CONGREGAÇÃO GERAL 35ª e o NOVO PADRE GERAL
Acredito que todos estão acompanhando o desenrolar da CG, de modo especial, estiveram atentos na eleição do nosso novo Padre Geral, através dos Meios de Comunicação Social, tanto da Companhia de Jesus, como de cada cidade. Do Pe. Adolfo Nicolás, falam de maneira positiva de sua pessoa, embora os jornais, sobretudo, da Espanha, dão um toque irônico, contrapondo a figura do “Papa branco ao papa negro”, ou mostrando a opção livre dos jesuítas por escolherem alguém longe do Vaticano.
Com certeza, Pe. Adolfo é alguém que reúne em si grandes qualidades. É um homem de intelectualidade sólida, com sensibilidade espiritual, experiência de governo e da universalidade da Companhia (nasceu na Espanha, fez sua formação em vários países e viveu a maior parte de sua vida apostólica na Ásia, Japão e ultimamente, nas Filipinas. É inteligente e tem grande capacidade para as relações humanas. È simples, afável, acessível e tem bom humor. Diz-se ser um homem aberto, mas equilibrado; profético, mas obediente; audaz, mas com discernimento.
Contudo, mais que falar do Padre Geral, gostaria de partilhar com vocês, a experiência espiritual que vivi do início da CG até sua eleição. A primeira semana da Congregação foi de procurar nos conhecer, nos escutar, nos sentir, através, dos momentos em plenário ou dos grupos de Assistência ou de línguas, onde falamos dos temas que poderíamos tratar na Congregação, dos que poderiam ser Decretos ou recomendações para o Governo Ordinário da Companhia; elegemos pessoas para compor a equipe que elaborou o “Status Societatis” e fizemos um perfil para a escolha do P. Geral, atualizando os elementos já dados por Sto. Inácio, nas Constituições.
Mas, não falamos de nomes de possíveis “generaláveis”! Chegamos às vésperas do “quatríduo” das “murmurações”, sem ter nomes, ou sem ver um nome entre os congregados que respondesse aquele perfil que havíamos elaborado. E nos perguntávamos, como vamos escolher um homem entre 217 pessoas, entre as quais conhecemos poucas? Isto inquietava a todos, gostaríamos de ter nomes, uma lista de pessoas mais indicadas, como nos foi pedido nas Assembléias das Assistências. Porém, como a fórmula da Congregação diz que não pode haver candidatos a equipe dirigente, achou melhor não apresentar nenhuma lista e pediu-nos confiança na ação do Espírito, partindo da longa experiência da SJ que sempre procedeu assim e sempre se chegou a bom termo.
Daí começamos as “murmurações”, conversando dois a dois, íamos perguntando sobre jesuítas que se destacavam em cada Assistência. Era bonito ver as conversas em tom baixo, das duplas espalhadas nas diferentes salas, parecia mais uma confissão! Era bonito também ver o espírito de busca presente em todos, onde não havia partidos ou desejo de que o novo Geral viesse deste país ou daquela Assistência. Todos buscávamos o maior bem para a Companhia de Jesus! No final do primeiro dia, acredito que, cada um já havia feito a sua lista. Eu cheguei a formular 10 nomes, e fui pedindo informações sobre estas pessoas. No final do segundo dia, fui excluindo alguns e cheguei ao final deste dia, somente com 4 nomes. No terceiro dia, restaram dois nomes. Na tarde deste terceiro dia, eu fui rezar na Igreja de S. Pedro in Montorio. É a Igreja em que Sto. Inácio ia se confessar com freqüência, com um franciscano e que depois da segunda eleição em que os Primeiros Companheiros o escolheram como Geral, passou três dias em oração e se confessando, não querendo aceitar esta escolha, mas que seu confessor lhe mostrou que ele estava resistindo ao Espírito Santo. Pois levei estes dois nomes, entre os quais, um era do Pe. Adolfo, e na minha oração, tendo presente mais as “razoes aparentes”, salientou-se mais o outro nome. Voltei para casa, partilhei com alguns companheiros, sem falar de nomes concretos, mas não me sentia contente interiormente. No quarto dia das “murmurações”, procurei nas conversas dois a dois, perceber para onde tendia a moção do grupão. Via que naquele nome em que eu havia me detido no dia anterior, havia pouca ressonância, não havia entusiasmo, aqueles que falavam dele, não o faziam com vibração. Então, voltei à referida Igreja mais uma vez, na última tarde e rezei a partir das moções que eu percebia no grupão, porque eu dizia, é por aí que está o Espírito! E aí a figura do Pe. Adolfo veio muito forte e senti grande consolação na oração que permaneceu até o momento da eleição no outro dia. Uma confirmação que tive desta eleição foi quando ao voltar para casa, já noite, todos os jesuítas não estavam mais em casa, como eu, tinham ido a lugares inacianos para rezar ou para as localidades onde estavam hospedados. Eu permaneci com alguns colegas em uma sala comum, onde se costumava estar sempre cheia de jesuítas, e aí eu conversava sobre outras coisas, com estes colegas. Vi, no entanto, em um canto da sala, o Pe. Adolfo que ainda estava atendendo a jesuítas que o procuravam. Lembrei-me que nos quatro dias de “murmurações”, ele esteve sempre com gente falando com ele, não havia espaço para alguém falar mais com ele. Eu mesmo peguei os dados sobre sua pessoa, a partir de outros colegas que haviam conversado com ele. E neste momento da noite, em que todos já estavam cansados e haviam saído, ele ainda estava atendendo pessoas com toda disposição e alegria. Eu disse, então para mim, é este mesmo, o homem!
Foi este o homem que nós pedimos ao Senhor e que Ele presenteou a toda a Companhia, com todos os seus dons e experiências de vida e de governo. Rezemos todos agradecidos por ele, para que com sabedoria e discernimento possa conduzir este Corpo Apostólico, respondendo aos desafios que a sociedade coloca para nós, Religiosos e para toda a Igreja. Louvado seja Deus!
Acredito que todos estão acompanhando o desenrolar da CG, de modo especial, estiveram atentos na eleição do nosso novo Padre Geral, através dos Meios de Comunicação Social, tanto da Companhia de Jesus, como de cada cidade. Do Pe. Adolfo Nicolás, falam de maneira positiva de sua pessoa, embora os jornais, sobretudo, da Espanha, dão um toque irônico, contrapondo a figura do “Papa branco ao papa negro”, ou mostrando a opção livre dos jesuítas por escolherem alguém longe do Vaticano.
Com certeza, Pe. Adolfo é alguém que reúne em si grandes qualidades. É um homem de intelectualidade sólida, com sensibilidade espiritual, experiência de governo e da universalidade da Companhia (nasceu na Espanha, fez sua formação em vários países e viveu a maior parte de sua vida apostólica na Ásia, Japão e ultimamente, nas Filipinas. É inteligente e tem grande capacidade para as relações humanas. È simples, afável, acessível e tem bom humor. Diz-se ser um homem aberto, mas equilibrado; profético, mas obediente; audaz, mas com discernimento.
Contudo, mais que falar do Padre Geral, gostaria de partilhar com vocês, a experiência espiritual que vivi do início da CG até sua eleição. A primeira semana da Congregação foi de procurar nos conhecer, nos escutar, nos sentir, através, dos momentos em plenário ou dos grupos de Assistência ou de línguas, onde falamos dos temas que poderíamos tratar na Congregação, dos que poderiam ser Decretos ou recomendações para o Governo Ordinário da Companhia; elegemos pessoas para compor a equipe que elaborou o “Status Societatis” e fizemos um perfil para a escolha do P. Geral, atualizando os elementos já dados por Sto. Inácio, nas Constituições.
Mas, não falamos de nomes de possíveis “generaláveis”! Chegamos às vésperas do “quatríduo” das “murmurações”, sem ter nomes, ou sem ver um nome entre os congregados que respondesse aquele perfil que havíamos elaborado. E nos perguntávamos, como vamos escolher um homem entre 217 pessoas, entre as quais conhecemos poucas? Isto inquietava a todos, gostaríamos de ter nomes, uma lista de pessoas mais indicadas, como nos foi pedido nas Assembléias das Assistências. Porém, como a fórmula da Congregação diz que não pode haver candidatos a equipe dirigente, achou melhor não apresentar nenhuma lista e pediu-nos confiança na ação do Espírito, partindo da longa experiência da SJ que sempre procedeu assim e sempre se chegou a bom termo.
Daí começamos as “murmurações”, conversando dois a dois, íamos perguntando sobre jesuítas que se destacavam em cada Assistência. Era bonito ver as conversas em tom baixo, das duplas espalhadas nas diferentes salas, parecia mais uma confissão! Era bonito também ver o espírito de busca presente em todos, onde não havia partidos ou desejo de que o novo Geral viesse deste país ou daquela Assistência. Todos buscávamos o maior bem para a Companhia de Jesus! No final do primeiro dia, acredito que, cada um já havia feito a sua lista. Eu cheguei a formular 10 nomes, e fui pedindo informações sobre estas pessoas. No final do segundo dia, fui excluindo alguns e cheguei ao final deste dia, somente com 4 nomes. No terceiro dia, restaram dois nomes. Na tarde deste terceiro dia, eu fui rezar na Igreja de S. Pedro in Montorio. É a Igreja em que Sto. Inácio ia se confessar com freqüência, com um franciscano e que depois da segunda eleição em que os Primeiros Companheiros o escolheram como Geral, passou três dias em oração e se confessando, não querendo aceitar esta escolha, mas que seu confessor lhe mostrou que ele estava resistindo ao Espírito Santo. Pois levei estes dois nomes, entre os quais, um era do Pe. Adolfo, e na minha oração, tendo presente mais as “razoes aparentes”, salientou-se mais o outro nome. Voltei para casa, partilhei com alguns companheiros, sem falar de nomes concretos, mas não me sentia contente interiormente. No quarto dia das “murmurações”, procurei nas conversas dois a dois, perceber para onde tendia a moção do grupão. Via que naquele nome em que eu havia me detido no dia anterior, havia pouca ressonância, não havia entusiasmo, aqueles que falavam dele, não o faziam com vibração. Então, voltei à referida Igreja mais uma vez, na última tarde e rezei a partir das moções que eu percebia no grupão, porque eu dizia, é por aí que está o Espírito! E aí a figura do Pe. Adolfo veio muito forte e senti grande consolação na oração que permaneceu até o momento da eleição no outro dia. Uma confirmação que tive desta eleição foi quando ao voltar para casa, já noite, todos os jesuítas não estavam mais em casa, como eu, tinham ido a lugares inacianos para rezar ou para as localidades onde estavam hospedados. Eu permaneci com alguns colegas em uma sala comum, onde se costumava estar sempre cheia de jesuítas, e aí eu conversava sobre outras coisas, com estes colegas. Vi, no entanto, em um canto da sala, o Pe. Adolfo que ainda estava atendendo a jesuítas que o procuravam. Lembrei-me que nos quatro dias de “murmurações”, ele esteve sempre com gente falando com ele, não havia espaço para alguém falar mais com ele. Eu mesmo peguei os dados sobre sua pessoa, a partir de outros colegas que haviam conversado com ele. E neste momento da noite, em que todos já estavam cansados e haviam saído, ele ainda estava atendendo pessoas com toda disposição e alegria. Eu disse, então para mim, é este mesmo, o homem!
Foi este o homem que nós pedimos ao Senhor e que Ele presenteou a toda a Companhia, com todos os seus dons e experiências de vida e de governo. Rezemos todos agradecidos por ele, para que com sabedoria e discernimento possa conduzir este Corpo Apostólico, respondendo aos desafios que a sociedade coloca para nós, Religiosos e para toda a Igreja. Louvado seja Deus!
José Acrizio Vale Sales, SJ
Provincial
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