Santidade, imagens, velas, flores, altares, incenso, esmolas e orações, tudo isto compõe o cenário do mês que se aproxima. É o mês dos santos, diz a tradição. Santos, sim, aquelas pessoas que achamos tão distantes da nossa realidade. Vidas de grandes feitos, sacrifícios inigualáveis, uma bondade sem limites... As biografias que leio deixam-me sempre desconcertado. A distância que vejo cavar-se entre mim e eles parece intransponível. Pergunto-me muitas vezes se eles não teriam sentimentos semelhantes aos meus, se de vez em quando não perderiam a paciência, se não duvidariam muitas vezes daquilo que os movia. Aproveitando estes tempos em que somos convidados a meditar na figura de São Paulo, acho que temos bons argumentos para não colocar a santidade num patamar apenas acessível a alguns.
Mas afinal como posso ser santo hoje? Ter uma imagem num altar, com dezenas de velas a venerarem-me.... Será a santidade apenas isso?
Imagino Paulo, o apóstolo, bastante irado contra as imagens que hoje dele fazemos: um homem idoso, longas barbas, a segurar uma espada. Ele certamente entraria nas Igrejas e ficaria surpreendido com a quantidade de imagens de santos que hoje veneramos. A Cruz, a imagem de Jesus Cristo, essa ficaria elevada no lugar mais destacado do templo. Por muito grandes que sejam os modelos de cristianismo que possamos ter, o mais importante é Cristo. É Ele que nos conduz, que nos faz viver, que dá sentido a todas as coisas. As imagens que observamos de rosto pálido e sorriso intermitente não ilustram seguramente a alegria que aqueles homens e mulheres experimentavam ao viverem a sua vida em união à pessoa de Jesus. Paulo, um dos maiores santos da Igreja, não teria dúvidas em afirmar que ser santo passa simplesmente por ser cristão.
Mas afinal não há imensos cristãos no mundo de hoje? Ou será que ser cristão é algo um pouco diferente do que geralmente se considera?
São Paulo não tinha dúvidas de que ser cristão não é uma convenção ou um título que podemos usar depois de sermos baptizados; ser cristão é muito mais. Ser cristão é muito mais do que palavras bíblicas que possamos invocar nas situações que nos convêm; é muito mais do que cruzes ao peito e tatuagens do rosto de Cristo no braço. Ser cristão é certamente muito mais do que acusar os pecados do vizinho, apontá-lo e virar-lhe o rosto elevado quando por ele passo. Ser cristão é ser outro Cristo, ou seja, manter uma relação de proximidade e profundidade únicas com Deus; um diálogo constante com Aquele que nos oferece uma visão lúcida da realidade e da nossa posição na história. É saber medir bem cada passo que dou, na certeza de que faço tudo diante d’Aquele que me amou primeiro. É adaptar cada gesto, cada palavra, cada acto, mesmo sabendo que, muitas vezes, o meu pensamento e a minha vontade me tentam iludir com utopias de uma felicidade fácil e fechada sobre mim mesmo. Ser cristão é ter sempre diante de mim a inquietante e decisiva questão: se Jesus estivesse aqui agora, o que faria? Como faria? O que diria? Como diria? E eu, agora, que faço?
Será então possível eu dizer-me cristão hoje e viver debaixo de uma tão grande exigência?
E porque não?
Mas afinal como posso ser santo hoje? Ter uma imagem num altar, com dezenas de velas a venerarem-me.... Será a santidade apenas isso?
Imagino Paulo, o apóstolo, bastante irado contra as imagens que hoje dele fazemos: um homem idoso, longas barbas, a segurar uma espada. Ele certamente entraria nas Igrejas e ficaria surpreendido com a quantidade de imagens de santos que hoje veneramos. A Cruz, a imagem de Jesus Cristo, essa ficaria elevada no lugar mais destacado do templo. Por muito grandes que sejam os modelos de cristianismo que possamos ter, o mais importante é Cristo. É Ele que nos conduz, que nos faz viver, que dá sentido a todas as coisas. As imagens que observamos de rosto pálido e sorriso intermitente não ilustram seguramente a alegria que aqueles homens e mulheres experimentavam ao viverem a sua vida em união à pessoa de Jesus. Paulo, um dos maiores santos da Igreja, não teria dúvidas em afirmar que ser santo passa simplesmente por ser cristão.
Mas afinal não há imensos cristãos no mundo de hoje? Ou será que ser cristão é algo um pouco diferente do que geralmente se considera?
São Paulo não tinha dúvidas de que ser cristão não é uma convenção ou um título que podemos usar depois de sermos baptizados; ser cristão é muito mais. Ser cristão é muito mais do que palavras bíblicas que possamos invocar nas situações que nos convêm; é muito mais do que cruzes ao peito e tatuagens do rosto de Cristo no braço. Ser cristão é certamente muito mais do que acusar os pecados do vizinho, apontá-lo e virar-lhe o rosto elevado quando por ele passo. Ser cristão é ser outro Cristo, ou seja, manter uma relação de proximidade e profundidade únicas com Deus; um diálogo constante com Aquele que nos oferece uma visão lúcida da realidade e da nossa posição na história. É saber medir bem cada passo que dou, na certeza de que faço tudo diante d’Aquele que me amou primeiro. É adaptar cada gesto, cada palavra, cada acto, mesmo sabendo que, muitas vezes, o meu pensamento e a minha vontade me tentam iludir com utopias de uma felicidade fácil e fechada sobre mim mesmo. Ser cristão é ter sempre diante de mim a inquietante e decisiva questão: se Jesus estivesse aqui agora, o que faria? Como faria? O que diria? Como diria? E eu, agora, que faço?
Será então possível eu dizer-me cristão hoje e viver debaixo de uma tão grande exigência?
E porque não?
Rui Ferreira
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