Na tarde desta quinta feira Bento XVI deslocou-se à Basílica de São João de Latrão, a catedral de Roma , onde presidiu ao início do Triduo Pascal da Paixão, Morte e Ressurreição, com a Missa da Ceia do Senhor.Na homilia, comentando o gesto de Jesus que lava os pés aos seus discípulos, Bento XVI salientou que dia após dia cobrimo-nos de sujidade multiforme, de palavras vazias, de preconceitos, de sapiência reduzida e alterada, uma múltipla semifalsidade ou falsidade aberta infiltra-se continuamente na nossa alma. Tudo isto ofusca e contamina a nossa alma, ameaça-nos com a incapacidade de chegar á verdade e ao bem.Se acolhemos as palavras de Jesus com o coração atento – salientou o Papa – elas revelam-nos verdadeiras lavagens, purificações da alma, do homem interior.O Evangelho do lava pés convida-nos a isto: deixar-nos, sempre de novo, lavar por esta água pura, deixar-nos tornar capazes de comunhão convivial com Deus e com os irmãos.Devemos lavar os pés uns aos outros no serviço recíproco quotidiano do amor. Mas devemos lavar-nos os pés também no sentido que sempre de novo perdoamos uns aos outros.A divida que o Senhor nos perdoou é sempre infinitamente maior do que todas as dividas que outros podem ter em relação a nós. A isto nos exorta a Quinta Feira Santa - salientou Bento XVI concluindo a sua homilia: não permitir que o rancor para com os outros se transforme profundamente num envenenamento da alma. Exorta-nos a purificar continuamente a nossa memoria, perdoando-nos reciprocamente com todo o coração, lavando os pés uns aos outros, para nos podermos sentar juntos á mesa do SenhorDepois da homilia o Papa procedeu ao rito do lava pés, durante o qual a Assembleia foi convidada a um gesto de caridade, mediante uma oferta, que foi entregue ao papa, para ser destinada a um centro psico-pedagógico cubano para portadores de deficiência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário