Não poderíamos deixar de prestar esta homeganem a este grande Jesuíta que tão bem soube viver sua vida de consagrado e de intelectual. Soube fazer aquilo que deveria fazer, ser bom, ser serviçal, ser instrumento de Deus.
Segue matéria retirada do site da CNBB:
Missa de Sétimo Dia do padre jesuíta Marcello de Carvalho Azevedo
Seg, 01 de Março de 2010 11:50 cnbb
No último dia 24 de fevereiro, em Belo Horizonte, faleceu do mal de Alzheimer, o Teólogo e Antropólogo, padre jesuíta Marcello de Carvalho Azevedo, aos 82 anos de idade.
Padre Marcello foi autor de vários livros de teologia, entre os quais o famoso “Teologia da Inculturação e Inculturação da Teologia”, sua tese de doutorado defendida na Pontifícia Universidade Gregoriana, Roma, onde também foi professor, e o “Entroncamentos & entrechoques, vivendo a fé em um mundo plural”.
Várias de suas obras foram traduzidas para o francês, o inglês e o espanhol. Ele era conhecido internacionalmente, pois assessorou inúmeros grupos de religiosos em diversas partes do mundo.
Muito jovem, foi superior provincial dos jesuítas que atuavam nos estados de Minas Gerais, Goiás e Distrito Federal. Foi ele o criador do Centro Cultural de Brasília que hoje abriga o Centro de Investigação e Ação Social - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento – CIAS – IBRADES. Quando o CIAS-IBRADES mudou-se do Rio de Janeiro para Brasília, padre Marcello foi o seu primeiro diretor.
Marcello de Carvalho Azevedo foi presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil – CRB, em dois períodos distintos.
O padre Marcello de Carvalho Azevedo nasceu em Belo Horizonte no dia 18 de abril de 1927. Era filho de Josué de Azevedo e Dona Benvinda de Carvalho Azevedo. Foi batizado e Crismado, por dom Cabral, na Igreja de São José, no centro da Capital mineira.Foi aluno do Aloisianum no Rio de Janeiro e ingressou no noviciado da Companhia de Jesus, em Nova Friburgo no dia 01 de fevereiro de 1944. Sua formação até a filosofia continuou no Colégio de Nova Friburgo (RJ).Fez o seu magistério como professor no Colégio Pio Brasileiro de Roma e nesse mesmo tempo fez o mestrado em Filosofia na Universidade Gregoriana. Daí seguiu para fazer a Teologia na Teologische Fakultat de Frankfurt, Main, Alemanha.
Foi ordenado sacerdote pelo núncio da Alemanha, dom Edmundo Munck.Em 1958 ele foi convocado para assumir interinamente o programa brasileiro da Radio Vaticano e foi o primeiro a anunciar a todo o Brasil a morte do Papa Pio XII, conforme artigo que encontramos no Correio da Manhã.Voltou para o Brasil para fazer sua Terceira Provação em Três Poços,(MG), retornando em seguida a Roma, para fazer o mestrado em Teologia na universidade Gregoriana. Fez seus últimos votos no Gesú.
De 1963 a 1971 foi Provincial da vice-província Goiano-Mineira e de 1968 a 1977 foi Presidente Nacional da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB). Depois foi diretor e pesquisador do Centro João XXIII e IBRADES.Padre Marcello caracterizava-se pela sua aplicação e dinamismo no campo da vida religiosa, a qual dedicou boa parte das suas atividades no Brasil e no exterior.
Suas palestras, artigos, livros foram por demais apreciados, alguns deles traduzidos em vários idiomas. E, as vezes, ele mesmo os traduzia.Sua vida foi marcada num primeiro momento, como Provincial da jovem Vice-Província Goiano Mineira, quando elaborou os planos e projetos de otimização e, depois foi a CRB, quando teve que enfrentar sérios problemas administrativos naquela época.
No Centro João XXIII imprimiu sua característica de organização e eficiência. Seu currículo se estende por mais de trinta páginas, elencando livros, artigos, catequeses, palestras, congressos, participações e cursos por mais de 28 países.Religioso preocupado com a vida espiritual foi um homem de acolhimento fácil, amigo, dotado de sensibilidade e respeito pelos outros, muita oração, estudo e trabalho.
Um comentário:
Tive o inestimavel privilegio de conviver com Pe Marcelo num processo de discernimento vocacional e o que aprendi em 1 ano com ele transformou minha trajetoria de vida. Não existem homenagens suficientes que possam estar a altura do bem que Pe Marcelo me fez e fez a tantas pessoas. Que Deus o tenha!
Luciano Rodrigues
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