terça-feira, 8 de julho de 2008

Uma Igreja com Futuro ( II )

Sete esperanças de John McGinty (jesuíta) para o futuro da Igreja
Por Bruno Nobre, sj


Uma Igreja de servos. Cada cristão é, dentro da Igreja, chamado a servir os outros cristãos, e a Igreja, como corpo, é chamada a servir o mundo. Todo o chamamento na Igreja, mesmo o chamamento a pertencer à hierarquia, é um chamamento ao serviço. A comunidade cristã é uma comunidade de servos que procuram em primeiro lugar não o próprio bem mas o bem do próximo. A atitude de serviço, que deverá distinguir a Igreja do futuro, contrasta com um mundo no qual a autoridade é vista primeiramente como poder de uns e subordinação de outros.
Uma Igreja transparente. A Igreja do futuro procura, em última instância, a invisibilidade, no sentido em que luta pela transparência. Olhamos a Igreja, sim, mas apenas para que possamos ver a face de Cristo. Escutamos o que a Igreja diz, sim, mas apenas porque nela escutamos a voz de Cristo. Tudo o que é barreira à transparência - propriedade, formas de vestir, formas de agir que possam transportar a marca de séculos de uso ou novos caminhos sugeridos pela necessidade de responder a novas necessidades - serão examinadas à luz de uma simples questão: Será que isto ajuda a transmitir ao mundo a mensagem e a vida de Jesus? Talvez a Igreja nunca consiga a unanimidade em torno destas questões, mas o simples facto de as colocar com honestidade assegura que não procura a sua própria glória mas sim a realização da missão de Jesus.
Uma Igreja centrada na pessoa. A Igreja do futuro distinguir-se-á pela sua delicadeza para com cada pessoa. O valor de cada pessoa radica na sua identidade individual de criatura de Deus, trazida à existência como pessoa única pela vontade de Deus e destinada por Deus à salvação. A comunidade eclesial reconhece o valor de toda e qualquer pessoa, principalmente daqueles que são menos capazes de afirmar o seu próprio valor. Os pobres, os que sofrem de solidão, aqueles que ninguém ajuda, os que não têm casa, as crianças, os que ainda não nasceram, as vítimas de violência e da guerra, os deslocados. Os recursos - espirituais e materiais - da vida da Igreja estão colocados ao serviço destes irmãos e irmãs. Como poderiam eles, de outra forma, perceber que são nossas irmãs e nossos irmãos?


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