quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Redescobrir o carisma, disse o Papa no encontro com os superiores religiosos

Bento XVI recebeu segunda-feira de manhã em audiência, no Vaticano, o Conselho para as Relações entre a Congregação para os Institutos de vida consagrada e Sociedades de vida apostólica e as Uniões Internacionais dos Superiores e Superioras Gerais. Presentes também o cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, e o presidente e secretário do dicastério que se ocupa da vida religiosa – cardeal Franc Rodé e mons. Gianfranco Gardin. No encontro foram enfrentados diversos aspectos da vida consagrada no nosso tempo, pondo em destaque os elementos positivos e as dificuldades, as expectativas e os desafios que as família religiosas encontram no seu testemunho evangélico. O diálogo – amplo e fraterno – revelou-se de grande utilidade e ofereceu ao Santo Padre uma aprofundada actualização sobre os vários aspectos que dizem respeito à vida consagrada.Intervindo, na conclusão do encontro, Bento XVI observou que “o processo de secularização que avança na cultura contemporânea não poupa as comunidades religiosas”. Contudo, não é caso para desanimar, porque há “também crescentes sinais de um providencial despertar, que suscita motivos de esperança”. “O Espírito Santo – afirmou - sopra com força, por toda a parte na Igreja, suscitando novo empenho de fidelidade nos Institutos históricos e também em novas formas de consagração religiosa em sintonia com as exigências dos tempos. Hoje em dia, como em todas as épocas, não faltam almas generosas dispostas a abandonar tudo e todos para abraçar Cristo e o seu Evangelho, consagrando ao Seu serviço a existência, em comunidades marcadas pelo entusiasmo, a generosidade, a alegria”.Característica das novas experiências de Vida Consagrada – observou Bento XVI – é “o desejo comum, partilhado com pronta adesão, de pobreza evangélica praticada de maneira radical, amor fiel à Igreja e generosa dedicação ao próximo necessitado, com especial atenção àquelas pobrezas espirituais tão presentes na nossa época”. O Papa sublinhou que os Institutos que registam mais vocações são precisamente os que conservaram ou escolheram um teor de vida austero, fiel ao Evangelho radicalmente vivido. No caso das Ordens e Congregações com uma longa tradição na Igreja, tanto masculinas como femininas, praticamente todas passaram nas últimas décadas por uma difícil crise devida ao envelhecimento dos seus membros, diminuição das vocações e por vezes também uma espécie de “cansaço” espiritual e carismático. Um despertar e uma renovação têm sempre correspondido à redescoberta do carisma da fundação, ligado a um melhor conhecimento do Fundador ou Fundadora, contribuindo para um novo impulso ascético, apostólico e missionário. “É por este caminho que há que continuar a caminhar, pedindo ao Senhor que leve a pleno cumprimento a obra por ele iniciada” – concluiu o Papa
Fonte: radiovaticana.org

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