Já não é a primeira vez que alguém me comenta, meio a brincar mas com um fundo quase de protesto, que nós padres apresentamos muitas vezes uma visão demasiado “cor-de-rosa” da realidade. O que dizemos faz algum sentido e até costuma dar dicas úteis para ajudar a viver o quotidiano. Mas é como se, “no fundo, no fundo”, o “mundo real” fosse diferente, e sobretudo diferente para pior. Desde há muito tempo que esta questão me tem interpelado, a pergunta sobre a “visão mais verdadeira” da realidade. E não como questão teórica, mas exactamente pela sua dimensão prática, ao estar na base de tantas divergências e discussões entre as pessoas: a pergunta sobre “quem é que tem razão” não é mais do que outra formulação deste mesmo tema, o saber quem é que está a “ver melhor” as coisas.
Filipe Martins
... (continuação da matéria, amanhã)
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