hoje, porém, um gesto discreto nos aponta o fundamento da esperança: a mão de Cristo estendida é uma imagem do cuidado, do amor do Pai. Jamais estamos sozinhos. Mesmo quando afundamos.
Evangelho narrado e comentado por Pe. Li. Acesse o Blog e escute: http://blog.opa.art.br/

sábado, 9 de agosto de 2008

Missão na China de um Jesuíta

Um testemunho em português sobre o país que está nas bocas do mundo, por estes dias

O Padre Henrique Rios, jesuíta com larga experiência de missão na China, diz que a atenção gerada pelos Jogos Olímpicos deve levar a “envolver” toda a Igreja na Missão neste país, lamentando que durante muito tempo se “tenha estado à distância”.
Falando nos chineses como uma potência que está a “emergir com influência” em todo o mundo, o missionário jesuíta diz que no último século e meio há uma presença cada vez maior da Igreja na China, na cultura chinesa. Apesar de tudo, “há gente que tem medo”.
Em declarações ao «70x7», o Pe. Rios – que passou 11 anos em Macau – diz que a edição dos Jogos que se iniciou esta Sexta-feira em Pequim é vista pela China para “fazer crescer” a nação, diante do mundo, apesar de alertar para a “muita pobreza que não vai ser mostrada e nunca o irá ser, porque é do mundo rural”.
“São mais de 1,3 mil milhões de pessoas, devemos pensar que as imagens que nos vão mostrar não descreverão o país total, mas isso aconteceria em qualquer outro lugar”, indica.
O jesuíta português fala ainda na “exploração das horas de trabalho”, mesmo reconhecendo que essa opção faz parte da maneira de pensar do próprio trabalhador.
Sobre o impacto que poderá ter a realização dos Jogos Olímpicos na questão do respeito pelos direitos humanos na China, o Pe. Rios admite que o regime de Pequim “sabe que este é o seu ponto fraco, mas fará tudo para que não se saiba disso no país”.
“A China há-de saber contornar politicamente essa situação”, assegura.
Mais de 80 chefes de Estado, de Governo e membros de famílias reais assistiramm à cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Pequim, que se realizou esta Sexta-feira, no Estádio Nacional da China, também conhecido como “Ninho de Pássaro”.
O representante português foi o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira, que deixou votos de que os Jogos sejam “um evento que possa contribuir para a evolução e a abertura da China”.
O espectáculo, protagonizado por mais de 50 mil pessoas, marcou o arranque de 16 dias de provas, para mais de 11100 atletas de 205 países.
Igreja e China
Para o Pe. Rios, “não há povo mais bem preparado para as coisas de Deus do que o povo chinês”. O jesuíta destaca a importância da antiga colónia portuguesa como “local de passagem” e uma espécie de mãe espiritual para os católicos, porque “as pessoas sentem que em Macau respiram de outra maneira”.
O Pe. Rios acredita que o regime chinês sabe que a Igreja Católica “será sempre diferente”.
O sacerdote é autor da obra "Rosário com a Igreja da China". No ano em que se realizam os Jogos Olímpicos em Pequim, a pena de Henrique Rios dos Santos deu-nos reflexões que nos ajudam a compreender a Igreja Católica naquele país asiático.
"Ao rezar o Rosário com os cristãos da China, pensamos neles, lemos os seus testemunhos, escutamos com afecto espiritual os seus ensinamentos e apelos. Pedimos que todos, no contexto da Ásia, acolham o Evangelho", sublinha o autor.
Com cerca de 100 páginas, esta obra transporta-nos para paralelos diferentes da realidade europeia. "Ao recordar estes irmãos que aceitam as contrariedades, a perseguição, o sofrimento e a morte por fidelidade ao seu baptismo, agradecemos a nossa liberdade religiosa e preparamo-nos para as dificuldades, que surgem”, escreve.
Ao longo do livro surgem também pensamentos de Confúcio que ajudam a perceber a realidade daquele país asiático (com um tamanho enorme e especial em quase tudo) e poderão fazer as pontes entre o cristianismo e a tradicional cultura chinesa.
No dia 24 de Agosto será transmitido no programa 70x7, na RTP 2, pelas 09h30, a entrevista ao Padre Henrique Rios, SJ, sobre a Igreja Católica na China a propósito do livro “O Rosário com a Igreja da China".

Evangelho Dominical

19º Domingo do Tempo Comum (Reflexão)

Elias havia reconduzido o povo ao verdadeiro culto e à autêntica compreensão do Deus de Israel. Por essa razão, o profeta passou a ser perseguido. Na fuga e sem esperança, pede a Deus para morrer. Alimentado misteriosamente, chega ao monte Horeb. Diferentemente do que Elias imaginava, na serenidade do silêncio, ele se encontra com o Senhor e compreende que fora chamado e enviado para o serviço paciente. Assim como o Senhor alimentou Elias, no Evangelho Jesus alimenta a multidão que o seguia. Depois que todos se saciaram, Jesus ordena que os discípulos entrem na barca e sigam para o outro lado do mar, enquanto ele despede a multidão. No alto da montanha e na solidão, Jesus entrega-se à oração. Os discípulos, no mar, navegam a fim de dar continuidade à missão de anunciar que a sociedade se constrói pela partilha. No meio do mar agitado e entre os gritos dos apóstolos com medo de fantasmas, Jesus se revela como portador da paz e de segurança: "Coragem, sou eu, não tenhais medo". Jesus faz cessar o vento e acalma as águas agitadas: Ele é o Senhor pelo qual todas as coisas foram criadas. Infunde assim serenidade aos ânimos medrosos e apavorados. Ele vem caminhando sobre as águas, dominando os medos mais terríveis, os que eliminam toda alegria. Pedro se lança no mar. Também ele quer caminhar sobre a água, desafiando o perigo; confia, dá os primeiros passos, mas depois afunda nas ondas do mar. E Jesus o toma pela mão e repreende a sua fé vacilante. Do domínio de Jesus sobre o vento e as ondas, os apóstolos chegam à certeza de que Ele é verdadeiramente o Filho de Deus. Contemplando a figura de Pedro e do profeta Elias, no horizonte da fé, percebe-se que em nossas comunidades há muitas resistências ao novo. É bem mais cômodo buscar e cercar-se de Jesus quando as coisas andam bem. O mar agita-se quando se tem que partir e ir ao encontro do diferente, do desconhecido e ali anunciar a Boa-Nova da partilha, da solidariedade pelo serviço e pelo diálogo. Como pessoas de fé, temos medo, resistimos à entrega total aos desígnios e cuidados de Deus? Deixar a terra firme para caminhar sobre as ondas em meio à tormenta não é nada fácil. Felizmente a graça de Deus é mais poderosa que nossas fragilidades. Ele sempre está por perto, presente em sua aparente ausência, amando-nos e assistindo-nos. A exemplo de seus discípulos, Jesus nos põe à prova para confirmar nossa fé e nossa confiança, para interiorizar nossa opção pelo Evangelho, pelo Reino de Deus e pelo amor solidário aos irmãos. Nessa perspectiva, é importante a oração silenciosa. Na contemplação do agir de Deus, nos sentimentos fortalecidos diante das "noites escuras" da existência e das tormentas da missão. No convívio sereno com o Senhor, o coração do discípulo, clamará: "Atende à minha prece, Senhor, considera minha voz suplicante".

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Com ou sem maquilhagem?

Ouvi uma vez uma história, contada por um professor de Materiais II, que nunca mais esqueci. Contou ele que, nos seus tempos de jovem arquitecto, se tinha perdido de amores por uma colega que era, confessou ele, uma "mulher de se perder a cabeça". E, ao que parece, era de facto cobiçada por muitos rapazes. Pois tinha ele a sorte de ter uma relação próxima com a moça.

A coisa estava bem encaminhada para o jovem arquitecto. Um dia aconteceu cruzar-se com ela na rua. Mas não a reconheceu. O que tinha acontecido? Ela estava sem maquilhagem.Quando percebeu que era ela ficou de tal maneira chocado que o seu sonho de se casar com a jovem se desmoronou de uma vez só. Podemos imaginar a sua desilusão através deste pequeno e elucidativo vídeo.

Lembrei-me desta história porque às vezes fico a pensar se isto não acontece também com a Igreja. Ainda há bem pouco tempo tive uma boa conversa que gravitava à volta deste problema: um padre, como tantos outros, que fala e escreve sobre Deus de uma forma especialmente eloquente, que se preocupa sempre em enfatizar o Deus de amor, que realça a caridade como vocação especial dos cristãos: esse mesmo padre é, ao mesmo tempo, conhecido por ter frequentes acessos de mau humor e de antipatia, chegando a ser até um bocado bruto com as pessoas.

É claro que nos podemos indignar perante tal falta de coerência. Temos todo o direito de reclamar contra este tipo de atitude. Mas, a verdade é que, conforme me vou conhecendo a mim próprio e à natureza humana cada vez menos me espanto com estas coisas. Cada vez mais compreendo estes contrastes. É que nós não somos monolíticos, não somos estáticos nem uniformes. A realidade humana é muito mais complexa.

O que me parece de estranhar, em particular dentro da Igreja, é quando tudo é demasiado arrumadinho, quando tudo parece absolutamente puro. Exemplos? Quando um padre, uma religiosa, não tem uma única manifestação de sentimentos socialmente menos correctos. Quando em diálogo se exagera nas expressões beatuchas. Quando as homilias só se referem a temas "santos" e com palavras "santas" que ninguém sabe bem o que significam em concreto. Quando a relação com Deus é sempre impecável, fantástica, bestial. Quando as cerimónias são de uma solenidade tal que ofuscam o que se está ali a celebrar. Quando – coisa que me irrita profundamente - se apresenta os santos com tais floreados de pureza, tais santos barroquismos, que deixam de ter alguma coisa a ver connosco, passam a ser uma espécie de extra-terrestres.

Ora, o problema da maquilhagem é que cria distância, separa da realidade, é enganadora. E uma Igreja maquilhada, perfeita, é uma Igreja fora do mundo, desencarnada. Como podem, então, as pessoas identificar-se com ela?

E porque não havemos de, antes pelo contrário, apresentar a Igreja sem maquilhagem nenhuma? Mostrá-la naquilo que tem de bom e de menos bom é precisamente mostrá-la naquilo que tem de melhor. É que a grande virtude da Igreja está, precisamente, em mostrar que é composta por pessoas normais, pessoas fracas, com dúvidas, com sofrimentos, com carências; mas, ao mesmo tempo, pessoas que não se deixam ficar, que acreditam num caminho, que se apoiam numa Pessoa e que podem apresentar um projecto de felicidade a que mais ninguém tem acesso.

Essa é a grandeza da Igreja. Essa é a Igreja encarnada: a que aponta o Céu; mas sempre com os pés no Chão.

João Delicado

http://www.essejota.com/

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Filme do mês

Climber, de Carlos Villarreal Kwasek

Porque me sinto desanimado? Talvez esta pergunta corra o perigo de acabar num enredo de respostas confusas sem a desejada solução. Parece-me que a solução de fundo passa por dois pontos: identificar a causa do desânimo e saber qual a reacção a tomar perante esse estado que provoca a tristeza.Entre as várias causas, uma delas é a do cansaço, porque uma vez experimentado, não só nos rouba a lucidez sobre a vida, como nos fecha, no desânimo, com pensamentos ilusórios ou enganadores. A realidade deixará de ser vista com as lentes de verdade, para ser assaltada por medos e hesitações que não têm qualquer justificação concreta, mas que acontecem fantasiosamente dentro da pessoa que está desanimada. Nestas circunstâncias, e depois de identificada a causa, a reacção desejada passaria não pela fuga, mas pelo encarar de frente e combater ferozmente o ponto que me provocou o desânimo.

Nuno Branco

www.essejota.net

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Gavi de Fortaleza (Agosto)

Mês vocacional
INÁCIO um PEREGRINO que responde SIM ao CHAMADO de DEUS
Terminando a SEMANA INACIANA com algumas apresentações foi iniciado o GAVI de Agosto que trabalhou a figura de Inácio - sua história e seu chamado. 11 jovens participaram deste último GAVI. Neste mês vocacional rezem pelas vocações à Companhia de Jesus!

domingo, 3 de agosto de 2008

Compaixão

O verdadeiro alimento que o Senhor nos convida a partilhar é nossa própria vida. E essa partilha é fruto da graça de uma verdadeira e profunda compaixão. Numa palavra, entrar no movimento da compaixão é aceitar o convite à conversão.
Confira o comentário no Blog - http://blog.opa.art.br/

sábado, 2 de agosto de 2008

Parabéns, padres!



SER PADRE
Um chamado de Deus.
Um jeito de ser que segue aberto aos jovens.
Uma pergunta que segue esperando respostas.
Uma vida oferecida como a de Jesus Cristo.
Um serviço aos homens e às mulheres de hoje.

Mês Vocacional

Faz-te ao Lago

Rezemos:

Ó Pai, fazei com que surjam, entre os cristãos,numerosas e santas vocações ao sacerdócio,que mantenham viva a fé e conservem a grata memória do vosso Filho Jesuspela pregação da sua palavrae pela administração dos sacramentoscom os quais renovais continuamente os vossos fiéis.
Dai-nos santos ministros do vosso altar,que sejam atentos e fervorosos guardiães da Eucaristia,o sacramento do supremo dom de Cristopara a redenção do mundo.
Chamai ministros da vossa misericórdia,os quais, através do sacramento da Reconciliação,difundam a alegria do vosso perdão.
Fazei, ó Pai, que a Igreja acolha com alegriaas numerosas inspirações do Espírito do vosso Filhoe, dóceis aos seus ensinamentos, cuide das vocações ao ministério sacerdotal e à vida consagrada.
Ajudai os Bispos, os sacerdotes, os diáconos,as pessoas consagradas e todos os baptizados em Cristopara que cumpram fielmente a sua missãono serviço do Evangelho.

Nós Vos pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.


Maria, Rainha dos Apóstolos, rogai por nós.

Evangelho Dominical

Reflexão do Evangelho dominical

XVIII Domingo do Tempo Comum
Mateus 14, 13-21

Todos comeram e ficaram saciados

Um dia, Jesus havia se retirado a um lugar solitário, às margens do Mar da Galiléia. Mas quando ia desembarcar, encontrou uma grande multidão que o esperava. «Sentiu compaixão deles e curou seus doentes.» Falou do Reino de Deus para eles. Pois bem, enquanto isso, escureceu. Os apóstolos lhe sugeriram que despedisse a multidão, para que pudessem encontrar algo para que comer nos povoados próximos. Mas Jesus os deixou atônitos, dizendo-lhes em voz alta, para que todos escutassem: «Dai-lhes vós mesmos de comer». «Não temos aqui mais que cinco pães e dois peixes», respondem-lhe, desconcertados. Jesus pede que os tragam. Convida todos a se sentarem. Toma os cinco pães e os dois peixes, reza, agradece ao Pai, depois ordena que distribuam tudo à multidão. «Todos comeram e ficaram saciados, e dos pedaços que sobraram, recolheram doze cestos cheios». Eram cerca de 5 mil homens, sem contar mulheres e crianças, diz o Evangelho. Foi o piquenique mais feliz da história do mundo!
O que este evangelho nos diz? Em primeiro lugar, que Jesus se preocupa e «sente compaixão» do homem completo, corpo e alma. Às almas Ele dá a palavra, aos corpos, a cura e o alimento. Alguém poderia dizer: «Então, por que Ele não faz isso também hoje? Por que não multiplica o pão entre tantos milhões de famintos que existem na terra?». O evangelho da multiplicação dos pães oferece um detalhe que pode nos ajudar a encontrar a resposta. Jesus não estalou os dedos para que aparecesse, como mágica, pão e peixe para todos. Ele perguntou o que eles tinham; convidou a compartilhar o pouco que tinham: 5 pães e 2 peixes.
Hoje Ele faz a mesma coisa. Pede que compartilhemos os recursos da terra. Sabemos perfeitamente que, pelo menos do ponto de vista alimentar, nossa terra seria capaz de dar de comer a bilhões de pessoas a mais do que as que existem hoje. Mas como podemos acusar Deus de não dar pão suficiente para todos, quando cada dia destruímos milhões de toneladas de alimentos que chamamos de «excedentes» para que não diminuam os preços? Melhor distribuição, maior solidariedade e capacidade para compartilhar: a solução está aqui.
Eu sei, não é tão fácil. Existe a mania dos armamentos, há governantes irresponsáveis que contribuem para manter muitas populações na fome. Mas uma parte da responsabilidade recai também nos países ricos. Nós somos agora essa pessoa anônima (um menino, segundo um dos evangelistas) que tem 5 pães e 2 peixes; mas nós os temos muito bem guardados e temos cuidado para não entregá-los, por medo de que eles sejam distribuídos entre todos.
A forma como se descreve a multiplicação dos pães e dos peixes («elevando os olhos ao céu, pronunciou a bênção e, partindo os pães, deu-os aos discípulos e estes à multidão») sempre recordou a multiplicação desse outro pão que é o Corpo de Cristo. Por este motivo, as representações mais antigas da Eucaristia nos mostram um cesto com 5 pães e, ao lado, 2 peixes, como o mosaico em Tabga, na palestina, na igreja construída no lugar da multiplicação dos pães, ou na famosa pintura das catacumbas de Priscila em Roma.
No fundo, o que estamos fazendo neste momento também é uma multiplicação dos pães: o pão da palavra de Deus. Eu parti o pão da palavra e a internet multiplicou minhas palavras, de forma que mais de 5 mil homens, também neste momento, se alimentaram e ficaram saciados. Resta uma tarefa: recolher «os pedaços que sobraram», fazer a Palavra chegar também a quem não participou do banquete. Converter-se em «repetidores» e testemunhas da mensagem.

Pe. Reniero Cantalamessa, OFM