Provavelmente muitos de vocês estão acompanhando as crônicas do dia a dia da 35a CG escritas pelo Pe. Herman Rodriguez, da Província da Colômbia. Elas dão uma idéia do dia a dia dessas semanas já consagradas a este evento singular na vida da Companhia. Como sabem, numa Congregação onde ocorre eleição de um novo Geral, a primeira parte é dedicada ao conhecimento do estado da Companhia (De Statu), à elaboração do perfil do Geral que precisamos, à "murmuratio" (quatríduo dedicado à busca de informações sobre os “possíveis generaláveis”). É sobre esta primeira parte que gostaria de tecer alguns comentários.
Para começar, seria bom dizer onde estamos hospedados os três membros de nossa Província presentes na 35a CG. O Pe. Acrízio encontra-se na Residência Canísio, contígua à Cúria, o Ir. Raimundo, na Casa San Onofrio, das Irmãs Dorotéias, e eu na Cúria. Os congregados hospedam-se também em outras residências dos jesuítas em Roma (Gregoriana, Bíblico, Gesu, Bellarmino, San Ignazio) e num hotel chamado Bonus Pastor. Encontramo-nos todos a cada dia às 9hs da manhã, na sala da Congregação chamada Aula ou em outras salas, se temos trabalhos em grupos. Na primeira semana, enquanto a comissão escolhida para elaborar o De Statu preparava um relatório sobre a situação da Companhia, os demais congregados nos perguntávamos sobre os temas que deveriam ser tratados na segunda parte da Congregação, chamada Ad Negotia, que se iniciaria logo em seguida a eleição do Geral. Os temas que chegaram para a reflexão nas nossas comunidades no segundo semestre de 2007 vieram de novo nos grupos formados por Assistência e por língua (inglês, espanhol, italiano e francês). Em princípio, trataremos aqueles temas, alguns dando origem a decretos e outros a recomendações ao Governo Ordinário. Foi interessante a primeira semana, em que entramos aos poucos na Congregação. Já na segunda semana, após termos recebido o De Statu e um resumo do Perfil elaborado nas Assistências, iniciamos o quatríduo com a "murmuratio". Esta consistiu em dar e buscar informações sobre nomes precisos que porventura pudessem ser o novo Geral. Muitos se perguntam como é possível algo parecido, sem ter lista de nomes ou candidatos mais ou menos estabelecidos nas Assistências. É incrível, mas é um método que funciona. Certamente já tínhamos ouvido falar de um ou outro nome. Cada um, com sua lista, buscava entrevistar-se com outro (não eram permitidas conversas com mais de duas pessoas), perguntando-lhe se conhecia a pessoa sobre a qual queria saber informação, quais eram suas qualidades e seus limites. Aos poucos, a lista crescia (primeiro dia) ou diminuía (segundo e terceiro dias). Aos poucos também, os nomes começavam a circular através dessa forma singular de fazer discernimento. Já no último dia cada um tinha dois ou três nomes. Com eles, a maioria dedicou o último dia à oração, seja visitando alguma igreja inaciana, seja ainda conversando com outro companheiro para afinar o discernimento.
O Pe. Adolfo Nicolás, eleito como vigésimo nono sucessor de Santo Inácio, já era conhecido dos Provinciais que participaram do encontro em Loyola e de alguns jesuítas que estiveram na CG 34a. Como puderam ver pelas informações que circularam nesses dias, é um homem que nos lembra muito Arrupe, seja pela procedência (Espanha), seja pela experiência (missionário no Japão). Sua experiência, além da capacidade de escuta e acolhimento que o caracteriza, será certamente de grande utilidade para este momento importante da Companhia. Rezemos para que o Senhor lhe dê muita luz nesta missão que lhe é confiada, e para que nós o ajudemos a tornar a Companhia cada vez mais conforme ao que Inácio queria e ao que a Igreja e o mundo de hoje necessitam.
Uma breve nota sobre a pluriculturalidade presente na CG 35a. Ela é sentida nas cores e nas línguas. É impressionante ver a força da juventude que vem da Companhia da Índia e da África. Para nós, mais próximos ao Ocidental, essa força pode intimidar no início, sem contar a dificuldade que temos, não só em falar mas também em compreender os diferentes sotaques do inglês, língua franca da Congregação. O progressivo contato vai, porém, nos mostrando que somos a mesma Companhia. Aí está a beleza dessa diversidade, mas também o convite para a vivermos sem medo, a sair de nosso "querer e interesse" e a buscar o que mais constrói o Corpo. Rezemos para que esta experiência possa continuar, sobretudo nas próximas semanas, quando trataremos dos temas que parecem fundamentais para a Companhia hoje.
Para começar, seria bom dizer onde estamos hospedados os três membros de nossa Província presentes na 35a CG. O Pe. Acrízio encontra-se na Residência Canísio, contígua à Cúria, o Ir. Raimundo, na Casa San Onofrio, das Irmãs Dorotéias, e eu na Cúria. Os congregados hospedam-se também em outras residências dos jesuítas em Roma (Gregoriana, Bíblico, Gesu, Bellarmino, San Ignazio) e num hotel chamado Bonus Pastor. Encontramo-nos todos a cada dia às 9hs da manhã, na sala da Congregação chamada Aula ou em outras salas, se temos trabalhos em grupos. Na primeira semana, enquanto a comissão escolhida para elaborar o De Statu preparava um relatório sobre a situação da Companhia, os demais congregados nos perguntávamos sobre os temas que deveriam ser tratados na segunda parte da Congregação, chamada Ad Negotia, que se iniciaria logo em seguida a eleição do Geral. Os temas que chegaram para a reflexão nas nossas comunidades no segundo semestre de 2007 vieram de novo nos grupos formados por Assistência e por língua (inglês, espanhol, italiano e francês). Em princípio, trataremos aqueles temas, alguns dando origem a decretos e outros a recomendações ao Governo Ordinário. Foi interessante a primeira semana, em que entramos aos poucos na Congregação. Já na segunda semana, após termos recebido o De Statu e um resumo do Perfil elaborado nas Assistências, iniciamos o quatríduo com a "murmuratio". Esta consistiu em dar e buscar informações sobre nomes precisos que porventura pudessem ser o novo Geral. Muitos se perguntam como é possível algo parecido, sem ter lista de nomes ou candidatos mais ou menos estabelecidos nas Assistências. É incrível, mas é um método que funciona. Certamente já tínhamos ouvido falar de um ou outro nome. Cada um, com sua lista, buscava entrevistar-se com outro (não eram permitidas conversas com mais de duas pessoas), perguntando-lhe se conhecia a pessoa sobre a qual queria saber informação, quais eram suas qualidades e seus limites. Aos poucos, a lista crescia (primeiro dia) ou diminuía (segundo e terceiro dias). Aos poucos também, os nomes começavam a circular através dessa forma singular de fazer discernimento. Já no último dia cada um tinha dois ou três nomes. Com eles, a maioria dedicou o último dia à oração, seja visitando alguma igreja inaciana, seja ainda conversando com outro companheiro para afinar o discernimento.
O Pe. Adolfo Nicolás, eleito como vigésimo nono sucessor de Santo Inácio, já era conhecido dos Provinciais que participaram do encontro em Loyola e de alguns jesuítas que estiveram na CG 34a. Como puderam ver pelas informações que circularam nesses dias, é um homem que nos lembra muito Arrupe, seja pela procedência (Espanha), seja pela experiência (missionário no Japão). Sua experiência, além da capacidade de escuta e acolhimento que o caracteriza, será certamente de grande utilidade para este momento importante da Companhia. Rezemos para que o Senhor lhe dê muita luz nesta missão que lhe é confiada, e para que nós o ajudemos a tornar a Companhia cada vez mais conforme ao que Inácio queria e ao que a Igreja e o mundo de hoje necessitam.
Uma breve nota sobre a pluriculturalidade presente na CG 35a. Ela é sentida nas cores e nas línguas. É impressionante ver a força da juventude que vem da Companhia da Índia e da África. Para nós, mais próximos ao Ocidental, essa força pode intimidar no início, sem contar a dificuldade que temos, não só em falar mas também em compreender os diferentes sotaques do inglês, língua franca da Congregação. O progressivo contato vai, porém, nos mostrando que somos a mesma Companhia. Aí está a beleza dessa diversidade, mas também o convite para a vivermos sem medo, a sair de nosso "querer e interesse" e a buscar o que mais constrói o Corpo. Rezemos para que esta experiência possa continuar, sobretudo nas próximas semanas, quando trataremos dos temas que parecem fundamentais para a Companhia hoje.
Geraldo De Mori, SJ
Delegado
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