Eu sou do tempo em que se estudava o catecismo com perguntas e respostas. Era preciso decorá-las, e quem era mais rápido em responder corretamente, ganhava, às vezes, algum prêmio. Foi assim que ganhei o meu primeiro Evangelho. Nada de menino prodígio; simplesmente tive uma mãe que exercitava a sua paciência escutando as minhas respostas e mandando repeti-las quando estavam erradas. Não menos exigentes eram a catequista e o vigário paroquial. Ai de quem falava besteira, ou tentava responder de outra forma. A cada pergunta só cabia uma resposta. Ou se sabia, ou era melhor ficar calado.
Hoje é tudo muito diferente, aliás, até o nome de catecismo mudou para se chamar de catequese. Mas os catequistas e as catequistas continuam com o mesmo nome e, na maioria, têm o mesmo entusiasmo e a mesma alegria em tentar comunicar às crianças e aos adolescentes algo de bonito sobre a nossa fé cristã. Muito Obrigado. Mas onde ficaram as perguntas e as respostas? Somente passaram de moda, mudou a pedagogia, ou tem algo de novo?
Coloco esses questionamentos porque, por coincidência, o próprio Jesus, no evangelho deste domingo, pergunta aos discípulos: - Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E em seguida questiona mais diretamente a todos eles: - E vós quem dizeis que eu sou?
Claro que não era a pergunta de um catecismo decorado. Era muito mais, quase uma avaliação dele mesmo e de como estava sendo entendido e seu jeito de viver, de ensinar, de cuidar dos doentes, de perdoar os pecadores. A essa altura, temos a impressão de que o apóstolo Pedro estivesse esperando aquela pergunta para disparar a resposta: “Tu és o Messias o Filho de Deus vivo”. Acertou. Bom menino!
Entendemos que o que está em jogo cada vez mais, hoje, não são as respostas em si. Muitos, dos mais adultos, sabem dar todas as respostas certas. Decoraram. O problema é se entenderam o que significavam as respostas, ou também de que jeito as entenderam. Percebemos que conhecer as respostas não é mais suficiente. Não estamos concorrendo a um show televisivo, disputando prêmios. Estamos buscando respostas a perguntas decisivas da nossa vida. Deveríamos querer saber quem somos, por onde vamos, e em quem podemos acreditar. Deveríamos buscar, em fim, o sentido da nossa própria vida.
Sobre isso, hoje aparecem tantas respostas possíveis que somos tentados a não mais responder, ou a deixar que cada um responda do jeito que ele quer. Tanto faz. Temos a tentação de pensar que nem as perguntas e nem as respostas sejam mais importantes para a nossa vida. Já tem quem julga mesmo perda de tempo tantos questionamentos. Dizem que não levam a nada, porque não se transformam em dinheiro. Desse jeito, em lugar de confrontar-nos preferimos fugir; na urgência de uma resposta séria, optamos por soluções mais fáceis, cômodas ou interesseiras.
Não estamos sozinhos na confusão. No evangelho do próximo domingo Jesus dirá ao apóstolo Pedro, o mesmo que antes tinha acertado na resposta, que não pensava as coisas de Deus, mas, sim, as coisas dos homens. Quer dizer que não havia entendido nada. Jesus lhe pede para ficar longe dele, chamando-o de satanás. Coitado do Pedro! fez uma verdadeira profissão de fé, porém acertou somente as palavras. Ainda não havia entendido que tipo de messias seria Jesus. Não um triunfador, mas um sofredor; não um poderoso para oprimir e mandar, mas um humilde para servir e amar. Precisava primeiro passar pela cruz para entender um pouco mais.
Talvez seja por isso que hoje, na Catequese, não usamos mais as perguntas e as respostas tão prontas que bastariam ser decoradas. Teríamos a falsa impressão de saber tudo. Aquelas perguntas e as respostas deviam servir para serem lembradas sempre e para simplificar as questões. Isso ajudava a ter bem presente a própria fé e a não se deixar confundir com afirmações diferentes ou contrárias. Esse método valeu por muito tempo e ainda vale para aprender, na condição de entender bem as respostas, atualizando as afirmações e, sobretudo, com o compromisso honesto de viver aquilo que expressamos nas fórmulas da fé. É como dizer que é muito mais fácil decorar uma resposta que vivê-la. Contudo continuemos a colocar as perguntas, a nos questionar, a nos interrogar. Assim continuaremos a buscar as melhores respostas. Do contrário perguntas e respostas ficarão em nossa cabeça e nunca descerão até o nosso coração. Aí, sim, seria tempo perdido.
Hoje é tudo muito diferente, aliás, até o nome de catecismo mudou para se chamar de catequese. Mas os catequistas e as catequistas continuam com o mesmo nome e, na maioria, têm o mesmo entusiasmo e a mesma alegria em tentar comunicar às crianças e aos adolescentes algo de bonito sobre a nossa fé cristã. Muito Obrigado. Mas onde ficaram as perguntas e as respostas? Somente passaram de moda, mudou a pedagogia, ou tem algo de novo?
Coloco esses questionamentos porque, por coincidência, o próprio Jesus, no evangelho deste domingo, pergunta aos discípulos: - Quem dizem os homens ser o Filho do homem? E em seguida questiona mais diretamente a todos eles: - E vós quem dizeis que eu sou?
Claro que não era a pergunta de um catecismo decorado. Era muito mais, quase uma avaliação dele mesmo e de como estava sendo entendido e seu jeito de viver, de ensinar, de cuidar dos doentes, de perdoar os pecadores. A essa altura, temos a impressão de que o apóstolo Pedro estivesse esperando aquela pergunta para disparar a resposta: “Tu és o Messias o Filho de Deus vivo”. Acertou. Bom menino!
Entendemos que o que está em jogo cada vez mais, hoje, não são as respostas em si. Muitos, dos mais adultos, sabem dar todas as respostas certas. Decoraram. O problema é se entenderam o que significavam as respostas, ou também de que jeito as entenderam. Percebemos que conhecer as respostas não é mais suficiente. Não estamos concorrendo a um show televisivo, disputando prêmios. Estamos buscando respostas a perguntas decisivas da nossa vida. Deveríamos querer saber quem somos, por onde vamos, e em quem podemos acreditar. Deveríamos buscar, em fim, o sentido da nossa própria vida.
Sobre isso, hoje aparecem tantas respostas possíveis que somos tentados a não mais responder, ou a deixar que cada um responda do jeito que ele quer. Tanto faz. Temos a tentação de pensar que nem as perguntas e nem as respostas sejam mais importantes para a nossa vida. Já tem quem julga mesmo perda de tempo tantos questionamentos. Dizem que não levam a nada, porque não se transformam em dinheiro. Desse jeito, em lugar de confrontar-nos preferimos fugir; na urgência de uma resposta séria, optamos por soluções mais fáceis, cômodas ou interesseiras.
Não estamos sozinhos na confusão. No evangelho do próximo domingo Jesus dirá ao apóstolo Pedro, o mesmo que antes tinha acertado na resposta, que não pensava as coisas de Deus, mas, sim, as coisas dos homens. Quer dizer que não havia entendido nada. Jesus lhe pede para ficar longe dele, chamando-o de satanás. Coitado do Pedro! fez uma verdadeira profissão de fé, porém acertou somente as palavras. Ainda não havia entendido que tipo de messias seria Jesus. Não um triunfador, mas um sofredor; não um poderoso para oprimir e mandar, mas um humilde para servir e amar. Precisava primeiro passar pela cruz para entender um pouco mais.
Talvez seja por isso que hoje, na Catequese, não usamos mais as perguntas e as respostas tão prontas que bastariam ser decoradas. Teríamos a falsa impressão de saber tudo. Aquelas perguntas e as respostas deviam servir para serem lembradas sempre e para simplificar as questões. Isso ajudava a ter bem presente a própria fé e a não se deixar confundir com afirmações diferentes ou contrárias. Esse método valeu por muito tempo e ainda vale para aprender, na condição de entender bem as respostas, atualizando as afirmações e, sobretudo, com o compromisso honesto de viver aquilo que expressamos nas fórmulas da fé. É como dizer que é muito mais fácil decorar uma resposta que vivê-la. Contudo continuemos a colocar as perguntas, a nos questionar, a nos interrogar. Assim continuaremos a buscar as melhores respostas. Do contrário perguntas e respostas ficarão em nossa cabeça e nunca descerão até o nosso coração. Aí, sim, seria tempo perdido.
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