Comentário do Pe. Lombardi (jesuíta) à mensagem do Domingo da Ressurreição
Também o compromisso do cristão a favor da justiça é uma conseqüência da força da ressurreição de Jesus, explica o Pe. Federico Lombardi, S.J.
O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé analisou a mensagem lançada no Domingo da Ressurreição por Bento XVI, no último editorial de «Octava Dies», semanário produzido pelo Centro Televisivo Vaticano, do qual também é diretor.
Em sua mensagem pascal, o bispo de Roma convida a «fixar o olhar da alma nas “chagas gloriosas” que o Ressuscitado leva em seu corpo glorificado, para que assim «possamos entender o sentido e o valor do sofrimento, possamos aliviar as feridas que continuam sangrando a humanidade também em nossos dias».
«Depois dos dias da Paixão, a Páscoa não significa esquecê-los. Mas levá-los conosco, transformados em uma vida guiada plenamente pelo amor e a esperança», acrescenta.
O Papa, em sua mensagem, se detém diante das «chagas da humanidade, abertas em todos os lugares do planeta, ainda que às vezes ignoradas ou intencionalmente escondidas; chagas que marcam a alma e o corpo de inumeráveis irmãos e irmãs nossos».
Recorda que as relações entre pessoas, grupos e povos estão marcadas pelo egoísmo, o ódio e a violência, que a dignidade da pessoa humana é com freqüência «denegrida e vulnerável».
«Saber que o Ressuscitado está conosco e olhar suas chagas gloriosas significa, portanto – diz o porta-voz vaticano citando o Papa –, comprometer-se ativamente em favor da justiça, derramar sinais luminosos de esperança. Multiplicar os testemunhos de mansidão e perdão. Caminhar pelo caminho da solidariedade e da paz».
«Jesus Ressuscitado envia por toda parte seus discípulos como testemunhas da esperança e lhes assegura: “sempre estou convosco”. Dias atrás, o Papa recordou os mártires cristãos do ano passado e, nos próximos dias, visitará, na Ilha tiberina, o memorial dos mártires cristãos do século passado. Pessoas que fixaram seu olhar, com fé, nas chagas gloriosas de Cristo. E que nos acompanham, também eles, por meio de uma história difícil, mas iluminada – precisamente – pela esperança», conclui o Pe. Lombardi.
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