sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Cristianismo na China

O Cristianismo não é uma novo importação Ocidental. No Séc. XII, Marco Polo relatou a existência de comunidades cristãs na China. E Parecia que o Cristianismo tinha chegado já no Séc. VII, um milénio antes de chegar à América.
Após a revolução nacionalista de Mao Tse-Tung, o Cristianismo parecia não ter futuro. Muitas das igrejas chinesas foram destruídas e ainda se encontram em ruínas, outras foram encerradas. No entanto, a taxa de crescimento de cristão na China continental tem sido, surpreendentemente, elevada em comparação com Taiwan e Hong Kong, onde o Cristianismo pode ser praticado e pregado livremente.
O crescimento mais surpreendente é entre as Igrejas protestantes de um milhão em 1949, estima-se que existam agora cerca de 20 milhões de crentes oficiais e 30 milhões de crentes protestantes independentes.
Um deles é Hu Yi Juan, que praticou Budismo e Taoísmo até ter descoberto a Bíblia.
Cristão há apenas sete anos, recorda que nessa altura, “a igreja estava meio vazia, mas agora precisam de construir uma nova, porque o número de pessoas aumentou muito. E são sobretudo jovens. Estou muito contente porque cada vez mais, jovens se tornarem cristão”.
Um estudo realizado pela Universidade Aberta Chinesa mostrou que seis em cada 10 estudantes em Pequim se interessam pelo Cristianismo e querem tornar-se crentes. A maioria procura informação religiosa na Internet. “Actualmente cada vez mais chineses compreendem inglês. A Internet não tem fronteiras, por isso podem aprender muito sobre a cultura ocidental”, aponta Hu Yi Juan.
A impressão e distribuição de Bíblias e de outro material cristão são prioridades protestantes. Hu Yi Juan dirige uma empresa de meios de comunicação. O seu objectivo é publicar livros e programas de vídeo que comuniquem os valores cristãos sem darem lições de moral em demasia. Ele espera que isto seja apenas o começo. “Espero que no futuro, seja possível os cristãos criarem editoras, estações de televisão e empresas de produção independentes na China”.
Dezenas de milhar de grupos de Igreja protestantes não se encontram registados. Os seus membros e líderes são por vezes assediados por funcionários locais do governo e os edifícios da igreja são destruídos. Os cristãos protestantes argumentam que a repressão está menos relacionada com a oposição ideológica à religião do que com o medo de uma mobilização popular fora do controle do governo.
“Penso que um bom cristão é automaticamente um bom cidadão. Seguimos os dez mandamentos e estes são muito mais exigentes que as leis que devemos seguir para sermos bons cidadãos”, explica Hu Yi Juan.
A Igreja católica, muito hierarquizada e com sede fora da China coloca um outro tipo de desafio. Para manter os católicos sob controle, o objectivo do partido comunista era cortar os laços com Roma e criar a Associação Patriótica. O seu objectivo era dirigira Igreja desde o interior da China seguindo a linha partidária.
Liu Bai Nian, Vice-presidente da Associação Patriótica Chinesa afirma que “a Associação Patriótica não é uma igreja nem uma ordem religiosa. É um colectivo patriótico formado por padres e leigos. A sua missão não é religiosa. A sua missão, dentro do sistema especial do comunismo chinês é construir uma ponte entre a Igreja e o governo”.
Liu Bai Nian é um leigo católico. Como dirigente da Associação patriótica Liu Bai Nian, fiscaliza tudo o que acontece na Igreja oficial. Como é gasto o dinheiro, o que pode ser pregado, quem pode ser visto. Dos 12 a 20 milhões de católicos chineses, quatro milhões e meio estão registados na Associação Patriótica Católica. A influência de Lui é tão grande que por vezes é apelidado de «o Papa chinês».
“Os protestantes estão a ter um crescimento muito mais rápido, por isso pode perguntar-se o porquê da comunidade católica chinesa não ter o mesmo crescimento. Qual a razão? Deve-se ao comando da Igreja Católica. O Vaticano ainda mantém relações diplomáticas com Taiwan, algo que é de difícil compreensão par os chineses”.
No passado, o Papa era mantido fora de vista. Recentemente, prevaleceu uma nova linha de pensamento. Desde os anos 90 forma reintroduzidas na missa, as orações do Papa e a sua liderança espiritual é publicamente reconhecida. Mas apenas até um certo ponto.
“César é Csar, Deus é Deus. São coisas distintas, especialmente na China. Nós, a Igreja chinesa, respeitamos a Bíblia e em assuntos de fé ouvimos o Papa, em assuntos da Nação ouvimos o governo”.
agência Ecclesia

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