terça-feira, 3 de junho de 2008

Função da liturgia é abrir espaço para a Beleza

A arquidiocese de Ribeirão Preto (São Paulo) inicia a semana de festividades do centenário de sua criação como diocese com um convite à reflexão sobre a beleza na liturgia.
O arcebispo local, Dom Joviano de Lima Júnior, SSS, abriu ontem um Simpósio Teológico sobre a Eucaristia, com o tema «A manifestação da beleza e a celebração do mistério».
Segundo Dom Joviano, que é o responsável pelo setor de liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o «impacto da beleza nos revela a ternura de Deus em cores, luzes e sons, a partir do que os nossos olhos contemplam na natureza».
Na Eucaristia --afirmou o arcebispo na abertura do evento--, «a natureza aparece transformada, o trigo em pão, a uva em vinho, a árvore em mesa, o algodão em toalha, a cera das abelhas em vela».
Dom Joviano considera que não se pode apreciar devidamente a Eucaristia «se a sua celebração não estiver impregnada do encanto da beleza».
«A alegria da beleza tem a propriedade de produzir a bondade», afirmou, enfatizando que «a função da liturgia é abrir espaço para a Beleza, para a bondade que salva».
Ainda de acordo com o arcebispo, é função do rito «fazer a passagem de uma situação caótica ou de dispersão para uma nova realidade que integra o que está disperso e dá significado à existência».
«O rito alarga a compreensão da realidade que nos envolve e nos propõe o mistério na sua totalidade.»
«O rito, como a beleza, necessita de tempo, espaço, proximidade e atenção para transformar o que é meramente exterioridade em interioridade.»
E, para isso --destaca Dom Joviano--, «recorre à memória e à repetição de certos gestos, palavras e símbolos, atuando nas três dimensões da temporalidade: o presente, o passado e o futuro».
«A ritualidade litúrgica revela uma Igreja, reunida em nome do Senhor, que busca o divino, a graça, a salvação, “o invisível” na fragilidade do humano.»
«Busca “nas coisas que passam, as que não passam”. O que nos é dado a ver, nos é dado a viver. Na liturgia, beleza e ritualidade se encontram», afirma.

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