Os Jesuítas presentes na 35ª Congregação Geral da Companhia de Jesus aceitaram ontem, 14 de Janeiro, a renúncia do Pe. Peter-Hans Kolvenbach ao cargo de Superior (Prepósito) Geral, que ocupou durante 25 anos. Na abertura dos trabalhos, a 7 de Janeiro, o Pe. Kolvenbach afirmara que “a Companhia de Jesus tem o direito de ser governada e animada por um Jesuíta na plena posse das suas faculdades físicas e espirituais e não por um companheiro cujas energias continuarão a diminuir por causa da idade, próxima dos 80 anos, e das consequências dessa idade, em especial no campo da saúde”. O Geral cessante invocou o artigo 362 das Normas Complementares dos Jesuítas, segundo o qual o Superior Geral, apesar de eleito por toda a vida, “pode, em recta consciência” pedir a demissão do cargo “por um motivo grave”. A demissão foi apresentada após o consentimento do Papa e aceite com o voto positivo dos assistentes e provinciais de toda a Companhia de Jesus. Ao comunicar o resultado da votação, o moderador desta reunião magna, Pe. Valentín Menéndez, manifestou ao Pe. Kolvenbach o agradecimento e a gratidão de todos pelo seu “notável serviço”. Nas suas palavras finais, o Geral cessante optou por deixar uma mensagem de esperança, afirmando que “apesar de uma desconcertante diversidade de pessoas e culturas, de aspirações e obras, nunca faltou a união de espíritos e de corações” entre os Jesuítas. “Não obstante uma crescente fragilidade, a Companhia continua capaz de dialogar apostolicamente com os desafios do mundo moderno”, assegurou. Depois deste passo, os 217 delegados com direito de voto poderão eleger o sucessor do Geral da Companhia de Jesus através do voto electrónico.A renúncia de Kolvenbach e a eleição do seu sucessor ocupa a primeira parte dos trabalhos, podendo ser conhecido o nome do novo Geral no dia 18 ou 19 de Janeiro, após quatro dias de oração, durante os quais os votantes estão sujeitos a um isolamento total, devendo entregar até os seus telemóveis, para que não haja comunicações externas. Todos os rituais da nomeação seguem a normas ditadas por Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus. O nome do eleito, que deve receber mais de metade dos votos, será divulgado pelos Jesuítas, após uma comunicação telefónica com Bento XVI. A 21 de Fevereiro, o Papa receberá em audiência os membros da 35.ª Congregação Geral. A Ordem fundada por Santo Inácio conta hoje com quase 20 mil religiosos em mais de 100 países de todo o mundo. Em 1965, contudo, esse número chegava a 30 mil e trezentos religiosos.
Fonte:www.radiovaticana.org (lingua portuguesa)
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