terça-feira, 8 de abril de 2008

A pobreza e a fome são "uma ofensa à dignidade humana".

Esse foi o teor do discurso do observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Celestino Migliore. Ele interveio no dia 4 de abril, em Nova York, na 62ª sessão da Assembléia Geral da ONU, durante o debate sobre o tema "Reconhecer os êxitos, enfrentar os desafios e recuperar o rumo para a conquista dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio em 2015".Em seu discurso, o arcebispo recordou que já estamos na metade do caminho desde que, em 2000, chefes de Estado e de governo entraram em consenso sobre "uma série ambiciosa, mas necessária, de objetivos para o desenvolvimento global a serem alcançados até 2015".Apesar de alguns progressos registrados, Dom Migliore reconhece que "a extrema pobreza, a fome, o analfabetismo e a falta de assistência médica ainda são muito difusos e inclusive pioraram em algumas regiões".A Santa Sé, recordou o arcebispo, continua ativamente empenhada em aliviar esses problemas, "que são uma ofensa à dignidade humana", e "não deixará de destacar tais necessidades fundamentais, de modo que permaneçam no centro da atenção internacional e sejam enfrentadas como uma questão de justiça social".Nesse sentido, o representante vaticano considera necessária "uma maior solidariedade internacional se o objetivo é conseguir limitar o crescente abismo entre países ricos e pobres e entre os indivíduos dentro de um mesmo país".Entre os progressos obtidos, Dom Migliore citou o acesso universal à educação primária, ainda que 58 países não poderão alcançá-lo até 2015.A educação, constatou, "está na base de todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e é o instrumento mais eficaz para fazer com que os homens e mulheres possam conseguir uma maior liberdade social, econômica e política. Os governos e a sociedade civil, o setor privado, os pais e os educadores devem intervir na educação das futuras gerações para prepará-las a enfrentar os desafios de uma sociedade cada vez mais globalizada".Dom Migliore recordou que "milhares de instituições educativas da Igreja Católica estão situadas nas cidades mais degradadas e nas mais remotas aldeias, na periferia das grandes metrópoles e em lugares nos quais as crianças estão obrigadas a trabalhar para sobreviver"."Mais que conversas e reuniões, a conquista dos Objetivos do Milênio exigem empenho e ação concreta. Nossa luta global contra a pobreza não é simplesmente um ato de generosidade e altruísmo: é uma conditio sine qua non para um futuro melhor em um mundo mais justo para todos", concluiu.
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