sexta-feira, 11 de novembro de 2011

OS JESUÍTAS E OS JOVENS

Pe. Adolfo Nicolás, Superior Geral dos jesuítas, em sua carta de 21 de outubro, dirigida aos Superiores Maiores, reflete sobre o apostolado com jovens e “chama a Companhia a prestar muita atenção no serviço aos jovens”. Segue aqui algumas de suas reflexões:

«Outro grande serviço que podemos prestar aos jovens é ajudá-los a fazer um bom discernimento. Para os jovens resulta difícil tomar decisões bem fundamentadas. Neste etapa da vida terão que decidir que o que farão com o resto de sua vida: em que relações se querem comprometer, em que profissão querem embarcar, que valores decidem ser seus. Um serviço verdadeiramente inaciano aos jovens implica sempre ajudá-los a discernir.
Nosso primeiro empenho deve ser ajudá-los a serem livres; livres das decisões que outros tomaram sobre eles e para eles. Vivemos em um mundo em que muitas instâncias e muitas pessoas desejam decidir em nosso lugar; desejam que compremos seus produtos, sua moda, seus valores, seu estilo de vida, suas ideologias. Nosso papel não é nos convertermos em opção laternativa, mas sim ajudá-los a situar-se com liberdade diante de todas estas possibilidades que lhe são oferecidas.

E aqui começa o mais criativo de nosso trabalho com os jovens. Inácio nos ajudou a "tocar o mais profundo"; a adentrarmos nas profundidades do coração para descobrir o trabalho do Espírito, que é fonte segura de inspiração para chegar a decisão correta naquilo que é verdadeiramente importante. Só o Espírito conhece a vontade de Deus, e só no Espírito podemos colocar nossa esperança de chegar a encontrá-la. O modo inaciano de servir aos jovens, portanto, é um serviço em profundidade que não se alcança unicamente estabelecendo relações puramente administrativas. Exige uma proximidade que ajude a tomar aquelas grandes decisões que obrigam os jovens a colocar em jogo sua própria identidade,e sobre as que logo poderão edificar uma casa futura a que poder convidar ao mundo.
E este é talvez o maior desafio que enfrentamos em nosso ttrabalho com jovens. Nada verdadeiramente importante sucede assim automaticamente. Para fazernos sensíveis e capazes de perceber a ação e os dons que Deus realiza em nossos corações necessitamos educar e exercitar a interioridade: a possibilidade de sentir, intuir, perceber os movimentos do coração. Os jovens possuem inumeráveis qualidades, grande capacidade e uma extraordinária profundidade de coração. Mas esta mesma abundância pode converter-se em fonte de ruído interior; e é muito fácil fazer-se insensível ao que está sucedendo dentro de nós, e não perceber a música e os sentimentos que fazem de nossa vida algo manífico e prometedor. O desafio, pois, está em ajudar os jovens a sensibilizar-se as forças e movimentos maravilhosos que Deus, as outras pessoas, a realidade, sua própria generosidade e a vida fazem brotar em seus corações

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