terça-feira, 29 de abril de 2008

"DESENVOLVIMENTO NÃO É INVESTIR NA ECONOMIA, MAS NO SER HUMANO"

Concluiu-se no dia 25, em Acra, capital de Gana, a 12ª sessão da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (UNCTAD). A delegação vaticana foi guiada pelo Arcebispo Silvano Tomasi, observador permanente da Santa Sé na ONU, em Genebra.Em seu pronunciamento, Dom Tomasi menciona a "crise do multilateralismo", assinalando especialmente duas críticas às organizações internacionais."A primeira é o problema de representatividade, segundo o qual o poder de decisão não está dividido de forma eqüitativa", aponta o arcebispo. A segunda crítica se refere à falta de envolvimento da sociedade em iniciativas orientadas ao desenvolvimento. "Essa falta de participação representa o risco de formular uma estratégia política que não esteja centrada na população, mas sim nos governos", alertou.Para evitar esse risco, a Santa Sé recorda que o desenvolvimento deve ser centrado no ser humano: "O comércio representa uma oportunidade significativa para os países em desenvolvimento. Contudo, o comércio não é um fim em si mesmo, mas um meio para a conquista do desenvolvimento e para a redução da pobreza"."Deve ficar claro que desenvolvimento não se refere somente ao crescimento da economia em geral, mas ao desenvolvimento do ser humano", precisa Dom Tomasi. Nesse sentido, afirma ele, o bem comum não é um objetivo abstrato nem uma simples lista de objetivos, mas é a satisfação das necessidades primárias da pessoa: a necessidade de verdade, de amor e de justiça.O arcebispo recorda ainda que o desenvolvimento não é um objetivo a alcançar, mas um caminho a percorrer. Esse caminho, contudo, requer dois princípios: o da solidariedade e o da subsidiariedade.Para Dom Tomasi, é preciso subsidiar a saúde e o trabalho digno. Todavia, a essência do desenvolvimento é a educação: "Somente uma pessoa que recebe educação pode ser plenamente consciente do valor e da dignidade do ser humano"

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