Nasceu em Saragoça, Espanha, em 1737, numa família nobre. Entrou no noviciado da Companhia de Jesus em 1753, com 16 anos e depois de terminados os estudos foi ordenado sacerdote em 1762.Em 1767, a exemplo de Portugal com o Marquês de Pombal, também Carlos III expulsou os jesuítas de Espanha. José Pignatelli tornou-se, então, o provincial de cerca de 600 jesuítas a bordo de 13 navios que desembarcaram na Córsega. Depois de uma viagem a pé de mais de 450 quilómetros, foram acolhidos em Ferrara.Por essa altura, os Bourbons, uma família que dominava várias casas reais europeias, pressionavam o papa Clemente XIII para que suprimisse a Companhia de Jesus mas, enquanto este resistiu, o papa Clemente XIV, seu sucessor, acabou por a suprimir em 1773. Apesar de ter deixado de ser jesuíta, assim como todos que nessa altura eram membros da Companhia de Jesus, José Pignatelli continuava a viver como jesuíta em Bolonha.Entretanto, na Rússia a Companhia “sobreviveu” pois a Czarina Catarina II da Rússia não emitiu a bula papal de supressão da Companhia nos territórios sob o seu domínio. Quando José Pignatelli soube disto pediu autorização ao papa Pio XI para se juntar à província russa da Companhia de Jesus. Nesta altura, também Fernando, duque de Parma, entrou em negociações com a Rússia e em 1793, três jesuítas, entre os quais José Pignatelli, abriram uma casa da Companhia no seu ducado. Em 1797, já com 60 anos, fez novamente os votos na Companhia de Jesus.A partir daqui, José Pignatelli trabalhou incansavelmente para restaurar a Companhia, com a esperança de a ver restaurada em todo o mundo. Foi mestre de noviços, provincial de Itália e ainda foi expulso de Nápoles por José Bonaparte, tendo que fugir para Roma.Depois de 40 anos de exílio e com a saúde já muito debilitada, José Pignatelli acabou por morrer, em 1811, sem ver a restauração da Companhia em todo o mundo, que aconteceu em 1814 decretada pelo papa Pio VII.A questão não está em acabar com os problemas e com as dificuldades que possa ter a vida, nem nós o conseguimos, nem Deus vem fazer isso, trata-se de saber para onde se vai, o que se quer, onde está realmente o centro da nossa vida, e, por saber que é aí que se irá encontrar Vida, comprometemo-nos em ir lá chegando, independentemente se isso custa ou não, se é fácil ou difícil. E é aqui que está Deus, a fazer caminho também. S. José Pignatelli, com a sua vida, é exemplo disto.
Por Duarte Rosado, SJ
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