Bento XVI dedicou a catequese na quarta-feira sobre São Paulo, durante a Audiência Geral, a aprofundar, seguindo o tema da quarta-feira passada, na questão da justificação pela fé e pelas obras.
São Paulo, sublinha o Papa, insistia em que o homem «não é capaz de tornar-se justo com suas próprias ações», mas «só porque Deus lhe confere sua justiça unindo-o a Cristo», através da fé.
Contudo, segundo disse o pontífice aos milhares de peregrinos congregados na Sala Paulo VI, o ponto é que esta fé «não é um pensamento, uma opinião ou uma idéia», mas «comunhão com Cristo», e portanto «se converte em vida, em conformidade com Ele».
«Ou com outras palavras, a fé, se é verdadeira, real, converte-se em amor, em caridade, expressa-se na caridade. Uma fé sem caridade, sem este fruto, não seria verdadeira fé. Seria fé morta», acrescentou.
A confusão entre ambos extremos, a justificação pela fé e a necessária tradução em obras de caridade «causou, no transcurso dos séculos, não poucos mal-entendidos na cristandade. Neste contexto, é importante que São Paulo, na própria Carta aos Gálatas coloque, por uma parte, o acento, de forma radical, na gratuidade da justificação não por nossas forças, mas que, ao mesmo tempo, sublinhe também a relação entre a fé e a caridade, entre a fé e as obras».
De fato, recordou, deve-se ao Apóstolo o hino mais belo sobre a caridade, na primeira Carta aos Coríntios.
«O amor cristão é tão exigente porque surge do amor total de Cristo por nós: este amor que nos exige, nos acolhe, nos abraça, nos sustenta, até atormentar-nos, porque nos obriga a não viver mais para nós mesmos», declarou.
Por isso, não há contradição entre as teologias de Paulo e Tiago, que afirmam que «a fé sem obras é morta». «Na realidade, enquanto Paulo se preocupa antes de tudo em demonstrar que a fé em Cristo é necessária e suficiente, Tiago põe o acento nas relações de conseqüência entre a fé e as obras», explicou.
O bispo de Roma também advertiu contra a tentação, «em muitos cristãos de hoje», de pensar que «tendo sido justificados gratuitamente em Cristo pela fé, tudo lhes é lícito». «As conseqüências de uma fé que não se encarna no amor são desastrosas, porque se recorre ao arbítrio e ao subjetivismo mais nocivo para nós e para os irmãos».
Ao contrário, afirmou o sucessor de Pedro, «devemos tomar consciência renovada do fato de que, precisamente porque fomos justificados em Cristo, não nos pertencemos mais a nós mesmos, mas nos convertemos em templo do Espírito e somos chamados, por isso, a glorificar a Deus em nosso corpo com toda a nossa existência».
«A que se reduziria uma liturgia que se dirigisse só ao Senhor e que não se convertesse, ao mesmo tempo, em serviço aos irmãos, uma fé que não se expressasse na caridade?», perguntou.
Em resumo, concluiu, «a ética cristã não nasce de um sistema de mandamentos, mas é conseqüência de nossa amizade com Cristo. Esta amizade influencia a vida: se é verdadeira, se encarna e se realiza no amor ao próximo».
São Paulo, sublinha o Papa, insistia em que o homem «não é capaz de tornar-se justo com suas próprias ações», mas «só porque Deus lhe confere sua justiça unindo-o a Cristo», através da fé.
Contudo, segundo disse o pontífice aos milhares de peregrinos congregados na Sala Paulo VI, o ponto é que esta fé «não é um pensamento, uma opinião ou uma idéia», mas «comunhão com Cristo», e portanto «se converte em vida, em conformidade com Ele».
«Ou com outras palavras, a fé, se é verdadeira, real, converte-se em amor, em caridade, expressa-se na caridade. Uma fé sem caridade, sem este fruto, não seria verdadeira fé. Seria fé morta», acrescentou.
A confusão entre ambos extremos, a justificação pela fé e a necessária tradução em obras de caridade «causou, no transcurso dos séculos, não poucos mal-entendidos na cristandade. Neste contexto, é importante que São Paulo, na própria Carta aos Gálatas coloque, por uma parte, o acento, de forma radical, na gratuidade da justificação não por nossas forças, mas que, ao mesmo tempo, sublinhe também a relação entre a fé e a caridade, entre a fé e as obras».
De fato, recordou, deve-se ao Apóstolo o hino mais belo sobre a caridade, na primeira Carta aos Coríntios.
«O amor cristão é tão exigente porque surge do amor total de Cristo por nós: este amor que nos exige, nos acolhe, nos abraça, nos sustenta, até atormentar-nos, porque nos obriga a não viver mais para nós mesmos», declarou.
Por isso, não há contradição entre as teologias de Paulo e Tiago, que afirmam que «a fé sem obras é morta». «Na realidade, enquanto Paulo se preocupa antes de tudo em demonstrar que a fé em Cristo é necessária e suficiente, Tiago põe o acento nas relações de conseqüência entre a fé e as obras», explicou.
O bispo de Roma também advertiu contra a tentação, «em muitos cristãos de hoje», de pensar que «tendo sido justificados gratuitamente em Cristo pela fé, tudo lhes é lícito». «As conseqüências de uma fé que não se encarna no amor são desastrosas, porque se recorre ao arbítrio e ao subjetivismo mais nocivo para nós e para os irmãos».
Ao contrário, afirmou o sucessor de Pedro, «devemos tomar consciência renovada do fato de que, precisamente porque fomos justificados em Cristo, não nos pertencemos mais a nós mesmos, mas nos convertemos em templo do Espírito e somos chamados, por isso, a glorificar a Deus em nosso corpo com toda a nossa existência».
«A que se reduziria uma liturgia que se dirigisse só ao Senhor e que não se convertesse, ao mesmo tempo, em serviço aos irmãos, uma fé que não se expressasse na caridade?», perguntou.
Em resumo, concluiu, «a ética cristã não nasce de um sistema de mandamentos, mas é conseqüência de nossa amizade com Cristo. Esta amizade influencia a vida: se é verdadeira, se encarna e se realiza no amor ao próximo».
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