‘Não há nenhuma tensão ou contraposição entre os jesuítas e o Papa nem entre o novo geral e o pontífice quanto ao perfil teológico’, afirma Nicolás.
Adolfo Nicolás, novo superior geral da Companhia de Jesus, durante o encontro com a imprensa internacional, ontem, brincou com a notícia de que os jornais disseram que ele tinha 50% do Padre Arrupe, ou a metade de Kolvenbach mas que nenhum jornal afirmou que ele tem uns 10% de Elvis Presley: “Poderiam ter dito isso e não seria nenhuma surpresa”, afirmou sorrindo. A notícia é do boletim Periodista Digital, 25-10-2008.
Ele afirmou sentir amor e admiração por Arrupe que foi seu professor no Japão durante quatro anos. “Mas não sou Arrupe, como também não sou Kolvenbach”.
“Mas, então quem sou eu?”, se perguntou Nicolás. “Estou no caminho para chegar a ser o que Deus quer de nós, na realidade em que cresce a minha relação com Deus, minha relação com o Papa e com a Congregação Geral dos jesuítas”.
“Nada de antíteses entre os jesuítas e o Papa nem entre os jesuítas e o Vaticano”. Padre Adolfo Nicolás, novo superior geral da Companhia de Jesus estanca no nascimento o retorno dos tiros de estilingue entre os discípulos de Loyola e o romano pontífice, escreve Marco Politi, vaticanista italiano, no jornal Repubblica, 26-01-2008. A culpa é um pouco do cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação vaticana que se ocupa das ordens religiosas, que no início da assembléia dos delegados eleitores reunidos no dia 7 de janeiro, admoestara que se caminhasse em sintonia com a Igreja. “Com tristeza e preocupação – exclamara o cardeal – vejo alguns membros das famílias religiosas se afastarem crescentemente da hierarquia. A espiritualidade inaciana do serviço apostólico sob o Romano Pontífice não aceita esta separação”. A admoestação era seguida por uma recomendação para que os jesuítas continuassem a transmitir a “verdade revelada na Escritura e na Tradição”. E concluía pedindo “vigiar as publicações e revistas (da Companhia de Jesus) no que se refere à doutrina”.
Com efeito, nos últimos anos a Companhia de Jesus foi atingida pelos golpes do ex-Santo Oficio. Alguns dos seus brilhantes teólogos como Jacques Dupuis e Jon Sobrino foram duramente admoestados. Realmente, uma organização eclesial como a dos jesuítas, que atua nas fronteiras mais avançadas e (arriscadas) da sociedade e da cultura não pode deixar de pensar sobre os novos problemas que são postos antes que chegue o placet das instâncias do alto.
O sinal de padre Nicolás, em todo caso, é claríssimo: ”Não há nenhuma tensão ou contraposição entre os jesuítas e o Papa como alguns disseram nestes dias, e nem entre o novo geral e o pontífice no que diz respeito ao perfil teológico”. Dito isto, o novo guia dos quase vinte mil jesuítas acrescentou com delicadeza: “É como no casamento. Somente as pessoas que se amam podem, às vezes, se ferir”.
Padre Nicolás viveu a maior parte da sua vida no Extremo Oriente: China, Japão, Coréia, Filipinas. E é do encontro com a cultura oriental que lhe vieram novos estímulos, que – se compreende – farão parte do seu modo de governar a “cavalaria ligeira do Papa”, como no passado eram chamados os jesuítas. “O encontro com um mundo radicalmente diferente – confessou – me fez discutir coisas que tinha como definitivamente certas. Há um outro modo de ver a fé e até de argumentar. O encontro com as religiões como o budismo e o xintoísmo ajuda a compreender e aceitar o que é diferente. Compreender o que é, como é, compreender o que aprender do diferente”.
Quando eu era jovem, na Espanha, confessou, “eu era bastante intolerante, exigente, tudo tinha que estar em ordem, como se a fé fosse a fidelidade a uma série de práticas”. No Japão, acrescentou, sorridente, fui confrontado com uma religiosidade mais profunda, que vai no fundo das coisas, na reflexão sobre Deus e sobre todos nós. “Aprendendo também que a imperfeição faz parte das coisas”. De Ratzinger professor, continuou, fui um grande admirador quando era ainda estudante. Em Tóquio, declarou, “eu mesmo estudei os livros do professor Ratzinger entre 1964 e 1968. Eram muito interessantes e fonte de inspiração para todos nós”.
Mas, como o primeiro encontro com o novo geral não era uma entrevista coletiva, nenhum dos presentes pôde dizer que naquela época Ratzinger era um mais dos teólogos progressistas mais comprometidos com a renovação. No entanto, a 35ª Congregação Geral dos jesuítas continua os seus trabalhos. “É a Congregação – conclui Nicolás – que dirá o que deverei fazer”.
Adolfo Nicolás, novo superior geral da Companhia de Jesus, durante o encontro com a imprensa internacional, ontem, brincou com a notícia de que os jornais disseram que ele tinha 50% do Padre Arrupe, ou a metade de Kolvenbach mas que nenhum jornal afirmou que ele tem uns 10% de Elvis Presley: “Poderiam ter dito isso e não seria nenhuma surpresa”, afirmou sorrindo. A notícia é do boletim Periodista Digital, 25-10-2008.
Ele afirmou sentir amor e admiração por Arrupe que foi seu professor no Japão durante quatro anos. “Mas não sou Arrupe, como também não sou Kolvenbach”.
“Mas, então quem sou eu?”, se perguntou Nicolás. “Estou no caminho para chegar a ser o que Deus quer de nós, na realidade em que cresce a minha relação com Deus, minha relação com o Papa e com a Congregação Geral dos jesuítas”.
“Nada de antíteses entre os jesuítas e o Papa nem entre os jesuítas e o Vaticano”. Padre Adolfo Nicolás, novo superior geral da Companhia de Jesus estanca no nascimento o retorno dos tiros de estilingue entre os discípulos de Loyola e o romano pontífice, escreve Marco Politi, vaticanista italiano, no jornal Repubblica, 26-01-2008. A culpa é um pouco do cardeal Franc Rodé, prefeito da Congregação vaticana que se ocupa das ordens religiosas, que no início da assembléia dos delegados eleitores reunidos no dia 7 de janeiro, admoestara que se caminhasse em sintonia com a Igreja. “Com tristeza e preocupação – exclamara o cardeal – vejo alguns membros das famílias religiosas se afastarem crescentemente da hierarquia. A espiritualidade inaciana do serviço apostólico sob o Romano Pontífice não aceita esta separação”. A admoestação era seguida por uma recomendação para que os jesuítas continuassem a transmitir a “verdade revelada na Escritura e na Tradição”. E concluía pedindo “vigiar as publicações e revistas (da Companhia de Jesus) no que se refere à doutrina”.
Com efeito, nos últimos anos a Companhia de Jesus foi atingida pelos golpes do ex-Santo Oficio. Alguns dos seus brilhantes teólogos como Jacques Dupuis e Jon Sobrino foram duramente admoestados. Realmente, uma organização eclesial como a dos jesuítas, que atua nas fronteiras mais avançadas e (arriscadas) da sociedade e da cultura não pode deixar de pensar sobre os novos problemas que são postos antes que chegue o placet das instâncias do alto.
O sinal de padre Nicolás, em todo caso, é claríssimo: ”Não há nenhuma tensão ou contraposição entre os jesuítas e o Papa como alguns disseram nestes dias, e nem entre o novo geral e o pontífice no que diz respeito ao perfil teológico”. Dito isto, o novo guia dos quase vinte mil jesuítas acrescentou com delicadeza: “É como no casamento. Somente as pessoas que se amam podem, às vezes, se ferir”.
Padre Nicolás viveu a maior parte da sua vida no Extremo Oriente: China, Japão, Coréia, Filipinas. E é do encontro com a cultura oriental que lhe vieram novos estímulos, que – se compreende – farão parte do seu modo de governar a “cavalaria ligeira do Papa”, como no passado eram chamados os jesuítas. “O encontro com um mundo radicalmente diferente – confessou – me fez discutir coisas que tinha como definitivamente certas. Há um outro modo de ver a fé e até de argumentar. O encontro com as religiões como o budismo e o xintoísmo ajuda a compreender e aceitar o que é diferente. Compreender o que é, como é, compreender o que aprender do diferente”.
Quando eu era jovem, na Espanha, confessou, “eu era bastante intolerante, exigente, tudo tinha que estar em ordem, como se a fé fosse a fidelidade a uma série de práticas”. No Japão, acrescentou, sorridente, fui confrontado com uma religiosidade mais profunda, que vai no fundo das coisas, na reflexão sobre Deus e sobre todos nós. “Aprendendo também que a imperfeição faz parte das coisas”. De Ratzinger professor, continuou, fui um grande admirador quando era ainda estudante. Em Tóquio, declarou, “eu mesmo estudei os livros do professor Ratzinger entre 1964 e 1968. Eram muito interessantes e fonte de inspiração para todos nós”.
Mas, como o primeiro encontro com o novo geral não era uma entrevista coletiva, nenhum dos presentes pôde dizer que naquela época Ratzinger era um mais dos teólogos progressistas mais comprometidos com a renovação. No entanto, a 35ª Congregação Geral dos jesuítas continua os seus trabalhos. “É a Congregação – conclui Nicolás – que dirá o que deverei fazer”.
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