terça-feira, 3 de junho de 2008

A cor da realidade ( segunda parte )


O estudo da filosofia trouxe-me, neste tema, uma chave importante: foi Kant que, ainda no século XVIII, se apercebeu de que é impossível chegarmos a uma “realidade neutra”, pois quando olhamos para o mundo já o estamos a “interpretar”, a partir da nossa experiência e da nossa atitude nessa aproximação. Por outras palavras, o nosso olhar sempre está pré-condicionado, e é impossível que não o esteja. Uma pessoa temerosa olha para o mundo como sendo ameaçador, enquanto que um entusiasta olha para as coisas com optimismo. Há gente que pode parecer antipática para uns, enquanto que outros vêm em vez disso reserva ou timidez. Todos temos a experiência de como os sentimentos nos podem dar uma visão parcial ou mesmo deturpada das coisas: em fases de tristeza o mais pequeno comentário pode parecer agressivo e fazer-nos “explodir”; enquanto que em momentos melhores acolhemo-los bem e até (sor)rimos pelo humor partilhado.


Filipe Martins


... (continuação da matéria, amanhã)

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