sexta-feira, 22 de agosto de 2008

A presença jesuíta na China

Os primeiros cristãos a chegar à China foram os astorianos, durante o Séc. VII. No Séc. XIV, os franciscanos pregavam aos mongóis em Pequim. Mas na altura que os missionários jesuítas chegaram à cidade, em 1552, o Cristianismo não tinha de forma alguma desaparecido.
Os Jesuítas tornaram-se académicos respeitados. Frequentavam a corte imperial e acabaram por conseguir meio milhão de conversões. O imperador ofereceu terras a Matteo Ricci, o mais famoso destes jesuítas que se tornou o primeiro padre de paróquia a que pertence actualmente a Catedral da Nantang.
O sucessor de Ricci como padre de paróquia da Igreja de Nantang, é Francisco Xavier Zhang, que é também o secretário local da Associação Patriótica de Pequim. Segundo ele, a separação original entre Roma e Pequim, foi causada pelos preconceitos anti-comunistas.
“Os estrangeiros missionários foram demasiado sensíveis ao ponto de vista do ateísta filosófico do Partido Comunista. Não que a Igreja católica chinesa tenha rejeitado o Papa, a Santa Sé é que rejeitou a Igreja católica chinesa”.
O corte de laços com Roma causou uma divisão entre os católicos chineses. Segundo o Pe. Francisco Xavier, nem o governo, nem a Igreja patriótica são responsáveis por esta divisão. Ele culpa os que permaneceram ao lado de Roma. “ Esta divisão adveio de razões políticas e históricas, de preconceitos religiosos, egoísmo ou arrogância espiritual. Não tem nada a ver com a fé. Daí a Igreja clandestina, a separação. Os irmãos e irmãs em Cristo que tendo sido influenciados pelos preconceitos, pela razão política, agora preferem permanecer clandestinos e subterrâneos, sem sol, disseminando-se por todo o lado”.
Os cristão clandestinos não partilham da visão do Pe. Francisco Xavier. Mas consideram-se parte de uma longa tradição – sofrer as consequências de dizer a verdade a poder.
Agência Ecclesia

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